Sinto muito, Sr. Teófilo, a senhora faleceu romance Capítulo 575

O resto do tempo passou sem incidentes, com Patrícia se mantendo num canto, de costas para a parede.

De vez em quando, Cláudio e seus comparsas lançavam olhares hostis em sua direção.

Patrícia sabia que eles esperavam por uma oportunidade.

Uma vez na ilha, a verdadeira batalha teria início.

Após um mês de treinamento, Patrícia se classificou entre os melhores.

Exceto por Cláudio e seu grupo, Igor e seu irmão gêmeo, que frequentemente se agrupavam para dormir no mesmo canto, tentaram se aliar a ela, mas Patrícia recusou.

Ela preferia agir sozinha e observava outra mulher, Kelly, que todos respeitavam e mantinham distância, inclusive Cláudio.

Kelly tinha uma presença sombria, como uma serpente venenosa pronta para atacar das sombras.

Ela não provocava ninguém, mas se provocada, revidaria com ferocidade.

Durante esse mês, Patrícia tentou se aproximar dela, mas Kelly se manteve distante, sem interagir com ninguém.

No dia seguinte, seriam levados para uma ilha deserta.

Havia cem pessoas ao total, mas apenas dez sobreviveriam.

Antes do amanhecer do dia seguinte, Álvaro distribuiu kits de primeiros socorros e explicou as regras antes de levá-los ao avião.

Eles teriam que saltar de paraquedas e escolher uma das quatro grandes ilhas para aterrissar.

Antes de pular, Patrícia viu Cláudio tocar o pescoço e fazer um gesto de corte em sua direção.

Com um salto, se lançou para baixo, seguida por Cláudio e outros, que emitiam exclamações de excitação acima dela:

- Aha!

Quando Patrícia abriu o paraquedas, ele se inflou, estabilizando sua descida.

Do alto, ela observava onde aterrissaria, mas percebeu que Cláudio e seu grupo se intencionalmente aproximavam dela.

- Chefe, estamos a cercando.

- Sua vagabunda, quero ver como você escapará desta vez. Assim que pousarmos, você estará morta!

Insultos e obscenidades ecoavam pelo ar, mas Patrícia permanecia calma e composta, ela não era mais a garota que se deixava intimidar.

Patrícia controlava o paraquedas conforme a velocidade do vento e, estando a algumas centenas de metros do solo, todos se preparavam para pousar.

No entanto, Patrícia tomou a iniciativa.

Sentindo a intensificação do vento, se aproximou do paraquedas de Cláudio e rapidamente atirou uma faca de corda na corda do paraquedas dele.

Ela precisava encontrar um abrigo temporário logo, pois até uma mordida de aranha venenosa poderia ser fatal.

Patrícia tinha experiência e estava pronta para demonstrar sua habilidade.

Em sua mochila, carregava biscoitos compactados suficientes para sete dias, guardados para a fase final do torneio.

Ela construiu um abrigo improvisado, coletou algumas frutas silvestres e raízes de plantas locais, além de algumas ervas medicinais para tratar ferimentos, se necessário.

Com o cair da noite, o céu estrelado era puro e belo.

Deitada de costas, Patrícia contemplava as estrelas, ocupada demais para pensar em qualquer outra coisa durante esse tempo.

Somente nos momentos de calma ela recordava fragmentos de memórias passadas.

Ainda agora, ela instintivamente colocava a mão em seu abdômen vazio, como se seu coração também estivesse vazio, deixando para trás apenas uma casca.

No meio da noite profunda, Álvaro estava respeitosamente atrás de Teófilo.

- Presidente Teófilo, a senhora tem habilidades excepcionais. Não dei a ela nenhum tratamento especial este mês, e ela cumpriu todas as tarefas perfeitamente.

Teófilo franziu a testa, isso não era o que ele queria ouvir.

- A deixei ir até aqui, já é suficiente.