Sinto muito, Sr. Teófilo, a senhora faleceu romance Capítulo 602

Patrícia não percebeu sequer uma onda de emoção nos olhos dele. Refletindo sobre a arrogância daquela mulher, entendeu que ela também não deveria ser uma pessoa fácil de lidar.

Teófilo, percebendo que ela poderia estar pensando demais, fez algo raro, ele quase nunca se explicava.

Se agachou diante dela, segurando suas mãos nas dele, num gesto de proximidade e cumplicidade.

Mesmo agachado, seu porte ainda a sobrepunha, mesmo com Patrícia sentada.

No entanto, Teófilo não se importava, ele ergueu seu queixo, com uma expressão séria e concentrada:

- Paty, quando eu era pequeno, morei na casa da minha tia. Luana e a família Soares eram muito próximas e nos encontrávamos durante as festas, só isso.

Vendo o quanto ele estava sério, Patrícia se sentiu até um pouco constrangida:

- Eu nunca duvidei de você, Teófilo.

Ele segurou a mão dela com firmeza, garantindo:

- Não quero que você se sinta incomodada por pessoas que não têm importância. Se isso acontecer, você precisa me contar.

Essa garantia de proteção deixava as outras mulheres visivelmente invejosas. Que homem admirável!

Envergonhada, Patrícia o empurrou suavemente para fora. O amor que Teófilo nutria por ela era tão evidente que até um cego poderia perceber.

Ela não tinha dúvidas, apenas curiosidade. Receber uma resposta afirmativa fez com que Patrícia se sentisse aquecida por dentro.

Com a chegada da noite, Patrícia vestiu um elegante vestido de gala e se observou no espelho. Sua figura esbelta a surpreendeu.

Sem maquiagem desde que tinha acordado, a opulência do vestido até a assustou.

Não era à toa que recebia tantos elogios, até ela mesma tinha dificuldade em encontrar algum defeito.

Ao abrir a porta e sair, Teófilo se virou para olhá-la e também ficou paralisado por alguns segundos.

Teófilo fez um sinal para Gabriel, que acompanhou alguns seguranças para verificar o banheiro antes dela entrar, garantindo sua segurança.

Desconhecendo os eventos recentes, Patrícia sentia que Teófilo a tratava como um tesouro frágil, com receio de que qualquer descuido pudesse quebrá-la.

Ao terminar de lavar as mãos, ela ajustou sua respiração, aplicou um pouco de creme nas mãos, ergueu a cabeça, inflou o peito e saiu.

Teófilo a esperava a poucos passos de distância no corredor. Patrícia estava prestes a ir ao seu encontro quando viu outra figura, vestida de branco, correndo em sua direção.

- Teófilo! Quanto tempo!

A voz da mulher era doce, e enquanto ela caminhava apressadamente, tropeçou na bainha de seu vestido devido aos saltos altos de dez centímetros, indo diretamente para os braços de Teófilo.

Era um corredor silencioso, mas, curiosamente, havia um ou dois jornalistas ali, com câmeras apontadas para Teófilo.

Patrícia parou de correr em direção a Teófilo e seu sorriso congelou no rosto.