Sinto muito, Sr. Teófilo, a senhora faleceu romance Capítulo 61

A atmosfera melancólica pairava novamente, e Luciana desabafou com raiva:

- Por que a maldita que partiu não foi Mariana, a amante?

- O destino é assim. Provavelmente, meus filhos sentem muito a minha falta. Não fique triste. Encare isso como se eu tivesse corrido à frente na linha da vida. Não há necessidade de se apressar, vá devagar.

Para dissipar a atmosfera pesada, Patrícia brincou:

- Quando eu partir, queime algumas notas de dinheiro espiritual por mim. Considere isso como um investimento antecipado. Eu vou me esforçar lá embaixo, e quando você chegar, vamos acertar as contas. Você será a mulher mais rica do mundo espiritual com bilhões de notas de dinheiro espiritual. Depois, vou arranjar uns oito ou dez pequenos espíritos para massagear seus pés e bater nas suas costas. Não acha que isso soa melhor?

Luciana riu entre lágrimas.

- Então, eu preciso encontrar um local com boa sorte para você, um túmulo abençoado. Que traga bênçãos para suas gerações futuras... Oh, esqueci que você não tem filhos. Que tal esperar mais alguns anos e quando eu tiver filhos, você pode adotar um como seu próprio filho.

Patrícia semicerrou os olhos e sorriu.

- Ok.

Na rara reunião noturna, Patrícia se vestiu com rigor.

Com seus cabelos curtos, ela abandonou a inocência do passado.

Quando não sorria, parecia uma rosa branca, elegante e nobre.

Nas palavras de Luciana, mesmo que Patrícia ficasse em silêncio aqui, seria uma paisagem encantadora.

A caminho do hotel, Luciana perguntou:

- Patrícia, quais são seus planos para os próximos dias? Quer viajar pelo mundo? Afinal, agora não nos falta tempo nem dinheiro.

Com um braço apoiando a cabeça, Patrícia olhou para as paisagens do lado de fora do carro, e calmamente respondeu:

- Eu quero estabelecer uma fundação de caridade. Ainda existem muitos pacientes como eu, enfrentando doenças terminais. Então, gostaria de ajudar as crianças nas áreas montanhosas que não têm acesso à educação.

Luciana ficou sem palavras.

Sentiu apenas tristeza.

- Faz sentido. - Luciana suspirou.

- Embora seja um fato incontestável, eu simplesmente sinto que algo está errado.

- Eu também pensava assim. Meu pai estava se recuperando bem antes disso. Eu até estava planejando tirá-lo do hospital. Como poderia ter um ataque cardíaco? Além disso, quando fui visitar a Joana, no mesmo dia ela se jogou do prédio. Eu fui ao cemitério apenas uma vez e alguém tirou uma foto minha. Se tudo for coincidência, é demais.

Logo, a expressão de Patrícia voltou ao normal.

- Depois, eu entendi. Não posso negar a realidade só porque não consigo aceitá-la. No dia do incidente com meu pai, eu verifiquei a lista de visitantes e não havia mais ninguém. Talvez ele não conseguisse superar a falência da família Bastos e isso tenha se tornado um peso em seu coração. Quanto à Joana, foi apenas uma coincidência, e o incidente do cemitério foi provavelmente Mariana. Ela queria forçar meu divórcio com Teófilo, e agora que conseguiu, não deve mais me incomodar.

Luciana franziu a testa.

- Não necessariamente, Patrícia. A mente humana é imprevisível. Mantenha-se atenta, neste mundo, as pessoas são mais assustadoras que fantasmas, e o que parece impossível pode ser orquestrado por outros. Nada é absoluto.

Patrícia olhou para a paisagem distante e murmurou:

- Se alguém realmente estiver planejando tudo isso, é assustador. Que tipo de rede eles teriam que tecer?