Sinto muito, Sr. Teófilo, a senhora faleceu romance Capítulo 791

Patrícia, com uma expressão calma, perguntou:

— Você está precisando muito de dinheiro? Ainda tem alguém na sua família?

Raul passou a mão na nuca:

— Sim, na minha terra natal ainda tenho minha mãe e algumas vacas.

— Não é casado?

— Quem trabalha no nosso ramo tem tempo para namorar? Se eu casasse, teria que deixar a esposa em casa sozinha, melhor não atrapalhar a vida de ninguém.

Patrícia continuou:

— Onde você trabalhou antes?

— Minha vida sempre foi dura. Quando era pequeno, minha família era pobre, depois me tornei soldado. Quando deixei o exército, trabalhei em diversos lugares, como cassinos, clubes noturnos, segurança particular, fazendo cobranças para terceiros. Já fiz qualquer trabalho que pagasse.

— Quem era seu último empregador?

Patrícia já não era mais a mulher jovial, amável e extrovertida de antes. Ela estava com uma expressão calma, sentada com uma expressão fria, mas exalando uma aura que intimidava os outros.

Ela havia amadurecido bastante e não confiava mais facilmente nas pessoas.

Raul respondeu prontamente e naturalmente:

— O dono de um cassino, eu era o guarda-costas que cuidava das cobranças de empréstimos com altos juros para ele.

— Um cassino deve ter um bom rendimento, por que você parou?

— Era realmente bom, mas cometi um grande erro.

— Qual? Fale mais sobre isso.

— Quando fui fazer uma cobrança, a família estava com dificuldades financeiras. Pela regra, se eles não conseguissem pagar, a esposa teria que trabalhar no cassino para quitar a dívida. Naquele dia, a filha deles se ajoelhou na minha frente, implorando para que os poupássemos, e eu, movido pela compaixão... Acabei perdendo meu emprego.

Roberto também interveio:

— Patrícia, pode ficar tranquila, eu já verifiquei tudo antes, ele não mentiu. Ele teve problemas com pessoas influentes na localidade e não tinha como continuar lá, então veio para cá recomendado por um amigo confiável. Ele é ágil e pode protegê-la muito bem.

Embora eles tivessem uma altura similar, suas personalidades eram muito diferentes.

Teófilo tinha a pele naturalmente clara, enquanto esse homem tinha a pele escura. Na semana passada, ela tinha visto Teófilo em uma transmissão ao vivo, parecendo frio e distinto, nada como o homem à sua frente, que claramente tinha hábitos mais rudes.

Ele raramente a olhava, e quando não era chamado, parecia um computador em modo de espera.

Normalmente, ela e Raquel comiam primeiro, e Raul só comia o que sobrava depois que ela voltava para o quarto.

Com a lição de Suzana, Patrícia já não queria revelar seus pensamentos mais íntimos a ninguém, mesmo que fosse seu guarda-costas.

Se você revela tudo, se cria um vínculo, mesmo que apenas de amizade, e a despedida futura se torna difícil.

A melhor maneira era manter seus pensamentos para si mesma.

Patrícia estava deitada na espreguiçadeira lendo um livro de medicina, coincidentemente sob uma árvore de Ipê. Uma flor de Ipê voou e caiu sobre seu livro.

Patrícia levantou os olhos, seu olhar um pouco distante, sempre lembrando de Branquinha, que costumava descansar preguiçosamente na árvore.

Muitas coisas pareciam ter acontecido ontem, ela se lembrava de cada detalhe, mas aqueles dias e aquelas pessoas nunca mais voltariam.

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