Sinto muito, Sr. Teófilo, a senhora faleceu romance Capítulo 797

Raul respondeu prontamente:

— Dia 22, por quê?

Patrícia quase havia se esquecido de que, em alguns dias, seria o aniversário de morte de João.

O clima invertido no hemisfério sul a fazia perder a noção do tempo.

— Você pode preparar algumas oferendas para mim?

— Claro, Srta. Patrícia.

Ela não podia voltar ao País da Serenidade Azul, e este era o primeiro ano após a morte de João, Patrícia também queria homenageá-lo.

Raul, além de obediente, se mostrava muito ágil em suas tarefas, além das oferendas, ele até comprou um gorro de lã em forma de gato.

Patrícia percebeu que ele sempre trazia um pequeno presente para ela cada vez que saía, às vezes era um copo de limonada, outras vezes, um doce, e desta vez, um gorro.

Patrícia não aceitou de imediato, e Raul explicou por conta própria:

— Não me interprete mal, Srta. Patrícia. O Sr. Roberto me deu uma boa gorjeta, e como vi que você estava doente e sem energia, quis comprar algo fresco para você, nada disso é muito caro, espero que não se importe.

Ao ver seu nervosismo, Patrícia começou a entender realmente a personalidade dele, ele era realmente um homem que, apesar de parecer frio e indiferente por fora, era delicado e caloroso por dentro.

Ela estendeu a mão para receber o presente, um leve sorriso brotando nos lábios:

— Eu gostei muito, foi muito gentil da sua parte.

— Se a Srta. Patrícia gostou, fico feliz. Só pensei que, já que você é diferente dos meus empregadores anteriores, se eu fosse gentil com você, talvez não me demitisse, não é?

Patrícia riu baixinho:

— Antes, eu pensava que você era um tipo caladão e pouco falante, mas agora vejo que você é realmente um grande bobo.

Quem diria isso para agradar alguém diretamente?

Raul sorriu ainda mais bobamente:

— As pessoas são assim, recíprocas. Se eu sou bom para você, Srta. Patrícia, quando chegar a hora de me demitir, você também vai lembrar do meu bem, não é?

— Sim, isso se chama ser grato pelo que recebe dos outros, pode ficar tranquilo, eu não tenho planos de demití-lo.

Um sorriso se espalhou pelos olhos e lábios de Raul, que se apressou em ir dirigir.

Patrícia precisava queimar algumas oferendas, o que certamente não era possível no meio da cidade.

Incapaz de se agachar, Patrícia apenas observou enquanto Raul acendia as oferendas de papel.

As chamas iluminaram a noite, e uma lufada de vento levou uma das folhas de papel para o céu.

Patrícia acompanhou com o olhar aquela folha que se afastava.

— Pai, como você está em outro mundo? Não se preocupe, sua filha está bem.

Ela estava emocionalmente muito mais estável do que antes, as chamas queimaram por um longo tempo, e Patrícia mergulhou em um silêncio profundo.

Até que a voz de Raul a trouxe de volta à realidade:

— Já está muito tarde, Srta. Patrícia, vamos voltar, o vento está muito forte à noite na praia.

— Vamos.

Enquanto falava, Raul começou a empurrar a cadeira. De repente, com um rosto iluminado de excitação, ele disse:

— Srta. Patrícia, olhe para lá.

Fogos de artifício brilhantes subiram ao céu, explodindo em espetaculares formas florais.