Sinto muito, Sr. Teófilo, a senhora faleceu romance Capítulo 83

Teófilo estendeu a mão querendo tocar em sua testa, mas Patrícia instintivamente afastou a mão dele.

- Teófilo, por favor, se controle.

- Só queria ver se você ainda está com febre. - Explicou Teófilo.

Patrícia sorriu com um toque de sarcasmo:

- Teófilo, não acha isso irônico? Você me amarrou no banheiro e jogou água fria em mim. Você não é mais uma criança, deveria entender as consequências. Se sabia que eu ficaria resfriada e com febre, por que agiu como se não soubesse?

- Eu não sabia que seu corpo ficaria tão debilitado, nem que uma febre seria perigosa para sua vida.

O sorriso de Patrícia se ampliou:

- Saber ou não, isso muda alguma coisa? Já estamos divorciados, Teófilo, mas você continua agindo como se estivéssemos profundamente apaixonados. É repugnante.

Embora Patrícia não soubesse por que Diego estava ali, sua posição social não a permitia ficar muito tempo perto dele.

Ela recuperou a compostura, afastou suavemente o pegajoso Diego e abriu o edredom, retirando a agulha enfiada em seu braço.

Sem parar o sangramento, pequenas gotas de sangue fresco escorreram da ferida.

Ela não franziu a testa nem olhou duas vezes.

- Você...

Patrícia, apoiando seu corpo fraco, desceu lentamente da cama.

Seu olhar era frio e determinado, enquanto ela endireitava a coluna e dizia palavra por palavra:

- Teófilo, você é o infiel e você quem quer o divórcio. Se não consegue superar a morte de sua irmã, então darei minha vida por ela.

Terminando a fala, ela deu um salto e, surpreendentemente ágil, subiu até a sacada ao lado.

- Passei um ano organizando tudo isso. Já está feito, as coisas são irreversíveis. Respeito a sua escolha.

- Pensei que, após o divórcio, seguiríamos caminhos separados, cada um para o seu lado. Mas o que está fazendo? Me ameaçando e até mesmo prejudicando as pessoas que eu gosto. Não sei se para você o sentimento é mais amor do que ódio, ou mais ódio do que amor.

- Mas sei que, enquanto eu estiver viva, estaremos presos um ao outro, como um nó que nunca se desfaz. Essa vida é insuportável, estou verdadeiramente cansada.

- Teófilo, você sabia? Havia um tempo em que eu era como o sol, como o vento livre. Prometi casar com você e, assim, quebrei as minhas asas, sacrificando a minha liberdade para ficar ao teu lado. No entanto, ainda assim, você me traiu.

Lágrimas escorriam lentamente pelo rosto de Patrícia.

- Não te culpo por mudar, apenas lamento que não fomos destinados a ficar juntos. Se a morte da tua irmã é o nó no teu coração, então eu devolvo-te a vida. Daqui para frente, quero procurar o meu próprio caminho, onde ambos sejamos livres.

Ela abriu os braços como uma borboleta e caiu em direção à janela.

- Patrícia! - Veio a voz desesperada de Teófilo.