Sinto muito, Sr. Teófilo, a senhora faleceu romance Capítulo 96

Aquelas palavras eram particularmente ásperas, mas ela não tinha escolha.

A mão que odetinha teve que se soltar. Teófilo já estendia a mão em direção ao seu casaco de penas, onde havia um suéter por baixo, e sob o suéter, um colete de penas, com uma camada de roupa térmica.

Ele franziu a testa perplexo e perguntou:

- Você é uma senhora? Por que está usando tantas camadas?

Patrícia, corando, mordeu os lábios e respondeu:

- Tenho medo de sentir frio.

Rapidamente, Teófilo percebeu algo，mesmo usando tantas camadas, ela não parecia gorda.

Quão magra ela poderia estar? Quando a palma da mão tocou a pele dela, sentindo os ossos salientes em suas costas, parecia haver apenas uma fina camada de pele sobre eles.

Quando ela havia ficado tão magra?

Os maus pensamentos de Teófilo desapareceram completamente, substituídos até mesmo por uma culpa invisível.

Patrícia não sabia como as coisas haviam chegado a este ponto e encarou irritada os olhos negros dele.

- Você faz isso comigo e não teme que Mariana descubra? Não esqueça, já estamos divorciados.

A voz fria e sarcástica de Teófilo ressoou:

- O que ocorre entre mim e ela não é da sua conta. Concordo com a sua proposta anterior. De agora em diante, você será minha representante.

Patrícia interveio apressadamente:

- E quanto ao Luiz...

- Eu vou encontrá-lo. - Com a garantia dele, Patrícia finalmente relaxou, mas os olhos do homem estavam fixos nela como ganchos.

- E você, sempre que eu precisar, deve estar pronta para responder.

Patrícia não podia acreditar no que ele estava dizendo isso.

À luz trêmula de suas lágrimas, as pontas geladas dos dedos de Teófilo roçaram seu rosto e sua voz soou leve, mas também desdenhosa:

- De repente percebi algo. Parece que ainda sinto desejo pelo seu corpo, e a cada toque meu, você parece estar à beira da morte.

O olhar cruel e frio de Teófilo penetrava em seu coração.

A agonia se espalhou do estômago para todos os seus órgãos internos e para cada centímetro de seu corpo, até mesmo a respiração estava impregnada com uma dor avassaladora.

Patrícia, com a cabeça latejando, se perguntou se estava prestes a morrer.

Ela apertou os lábios com força, não ousando fazer o menor som.

Teófilo esperou do lado de fora por um tempo e, não a vendo sair, bateu na porta do banheiro.

- Patrícia, o que está acontecendo?

- Eu... estou bem. - Ela abriu a boca com esforço.

- Espere um momento, eu vou sair depois de me recompor. - Afinal, ela havia feito um check-up nos últimos dias, e Teófilo não imaginaria que algo sério estava acontecendo com ela.

Ele apenas pensou que Patrícia estava se sentindo envergonhada, então deu alguns passos para longe.

Sem saber que, naquele momento, Patrícia estava encolhida, segurando o estômago, incapaz de se mover, e a dor a deixava sem fôlego a cada momento.

Patrícia estava profundamente arrependida, percebendo que tinha sido muito impulsiva.

As duas taças de álcool quase custaram metade de sua vida.