Sinto muito, Sr. Teófilo, a senhora faleceu romance Capítulo 972

Daniel rapidamente apagou o cigarro que segurava, visivelmente nervoso, pois sempre cultivou uma imagem de bom moço diante de Patrícia.

Afinal, quantos membros do Inseto Venenoso poderiam realmente ser considerados pessoas de bem? Ele era excepcionalmente hábil em ocultar sua verdadeira natureza.

— Paty, você ouviu alguma coisa?

Patrícia, com a mão na barriga, respondeu:

— Estou com dor de estômago, onde fica o banheiro? O que vocês estavam falando?

Seu rosto pálido não revelava qualquer indício de que tivesse escutado a conversa anterior.

Daniel suspirou aliviado:

— A dor é forte? Precisa que façamos outro exame?

— Não, acabei de passar por uma ultrassonografia, deve estar tudo bem. Vou ao banheiro.

— Certo, Paty, vou te acompanhar.

Daniel mantinha seu jeito doce e inocente, apesar de agora apresentar uma maturidade que destoava da imaturidade de antes, na presença de Patrícia, ele era puramente encantador.

Quando Patrícia entrou no banheiro e fechou a porta atrás de si, colocou a mão sobre o coração.

Os acontecimentos de anos atrás já demonstravam que Daniel era uma pessoa de extremos, nada alinhado com a imagem que tentava projetar, ao contrário de Marcos, que, apesar de seu ar frio, sempre tentava ver as coisas pelo ponto de vista dela.

Durante o curto caminho até o banheiro, as mãos de Patrícia estavam úmidas. Como ela suspeitava, o tratamento do ano anterior tinha sido extremamente eficaz, o que explicava a ausência de crises esse ano.

O tamanho do tumor agora permitia uma cirurgia, uma grande evolução em relação aos tempos em que sua condição era mais grave.

Daniel, ao tentar induzi-la a um aborto, conspirou com o médico para manipular os resultados dos exames. Patrícia sabia que ele estava tentando protegê-la.

Como Marcos havia mencionado, se ela ganhasse essa aposta, poderia salvar uma vida inocente.

— Mas milagres também podem ocorrer, não? Há quem não tome nenhum medicamento e não faça radioterapia ou quimioterapia, apenas viaja pelo mundo e sua doença terminal simplesmente melhora.

— Esse tipo de milagre é como procurar uma agulha no oceano, extremamente improvável. Não quero apostar o seu futuro nisso.

— Esta é a minha escolha, e não culpo ninguém. Daniel, sei que você deseja o melhor para mim, então, por favor, me ajude com uma coisa.

Daniel fitou Patrícia, perplexo:

— Paty, diga o que precisar, farei tudo ao meu alcance para te ajudar.

— Daniel, quero continuar estudando medicina.

— Isso não é problema, eu...

— Quero me juntar ao Inseto Venenoso.