Guilherme chutou a cadeira que antes seu pai tinha sentado, furioso. Como ele pôde ser tão indiferente com o próprio filho esse tempo todo? Como pôde privilegiar apenas um abandonando o outro?
_Droga! Droga! Droga!_Praguejou tendo vontade de quebrar tudo.
Direcionou-se até o banheiro entrando desesperadamente debaixo do chuveiro. Lembrou-se de ter bebido, de ter falado mais do que devia e... Milan!
Após vestir-se, saiu do quarto indo até a cozinha. Encontrou sua mãe e seu irmão na sala.
_Cadê o Dimitri?_Perguntou encolerizado.
_Chame-o de pai, Guilherme._Suplicou Madalena._Ele saiu para cuidar dos preparativos do seu casamento com a Marianna. Precisamos conversar, meu filho.
_Não, não precisamos. Eu já sei que vocês ouviram a conversa toda._Aproximou-se até perto do irmão._Eu tenho sim, inveja do amor que o Dimitri sente por você. E isso não me faz o pior dos homens.
_Não adianta conversar quando você está possuído pela raiva, irmão._Pedro diz calmamente.
Guilherme bufou e saiu indo até a cozinha. As panelas estavam no fogo, mas não tinha ninguém olhando-as. Lembrou-se de Milan e foi até o quarto das empregadas. Dormira com ela sem nem ao menos lembrar o que houve ao certo.
Aproximou-se da porta ouvindo o choro de Milan. Não hesitou ao abri-la de uma vez.
_Edith, saia. Eu preciso falar com Milan, por favor.
Edith até tentou argumentar, mas Guilherme insistiu em falar com Milan. Saiu antes que sobrasse pra ela. Milan estava acuada, chorando.
_Milan..._Tentou aproximar-se da garota, mas ela o afastou.
_Não se aproxime, Sr. Guilherme._Sua voz trêmula causou remorso em Guilherme._Não me toque, por favor.
_Não a tocarei, Milan._Guilherme afastou-se._Gostaria de saber o que exatamente aconteceu ontem.
A pobre garota enxugou suas lágrimas, respirou fundo e encarou Guilherme como se encara um inseto asqueroso.
_Você me elogiou, disse coisas lindas, coisas que qualquer mulher adoraria ouvir..._Ela gesticulava tentando segurar o choro._Eu era virgem, Guilherme! Eu me entreguei a você ouvindo suas juras e promessas de amor._Ela desaba._Você disse que deixava esse casamento pra lá, que eu era muito melhor que qualquer outra mulher...e olha onde eu fui parar? Estou sendo obrigada a aceitar dinheiro pra poder esquecer tudo que aconteceu, Guilherme.
O rapaz encara Milan totalmente atormentado pelas palavras que ouviu dela. Ele não se lembrava de nada, nenhuma palavra.
Sentiu-se mal pela primeira vez depois de dormir com uma mulher pois era a primeira vez que escutava algo do tipo.
Bufou admitindo ser um covarde, mas não poderia fazer mais nada.
_Milan, eu estava bêbado, me perdoe._Sua voz sai baixa._Admito ter sido covarde, mas eu não estava respondendo muito bem pelos meus atos. Não quero dizer que a culpa é sua, mas sim que devemos assumir a culpa, nós dois.
_Sai daqui, Guilherme._A jovem diz de coração partido._Saiba que desde o momento que eu o vi, eu o amei...
_Milan...
_Adeus, Sr. Guilherme.
Nada mais Guilherme tinha pra falar e mesmo se falasse, não iria ser ouvido. Saiu do quarto afim de não piorar a situação. Que droga tinha feito! No dia do seu noivado, dormiu com outra mulher. O mais estranho é: por que isso estava lhe afetando tanto?
xXx
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