Marianna, após ter dito em voz alta a sua escolha, encolheu-se abraçando o corpo de maneira protetora. Guilherme correu até seu lado e abraçou-a.
_Aconteceu algo, Anna?_Sussurrou passando a mão em seu cabelo.
_É uma covardia o que ele fez comigo obrigando-me a escolher e conviver pra sempre com o fardo de assumir uma sobrenaturalidade tão rejeitada por mim._Ela fraqueja._Eu prometi pra minha mãe que não iria transformar-me, eu prometi...
A voz de Marianna foi ficando falha e então Érico pediu pra Guilherme levá-la para o seu antigo quarto. Guilherme amparou sua esposa até o quarto ao lado, presumiu que fosse o quarto dela. Ela já chorava, lembrando que no dia do enterro da sua mãe tendo apenas sete anos, prometeu jamais tornar-se um monstro como o assassino que matou-a.
_Ei, olha pra mim._Guilherme pediu levando sua mão até um lado do rosto dela._Eu sei que é duro pra você, mas saiba que você não está sozinha. Mesmo nosso casamento sendo meio que de fachada, você não deixa de ser minha esposa e eu vou estar do teu lado pra tudo, tudo.
Marianna totalmente inebriada com as palavras que ouviu, abraçou forte o autor delas. Sentiu seu coração bater mais rápido e um calafrio lhe percorreu o corpo. Estaria Mariana começando a sentir ainda mais forte os sintomas do ócsio?
Guilherme sorriu ao se afastar constatando que ela também está sentindo as mesmas coisas que ele, foi impossível não sentir o leve tremor que seu corpo deu.
_Eu preciso te levar pra casa e ir para a divisa lutar contra os vampiros._Ele faz carinho em suas mãos._Confesso que me dói te deixar sozinha novamente, Anna.
_Deixe-me aqui. Lá não servirei pra nada e aqui posso ficar cuidando do meu irmão._Sugeriu esperançosa._Assim que conseguir sair de lá, venha buscar-me.
_Certificarei a quantidade de lobos que a protegem ao sair._Ele sela os labios dela._Se cuida, marrenta. Eu volto pra te buscar, não demoro.
Guilherme levanta-se e volta ao quarto de Vinícius para despedir-se de Érico. Encarou Vinícius deitado na cama e verdadeiramente torceu para que a recuperação dele seja rápida.
_Irei para a divisa ajudar os lobos que estão lá, Sr. Érico._Estendeu a mão em cumprimento.
_Está certo, meu rapaz._Apertou a mão do genro olhando bem dentro dos seus olhos._E trate de contar para a Marianna o que está acontecendo entre vocês dois. Não é justo ela ser a última.
Guilherme assente e sai do casarão Avillar prometendo a si próprio que iria ser corajoso e contar antes que ela se transforme.
Assim que Guilherme saiu do quarto de Marianna, Cícera entrou com um sorriso imenso no rosto.
_Vocês são tão lindos juntos, menina._Ela faz uma cara boba e sorri._De longe se vê que a Deusa da lua escolheu um para o outro.
_Que nada, Cícera. Não se iluda assim, o Guilherme é um mulherengo que sabe ser um cavalheiro na hora certa._Meneou a cabeça levemente para o lado pensando no beijo desesperado que deu nele._Mas admito que ele está mexendo comigo...
_Ele é seu marido, Anna. Vocês vão conviver juntos um bom tempo e quem sabe para sempre. É natural nascer um sentimento entre vocês, não se martirize, você é jovem. Bom, vou preparar o almoço, qualquer coisa é só chamar.
Cícera saiu do quarto deixando Marianna afogada em seus pensamentos. Pensamentos esses que estavam totalmente voltados para seu marido. Uma dúvida lhe corroía: Seria possível estar apaixonada pelo Guilherme?
Chacoalhou a cabeça e passou o dorso da mão nos lábios tentando esquecer a sensação de ter seus lábios nos dele pela segunda vez só hoje. Levantou-se e olhou pela janela desejando saber se um alguém especial estava na missão de protegê-la. Saiu do quarto descendo às escadas indo atrás do seu amigo, o querido Augusto.
Passou por uns cinco lobos da alcatéia do seu pai e saiu do casarão sentindo os olhos dos mesmos pairando em si. Augusto estava de costas quando sentiu uma mão leve em seu ombro e um perfume gostoso perto de si.
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