Ao chegar na porta do casarão Avillar, Marianna ouve barulhos de coisas indo ao chão. Apressada, entrou rapidamente na casa indo diretamente para o quarto de Mayk. Abriu a porta vendo Sofia, Cícera e Dolores encolhidas observando Mayk destruir o quarto.
_Mayk, sou eu, Marianna.
Ele só berrava e jogava tudo que via ao chão. Marianna pediu para que todos saíssem do quarto, agradeceu a Sofia antes dela sair. Mayk parou e jogou-se no chão batendo sua cabeça no mesmo. Marianna foi até ele abraçando-o.
_Minha mãe, Anna!_Ele berrava se debatendo._Minha mãezinha, minha mamãe querida...
Mais uma vez Marianna se viu não conseguindo segurar as lágrimas que desceram quentes e pesadas. Mayk começou a rasgar sua própria roupa gritando como se uma dor latente percorresse todo seu corpo.
_Eu estou aqui, meu bem. Não precisa ficar assim, Mayk. A mamãe tá no céu, protegendo você.
_Eu quero a mamãe, Anna!_Ele soluçava desesperadamente._Eu sou um monstro, eu matei minha mãe!
Nesse momento a porta é aberta e Érico juntamente com Vinícius encara os dois jogados ao chão com confusão. Teria eles ouvido errado?
_O que esse garoto acabou de dizer?_Érico pergunta piscando os olhos inúmeras vezes._Como...
_Não, pai._Marianna interrompe._Ele viu os vampiros matando a Pat...
_Fui eu, eu mordi minha mãe. Eu matei a minha mãe, me matem, eu imploro.
Não tinha nenhum par de olhos naquele lugar que não tivesse banhado em lágrimas. Soluçando muito, Marianna se põe na frente de Mayk.
_Ninguém vai fazer mal a ele, ninguém._Ele brada como leoa._Eu sou responsável pelo Mayk. Eu vou protegê-lo.
_Você não é nada do garoto, Marianna!_Érico se aproxima puxando Marianna para longe do garoto._Ele é um monstro agora, garota.
_Não, pai!_Ela se solta e volta para perto do garoto abraçando-o._Eu acobertei o crime, sou tão culpada quanto ele. Ele não é nenhum monstro, é só o Mayk.
Vinícius saiu e voltou com alguns membros da alcatéia. Marianna encarou os homens que começaram a se aproximar cautelosamente na intenção de arrancar o garoto dos seus braços.
_Eu vou arrancar a cabeça de quem se aproximar dele. Eu não estou brincando._Ela rosna mostrando suas presas crescidas.
Érico coçou a nuca desesperado, Vinícius impedia que Sofia e Dolores entrassem no quarto destruído e os homens permaneciam querendo aproximar-se. Os olhos de Marianna já adquiriam um brilho chamativo, sua loba estava agoniada. De repente, Marianna sente uma espetada forte no pescoço. Levou a mão até o local retirando um pequeno dardo banhado em algo que estava começando a deixar-lhe zonza.
_Não... Mayk..._Ela cambaleia encarando os olhos do garoto._Fuja. Logo.
Marianna deixou que algumas lágrimas escapassem antes de olhar para o pai. O olhar de Érico estava carregado de culpa, mas não arrependimento.
_Me perdoe, minha filha._Ele sussurra aproximando-se.
Sem forças, Marianna desmaia batendo a cabeça em uma pedaço de cadeira, o sangue desceu pela sua testa suada. Mayk encarou os homens que estavam aproximando-se dele e então pulou pela janela usando uma pequena parte da sua velocidade vampírica. O garoto fugiu em rumo a floresta negra e os homens o seguiram. Vinícius correu até o corpo caído de Marianna pegando-a nos braços.
_Você está louco, pai?_Vinícius esboça pela primeira vez uma reação exagerada._É a Marianna, sua filha! Por que você ordenou isso?
_Precisamos expulsar o garoto do vilarejo, Vinícius Avillar. Ele é uma ameaça, olhe o que ele fez! Matou a própria mãe! Leve Marianna pro quarto dela, preciso falar com John.
_Espero que ela nunca lhe perdoe._Sofia cospe as palavras na frente de Érico e depois segue Vinícius.
Érico ficou sozinho naquele quarto, encarando a destruição que ele se encontrava. Resolveu criar um fio de esperança de que Marianna lhe perdoaria.
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