Lorena só conseguiu armar uma espreguiçadeira e se recostou nela para descansar um pouco.
A dor de cabeça não havia diminuído; pelo contrário, seus ossos doíam cada vez mais, como se uma fadiga exaustiva a consumisse por inteiro.
Ela levou a mão à testa e sentiu o calor anormal em sua pele. Parecia estar com febre.
Soltando um suspiro, murmurou para si mesma:
— Que azar!
Com dificuldade, Lorena se ergueu e caminhou até o posto de enfermagem.
— Com licença, poderia me dar um comprimido para febre? Acho que estou com febre.
A enfermeira deu a ela um olhar compreensivo, mas recusou com delicadeza:
— Sinto muito, mas este é o setor de internação. Todos os medicamentos daqui são exclusivos para os pacientes hospitalizados. Você pode encontrar uma farmácia em frente ao hospital ou ir ao pronto-socorro para um exame.
Lorena sentia o corpo inteiro dolorido e sem forças. Só de pensar em sair para comprar remédio, seu ânimo desmoronava ainda mais.
Sem alternativas, agradeceu à enfermeira, sua voz soando fraca, e voltou lentamente para o quarto.
Duarte havia providenciado seguranças para acompanhá-la, e eles provavelmente estavam por perto.
Mas, no momento, Lorena estava tão irritada com Duarte que não queria falar com ninguém relacionado a ele muito menos pedir qualquer favor.
No entanto, assim que chegou à porta do quarto, um repentino atordoamento a tomou. O mundo girou ao seu redor, e seu corpo vacilou.
Se não fosse uma mão firme segurá-la a tempo, ela teria caído no chão.
— Você está bem?
Ademir havia aparecido sem que ela percebesse. Ele segurava seu braço com firmeza, observando ela com as sobrancelhas franzidas.
Lorena balançou a cabeça e respondeu, tentando parecer tranquila:
— Estou bem, só um pouco febril. Vou beber um pouco de água e já melhoro.
Não queria incomodar ninguém, então disfarçou o máximo que pôde.
Na realidade, seu estado já era bastante debilitado.
Ademir, porém, não se convenceu. Sem dizer nada, estendeu a mão e tocou a testa de Lorena.
— Está fervendo...
Pela temperatura, devia estar com pelo menos 39 graus de febre.
Sem mais palavras, Ademir simplesmente a levou para sua sala de plantão.
Lorena se sentiu um pouco constrangida e tentou recusar sua ajuda:
— Então... Eu durmo aqui. Mas onde você vai dormir?
— Vou ficar no quarto do Domingos. — Respondeu Ademir, como se fosse a coisa mais natural do mundo. — Apesar de ele estar estável, não me sentiria tranquilo deixando ele sozinho.
Lorena ficou sem palavras.
Assim que Ademir saiu, as lágrimas que ela segurava até então simplesmente caíram.
Quanto mais pensava, mais injustiçada se sentia.
"Por que o filho é dele, mas sou eu quem tem que se preocupar? Por que sou eu quem passa por tudo isso? O que foi que eu devo ao Duarte para merecer isso?"
Seus pensamentos estavam confusos, e a angústia em seu peito crescia. Mas, com o corpo exausto, acabou adormecendo.
Na manhã seguinte, um grito curto e surpreso a despertou bruscamente.
Lorena abriu os olhos e viu um jovem médico parado na porta, boquiaberto.
— Meu Deus! O Ademir mandou bem, hein? De plantão à noite e ainda com uma bela mulher fazendo companhia?
A mente de Lorena despertou por completo no mesmo instante.
Ela se lembrou de como, na noite anterior, Ademir apenas quis ajudá-la. Ele fora gentil e atencioso, e ela definitivamente não queria causar nenhum tipo de problema para ele.

Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Sr. Joaquim, a sua esposa é a mulher daquela noite!
Nossa que história chata horrível como se escreve uma mulher tão burra aff...