Pensando nisso, Otília se sentiu ainda mais angustiada, e as lágrimas começaram a cair sem parar.
Natacha, se sentindo tomada por uma sensação de impotência e exaustão, suspirou, entregou a filha a Joaquim e saiu para o corredor, na tentativa de respirar um pouco de ar fresco.
Nos braços do pai, Otília, magoada, perguntou:
— Papai, a mamãe não gosta mais de mim? Vocês dois... Não gostam da Otília?
Joaquim ficou surpreso e, imediatamente, a repreendeu levemente:
— Que bobagem é essa, minha querida? Como você pode pensar assim? Se a mamãe não gostasse de você, ela iria até comprar seus doces preferidos? Nós ficamos bravos porque você comeu muitas coisas geladas e acabou ficando com dor de barriga. Nós ficamos preocupados com você, é por isso. Você é a princesinha favorita do papai e da mamãe. Como poderíamos não te querer?
Otília, com a voz fraca, perguntou:
— Mas se a mamãe tiver outra princesinha, eu não vou ser mais a favorita de vocês?
Joaquim achou que fosse apenas uma brincadeira e sorriu, acariciando ela com carinho:
— Você é uma boba! Como é que você inventa tantas perguntas estranhas todos os dias?
Mas o que Otília queria não era um sorriso, e sim uma promessa. Não tendo conseguido essa segurança, seu coração afundou ainda mais.
“Parece que até o papai está esperando ansiosamente pela chegada do bebê na barriga da mamãe. Ninguém vai gostar de uma menina como eu, que não gosta de estudar e só causa problemas.”
...
Por volta das dez da noite, Otília finalmente terminou a medicação intravenosa, e Joaquim e Natacha levaram a pequena de volta para casa.
A empregada informou que Solange já estava dormindo.
— O quê? — Natacha ficou chocada e imediatamente se dirigiu ao depósito.
De fato, Dora estava lá dentro, batendo desesperadamente na porta, mas ninguém tinha a ajudado. Joaquim rapidamente pegou a chave e abriu a porta.
Dora saiu em um estado lamentável. Ao ver Natacha, desabou em lágrimas:
— Senhora, finalmente a senhora voltou!
— Dora, por que te prenderam aqui? — Natacha, preocupada, ajudou ela a se sentar na sala e imediatamente pediu comida e água, angustiada. — E esses machucados no seu rosto? O que aconteceu?
Dora chorou por um tempo, até que finalmente conseguiu se acalmar e, soluçando, explicou:
— Hoje à tarde, a Sra. Solange trouxe várias senhoras para casa, e, nesse momento, a Srta. Otília quis comer sorvete. Eu sabia que a senhora não queria que ela comesse essas coisas, então não dei a ela. Depois, a Sra. Solange apareceu e deu vários sorvetes para a Srta. Otília. Eu tentei impedi-la de dar, mas as senhoras se aproximaram, começaram a puxar meu cabelo e me dar tapas no rosto. A Sra. Solange mandou que me trancassem no depósito.

Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Sr. Joaquim, a sua esposa é a mulher daquela noite!
Nossa que história chata horrível como se escreve uma mulher tão burra aff...