Status: Namorada de Mentinha romance Capítulo 17

? Amanda

Depois da reunião com Zafir, que deixou definido o dia e a hora da primeira audiência, volto para meu escritório para ver a agenda do dia, Elisa entra logo atrás de mim.

__ A reunião com Zafir foi tão boa assim?

__ Porque a pergunta?

__ Você está especialmente mais sorridente hoje. __ Ela diz me avaliando.

__ Sim, estou muito feliz hoje e pode ter certeza, não é por causa do zafir .__ Ela sorri.

__ Hum, quanto mistério!

__ Como está a minha agenda pra hoje? __ Mudo de assunto. Elisa abre a tela do tablet, mexe nele por alguns segundos e logo enumera os meus compromissos.

__ Hoje você tem a audiência de divórcio de Jandira Junqueira às dez, uma audiência de custódia de um poodle francês às duas e vinte e cinco, uma audiência do caso de violência doméstica da dentista Laura Vila Lobos que será às dezessesi e trinta, e pra finalizar, a audiência final de custódia do garoto Vilela às dezoito horas.

__ Uau, dia cheio! __ Ela sorri assentindo. __ Ok, pelo menos não há reuniões para hoje.

__ Não, não há.

__ Obrigada, Elisa! Você pode por favor providenciar um café da manhã pra mim? Estou faminta. __ Ela arqueia as sobrancelhas de uma forma engraçada.

__ Isso é novidade, ele deve ser um cara muito bom! __ Forço um sorriso. É impressão minha, ou a minha assistente está tentando obter informações minhas?

__E, ele é.__ Resolvo matar a sua curiosidade.

__ Vou providenciar o seu café. __ Ela sai, fechando a porta e eu me sento na cadeira, pego o celular em cima da mesa e vejo a mensagem de Alex dizendo que chegou em Búzios. Resolvo enviar uma mensagem de volta.

... Amanda Almeida:

Que bom que chegou bem!

Desculpe, estava em reunião!

Vou passar a tarde incomunicável ?.

... Amanda Almeida:

Nos falamos a noite???

Elisa entra em minha sala com uma bandeja, com um sanduíche que me encheu a boca d'água e com com suco de laranja.

__ Aí que maravilha, obrigada mais uma vez, Elisa!

__ Não há de quê. Tenho que ir auxiliar o Matias, a secretária dele não veio hoje.

__ Tudo bem, quando terminar aqui vou para o fórum, a gente se vê no final da tarde.

__ Certo, boa sorte, doutora Amanda!

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Depois de quatro audiências extensivas, com três causas ganhas e uma remarcada para daqui a duas semanas, que causou uma estimativa positiva para o escritório, decido visitar os meus pais e jantar com eles. Com o trânsito caótico do Rio, levo quase uma hora para chegar ao hotel. Estaciono meu carro na garagem privativa, e sigo para a entrada do prédio.

__ Amanda Almeida? __ Uma voz feminina me faz para meio do caminho, e eu olho para o local escuro, que me mpede de ver quem é a pessoa.

__ Quem é você? __ pergunto colocando firmeza na voz.

__ Isso é irrelevante, só um aviso. Largue o caso Zafir! __ Audaciosa, caminho com passos firmes em sua direção, mas paro, quando escuto o som do clique de uma arma e apenas o cano surge apontando para mim. __ É só um aviso. __ A mulher repete e sai logo em seguida. Fico parada no lugar, como uma estátua e segundos depois, solto a respiração que havia prendido, e entro apressada no elevador. Quando as portas duplas se fecham, volto a respirar com mais calma e tento conter as minhas emoções. Meus pais não precisam de mais essa preocupação. Penso. Chego até a porta da cobertura e toco a campainha.

__ Filha?! __ Mamãe fala ao abrir a porta para mim. Como sempre, a abraço, mas não para me sentir em casa como das outras vezes, dessa vez, me sentindo e segura. __ Nossa, isso tudo é saudades de casa? __ Forço um sorriso.

__ Tenha certeza que sim, onde está o papai?

__ Ele desce já, tenho uma novidade pra você.

__ Ah é, também tenho novidades.

__ Adoro as novidades dos meus filhos. É o seguinte Nick e Thalita vão se casar. Não é formidável? __ Ela vibra de alegria ao dar a notícia.

__Sim, é perfeito, mamãe! Como ele está?

__ Feliz, filha, desde que foram morar juntos e os agressores dela foram presos, eles têm uma vida mais tranquila. Semana que vem, eu e o seu pai vamos para casa deles. Flávia e eu vamos ajudar com os preparativos do casamento.

__ Aí que bom, mamãe, estou muito feliz por eles! Estava torcendo para eles se acertarem logo.

__ E você, qual é a novidade?

__Filha, que coisa boa te ver por aqui! __ Papai diz, descendo as escadas, eu corro para os seus braços. __ Janta conosco?

__ Sim, vim curtir os meus pais que vivem longe de mim, paparicando o filho caçula, a nora e os bebês que ainda nem chegaram. O que me restou?__ faço o meu drama particular e eles riem de mim.

__ Não seja ciumenta, filha!__ Ele beija o topo da minha cabeça.

__ Amanda tem novidades para nos contar. __ Mamãe anuncia, deixando o meu pai curioso.

__ E vai nos contar agora ou após o jantar?

__ Agora. __ Mamãe responde por mim. __ Vocês sabem que não aguento esperar, se brincar, terei a síncope na mesa. __ Rimos do seu comentário exagerado.

__ Bom, então lá vai, eu estou namorando o Alex Village. __ Os dois ficam sérios e parados, com seus olhos fixos em mim. __ Ué, não vão dizer nada?

__ Namorando, filha?__ Mamãe pergunta emocionada, abrindo um sorriso que não cabe nela.

__ Com Alex Village, aquele seu amigo de faculdade? __ Papai indaga espantado e eu faço sim, com a cabeça.

__ Achei que você tinha dito que eram apenas amigos e que nunca ia passar disso. __ Ele repete as palavras que sempre usei, quando me questionavam na época da faculdade.

__ Sim e sim __ respondo para os dois ao mesmo tempo. Mamãe pula aos gritos em meus braços.

__ Parabéns, querida! Eu sempre soube que vocês iam ficar juntos um dia.

__ Sabia, como assim, sempre soube?

__ Ah! Filha, estava estampado na cara de vocês, acho que só vocês não viam isso. __ Papai fala.

__ Sério?__ Penso nas palavras de Thalita, que me falou praticamente a mesma coisa, a mãe de Alex que também percebeu isso, e agora meus pais. Será que fomos tão cegos assim por tantos anos?

__ Então, vamos jantar? Você parece ter advinhado que hoje temos lasanha a bolonhesa, a sua preferida. __ Sorrio satisfeita. Vamos para a sala de jantar ouvindo a tagarelice de dona Gisele Albuquerque, que não para de especular a minha vida, tanto amorosa, quanto a profissional. Na mesa, ela parece uma criança empolgada falando o tempo todo sobre o casamento do Nick e o namorado da Amanda. Ela faz comentários e perguntas ilárias, chego a ter pena de Nick e de Thalita. Se tia Flávia tiver na mesma empolgação, coitado dos dois! No final do jantar converso com meu pai sobre o caso Gutemberg Zafir e sobre uma possível ameaça ocorrida a poucas horas.

__ Isso é muito sério, Amanda, seria bom você dá queixa.

__ E dizer o quê, que eu fui ameaçada por uma sombra? Porque eu não sei quem era a pessoa.

__ Mas faz ideia de quem se trata, Amanda, só pode ser a esposa do Zafir.

__ Mas não tenho provas, papai, você é advogado e sabe que a coisa não funciona assim. __ Ele suspira, sabe que estou certa.

__ Quero que ande com segurança, Amanda. __ Ele exige.

Garota esperta!?

É algo para falar pessoalmente.

Quero saber como foi o seu dia.

... Amanda Almeida:

Muito corrido! Quase não tive tempo para me alimentar direito.

Jantei com meus pais hoje.

PS. Vou cobrar essa conversa, hein!

... Alex Village:

Pode cobrar!??

Estou com saudades!

... Amanda Almeida:

Eu também, feiticeiro.

Estou sozinha, nessa cama enorme, sentindo frio e você está aí.

Aguardo sua resposta que não vem, o que será que aconteceu? Fico aguardando que volte a falar comigo, mas o tempo passa e ele não fala. F,rustrada coloco o celular sobre o criado mudo e me deito, adormecendo logo em seguida.

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Ainda sonolenta, abro meus olhos devagar e olho a hora. Droga, ainda são uma e quarenta e cinco da madrugada. Um barulho estranho no corredor, perto da porta do meu quarto me faz despertar de vez e meu corpo inteiro estremece. Sinto meus batimentos cardíacos acelerar de modo a me ensurdecer e minhas as mãos trêmulas chegam a suar.

__ Merda, tem alguém aqui __ rosno baixinho para mim mesma. Forço-me a sair da cama e na ponta dos pés, sigo para o closet. Abro a porta lentamente e sem fazer barulho, e pego na última gaveta, dentro de uma caixa, uma pistola prateada, que guardo carregada para uma emergência. Com um suspiro profundo, vou para porta do quarto e aponto a arma, esperando que o invasor entre. Engulo em seco, quando noto uma sombra por baixo da porta, e o meu corpo treme de antecipação. Imediatamente a minha boca fica seca e a porra do nervosismo não está me ajudando muito. O estranho gira a maçaneta lentamente, tentando não fazer barulho e eu engatilho a pistola, pedindo a Deus um tiro certeiro. A porta se abre lentamente e nervosa eu fecho meus olhos e atiro.

__ Que porra, Amanda, quer me matar, caralho!

__ Alex?!! __ grito, soltando a arma e corro para os seus braços, apertando-o contra o meu corpo. Ele hesita, mas logo retribue, abraçando-me fortemente.

__ O que foi isso, Amanda?__ Procura saber, ainda me apertando contra o peito.

__ Desculpa, é que, você me assustou!

__ Estava com medo de mim?

__ Não de você, amor, achei que tinham invadido o apartamento.

__ Amanda, isso é quase impossível, nos apartamentos só entram com a nossa permissão.

__ Eu ouvi um barulho no corredor, é uma da manhã e eu estou sozinha. O que eu deveria pensar? _ Ele solta o ar com força.

__ Desculpe, você tem razão. Eu não queria te assustar, era para ser uma surpresa.

__ Surpresa?

__ Quando disse que estava sozinha, com frio em uma cama grande, eu não resisti e corri pra cá. __ Sorrio.

__ Você saiu de Búzios aquela hora por mim?__ Agora ele sorri.

__ Por você eu faço tudo, bruxinha! __ Então ele me beija.