Emily Harris
Assim que acordei decidi vestir uma roupa um pouco mais casual, já que não voltaria para a empresa e fomos surpreendidos com uma chamada do hospital, minha única reação foi desejar ir até lá ter notícias da minha pequena.
Já tínhamos uma ideia do que estava acontecendo, estava apenas preocupada em como falar com a Larissa e com o sumiço do Willian, que estava entrando em um estado depressivo com a perda da esposa.
Estávamos a meio caminho quando recebo a ligação da Emma, atendo no primeiro toque.
— Oi, amiga. — Decido colocar na viva voz.
— Emy, estou indo até Washington conversar com meu pai. — Estranho o motivo dessa viagem repentina.
— Tudo bem, mas algo aconteceu? — Fico preocupada, a família dela também é a minha.
— Ainda não sei, mas ele pediu que fosse o mais rápido possível, então estou indo com o Mike. — Claro que ele vai junto, reviro os olhos e o Noah começa a rir.
— Tudo bem, me ligue assim que chegar lá, Emma estamos indo no hospital, eles nos ligaram… — Ouvimos um suspiro pesado dela. — Não se preocupe aqui, daremos conta.
— Okay, mas qualquer coisa me ligue que viremos o mais rápido possível. — Assim que ela termina de falar, me despeço da minha amiga e volto a minha atenção para o homem ao meu lado que estava resolvendo algo no seu telefone.
Passo meu braço pelo dele e encosto a cabeça no seu ombro e recebo um beijo na testa.
— Antony? — Chamo o motorista que me olha pelo espelho. — Sabe me dizer se a Camille já pegou nossa filha? — Ele olha para o painel que tem no carro e apenas confirma.
Com os dias que fui conhecendo mais o Noah, descobri que todos os seus carros tem GPS e que ele consegue achar com facilidade e o que fica a disposição da Camille fica o tempo todo sendo monitorado pelo Antony.
— Acho que iremos chegar bastante tarde hoje Emy, depois avise a Camille. — Aceno com a cabeça e aperto mais o meu abraço nele.
O momento é difícil, mesmo que tenhamos tido tempo para que processássemos o que aconteceu, mesmo assim sou grata pela vida da Maribel que trouxe a vida da minha menina, tão linda e saudável.
Chegamos no hospital em tempo recorde, vamos em direção a sala onde os médicos devem estar nos esperando, mas quando olho para a sala de espera avisto o Willian que olhava para um ponto fixo na parede, me aproximo devagar dele e coloco a minha mão na dele.
Seu olhar estava sem brilho algum, via que ele não estava se barbeando com frequência e estava com uma cara de quem não havia dormido muito na noite anterior, ele tenta sorrir, mais uma lagrima escorre por seu rosto, seco ela e sorrio para o homem que está sendo destruído pela perda da mulher, que está conectada aos aparelhos.
— Temos que ir lá, Willian, você precisa ouvir o que os médicos têm a dizer. — Ouço o Noah falar atrás de mim.
— Quando você chegou? — Pergunto olhando em seus olhos cansados.
— Cheguei hoje, um pouco depois do almoço. — Mostro um sorriso para ele e seguro em suas mãos e tento encorajar ele para ir ouvir o que os médicos têm a nos dizer.
— Está pronto, ou podemos ficar aqui mais um pouco… — Ele me interrompe negando com a cabeça, seca outra lagrima e beija as minhas mãos.
— Não estou pronto, mas a Maribel estava e é hora de realizar o seu último pedido. — Olho para o Noah que dá de ombro.
Nos levantamos e vamos em direção a sala onde a equipe médica nos aguardava e pelo seu semblante a notícia é a que já estávamos esperando, eles nos indicam onde sentar e iniciam todo o processo de acolhimento.
— Então senhores, nos últimos dias fizemos vários exames para constatar se a sua esposa ainda tinha alguma atividade cerebral e neles todos se mostraram negativos, então todos nos concordamos em decretar a morte cerebral dela, sinto muito.
Seguro na mão do Willian que se mantêm sem reação nenhuma, ele apenas respira forte e se ajeita na poltrona e olha para mim.
— Doutor, minha esposa assim que soube estar com o câncer cerebral inoperável, ela deixou para mim que o seu último desejo fosse que todos os seus órgãos fossem doados. — Vemos uma médica respirando aliviada e sorri para gente.
— Muito bom ouvir essa notícia, temos hoje uma mulher que tem praticamente a idade da sua esposa e ela precisa urgentemente de um coração, me perdoe por fazer isso. — Ela coloca uma prancheta na frente dele com uma caneta.
— Isso é uma autorização para a doação dos órgãos dela. — O outro médico diz quando percebe a nossa dúvida.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: SUA ESTAGIÁRIA
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