Te Quero de Volta romance Capítulo 154

"Pra você fugir de mim? Não."

Emily recusou de brincadeira, mas a expressão de Stella se tornou sombria mesmo assim. Vendo o silêncio da amiga, Emily ficou pensativa por um momento e perguntou: "O que foi?"

"Emily... Eu... Eu não posso mais ficar aqui. Preciso levar o meu filho embora. Não posso fazer nada contra RK. Ele arrancou um fio de cabelo do Adrian pra fazer um teste de DNA sem nem pensar que poderia machucar o menino. Não me atrevo a pensar nas consequências quando ele descobrir que é pai dele..."

Ela mordeu o lábio e se calou.

Stella estava com tanto medo que ficou pálida, como se o homem estivesse ali nesse exato momento, tentando levar seu único filho embora.

Emily ficou chocada, mas reagiu no mesmo instante. "Vou transferir o dinheiro pra você agora mesmo. Já que você tomou essa decisão, é melhor ir embora o mais rápido possível. Vou arrumar as passagens de avião pra você."

Era óbvio que faria isso pela melhor amiga.

Emily reagiu exatamente como a mulher esperava. De repente, ela se jogou na amiga para abraçá-la e não pôde conter mais o choro. "Emily! Eu tô morrendo de medo! Não imaginei que esse dia fosse chegar tão cedo... Se ele quiser competir comigo pela guarda do Adrian e tirar ele de mim, não sei o que vou fazer!"

Ela sabia que tipo de pessoa RK era. Não importava o quanto a mulher tentasse ou o quão bem o advogado a defendesse, o homem conseguiria o que queria no final.

O maior pesadelo dela nos últimos anos estava prestes a se tornar realidade.

Vendo o estado emocional frágil de Stella, Emily a abraçou com ainda mais força e a confortou com um tom carinhoso: "Vai ficar tudo bem. Não se preocupa, quando você voltar pra França com o seu filho, ele não vai mais poder te machucar! Não chora... Se o Adrian ouvir, como você vai explicar?"

"Tem razão." Stella a soltou, apesar de as lágrimas ainda estarem escorrendo pelas bochechas. Por tantos anos, ela teve pavor desse momento.

No passado, ela acordou inúmeras vezes após ter pesadelos em que RK levava Adrian embora. Todavia, nesses momentos, não passavam de sonhos.

Agora, ele estava mesmo prestes a fazer um teste de DNA.

****

Enquanto isso, após arrancar o fio de cabelo de Adrian, RK foi o mais rápido que podia até o hospital.

Se ele fizesse o procedimento normal, precisaria aguardar sete dias para obter o resultado do teste, mas não queria esperar tanto assim. O homem não via a hora de saber o resultado, então pediu um teste urgente.

Enquanto faziam a extração de DNA, a amplificação por PCR, a detecção no computador e a análise, RK ficou esperando no hospital.

Toda vez que ele pensava em como Stella pareceu ficar nervosa, tinha ainda mais certeza de que Adrian era o bebê de quem ele havia pedido para ela se livrar naquela época.

Dezeseis horas. Em apenas dezesseis horas, ele saberia o resultado.

As mãos estavam suadas, e ele segurava com força o celular. O lindo rosto de RK estava visivelmente tenso. No momento em que o aparelho tocou, o homem quase o jogou para longe por reflexo.

Era Sophia...

Quando ele viu o nome aparecer na tela, resolveu desligar o celular.

"O número para o qual você está ligando encontra-se fora de alcance..." Parada perto da janela, Sophia estava um pouco atordoada. A mulher ficou perdida em seus pensamentos enquanto olhava para a tela do celular.

Será que ele havia desligado o aparelho em vez de atender à ligação dela?

As coisas não deveriam ser assim. O homem não via que os dois eram uma combinação perfeita?

"Stella, você não deveria ter voltado! Seria melhor se tivesse sumido da vida dele!"

As palavras de Sophia destilavam ódio. O fato de RK ter desligado o celular nessa noite a deixava assustada, com o pressentimento de que algo ruim estava prestes a acontecer.

*****

Ainda estava muito cedo, e Adrian mal havia acordado quando a mãe o puxou para fora da cama. Ele ficou muito bravo: "Mãe, por que me acordou tão cedo? A professora disse que é feio não deixar os outros dormirem! Sua malvada. Se você estivesse na escola, ela te mandaria ficar de castigo no canto da sala!"

"Adrian, eu já comprei as nossas passagens. Nós vamos sair agora mesmo, então espera um pouco que você vai poder dormir no avião, ok?"

Stella se sentia um pouco culpada por ter acordado o filho tão cedo. No entanto, ela não tinha outra escolha.

Até o momento, a mulher não havia conseguido pensar em uma boa desculpa para dar ao filho quando o avisasse que estavam voltando para a França de repente.

"Uma passagem de avião? Mãe, eu vou com você pra qualquer lugar do mundo!"

O pequenino deu um lindo sorriso. Porém, depois que disse isso, pareceu pensar em algo e ficou desapontado.

"A gente vai voltar pra França? Por quê?"

'Será que ainda não acordei? Isso é um sonho?'

No momento em que ele ia se beliscar para ter certeza se ainda estava dormindo ou não, Stella explicou:

"Eu... Adrian, a gente tá ficando sem tempo. Só quero que saiba que, por certos motivos, nós temos que voltar a morar na França."

"Mãe, aquele tio malvado te maltratou de novo? Você quer voltar comigo pra França pra se esconder?" Enquanto dava um tempo para a mãe se vestir, o pequenino olhou para ela com inocência, e sua voz infantil fez lágrimas brotarem dos olhos dela.

A mulher virou o rosto para que ele não visse o quanto ela estava se segurando para não chorar.

Ela não tinha coragem de dizer a Adrian que a razão pela qual estavam indo embora era por que RK já havia saído para fazer o teste de DNA. Assim que os resultados confirmassem o parentesco dos dois, levando em conta a personalidade de RK, ou ele machucaria Adrian, ou o tiraria de Stella.

A mulher não podia contar ao filho um fato tão cruel.

O garotinho era tão fofinho e sensível... Como poderia suportar tamanha crueldade? Como aguentaria separar-se dela?

"Mãe, se você não quer me contar, tudo bem! Não vou fazer mais perguntas. Vou com você pra qualquer lugar, porque sou seu filho e sempre vou cuidar de você, não importa onde a gente esteja!"

Adrian era muito espertinho. Embora ele não soubesse o que exatamente havia acontecido, sabia que devia ser culpa de RK, aquele malvadão.

Se a mãe não queria ficar ali, ele também não ficaria.

Se fosse para fazê-la feliz, o menino iria a qualquer lugar que ela quisesse. Afinal, o que ele mais desejava era a felicidade da mamãe!

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