Traição Seguida de Doce Carinho romance Capítulo 302

A avó parecia já ter se deitado.

Não havia luz no quintal.

Mas o luar desta noite estava excecional.

Depois de sair do carro, Carolina foi bater na porta.

Era uma casa térrea de tamanho modesto, com duas pequenas construções ao lado, uma parecia ser a cozinha, pois tinha uma chaminé, e a outra um estábulo, com algumas ovelhas que também dormiam.

Afonso também saiu do carro e ficou olhando ao redor do quintal.

Após um momento, a porta se abriu.

A avó, envolta em um xale, apareceu na entrada e, ao ver Carolina, exclamou emocionada: "Menina, por que você voltou?"

A avó era analfabeta e desde pequena a chamava de menina com seu dialeto.

"Avó, estava com saudades", disse Carolina, abraçando-a apressadamente.

O rosto da idosa estava cheio de alegria: "Eu também estava com muitas saudades."

Foi então que Afonso se aproximou.

Carolina o apresentou rapidamente: "Avó, já me casei. Ele é meu marido, Afonso. Mas ainda não tivemos a festa de casamento. Queria trazê-lo para você conhecer primeiro."

A avó se virou para olhar Afonso.

Com respeito, Afonso a cumprimentou: "Boa noite, avó, sou o Afonso."

A idosa o examinou por um instante, mas pareceu um tanto descontente: "Mais um bonitão sem conteúdo, entre."

Foi a primeira vez que a avó mudou de expressão, deixando Afonso perplexo.

Nem Carolina esperava que, ao ver Afonso pela primeira vez, a avó mostrasse desaprovação.

Afinal, o rosto de Afonso transmitia uma aura de superioridade natural, que não permitia um tratamento casual.

Inúmeras mulheres se apaixonaram por ele à primeira vista e muitos homens o respeitavam profundamente.

Por que a avó desgostar dele após apenas um olhar?

Carolina lançou um olhar para Afonso e viu em seu rosto uma expressão de inocência.

“Acender o fogo” era uma expressão local.

Nesta região rural, a maioria das famílias, especialmente aquelas com idosos, ainda usava fogões a lenha para cozinhar.

“Acender o fogo” significava sentar-se atrás do fogão e adicionar lenha e fogo.

Afonso não sabia como fazer esse tipo de trabalho.

Carolina, sem ter tempo de explicar, se aproximou da avó: "Avó, eu acendo o fogo. Lembro-me de que, quando era pequena, adorava brincar perto do fogão. Era muito divertido."

A avó respondeu: "Isso não é trabalho para meninas. É sujo e cansativo. Você está tão delicada, e se você se queimar? Isso é trabalho para um homem."

Era justamente porque o trabalho era sujo e cansativo que Carolina não podia deixar Afonso fazer isso.

Embora Afonso às vezes cozinhasse, sua cozinha era como uma sala de exposições.

Além disso, ele tinha mania de limpeza. Não era alguém para se sujar com trabalho pesado.

Afonso já havia se adiantado: "Avó, vou te ajudar."