Traição Seguida de Doce Carinho romance Capítulo 495

Quando o pequeno Pãozinho acordou, esfregou os olhos.

Parecia haver uma névoa diante deles, úmida e brilhante.

Mas rapidamente, seu olhar se tornou progressivamente mais claro.

Os olhos da criança eram incrivelmente bonitos, podendo ser descritos como cativantes.

Era difícil imaginar que uma criança possuísse um olhar tão límpido e penetrante.

Afonso acabara de abrir a porta e entrar quando viu Pãozinho começar a fazer uma ligação.

O menino tinha um relógio eletrônico.

Ele tocou a tela algumas vezes e então discou um número.

“Mãe, eu estou bem, acho que dormi por 18 horas, acabei de acordar. Foi um tio que me ajudou, o tio disse que está no lugar de sempre, para o vovô não se preocupar. Daqui a duas horas, na Praça da Sé, você vem me buscar.”

A voz do pequeno era clara e calma, muito organizada.

Afonso entrou enquanto o menino acabava a ligação.

Levantando a cabeça, Pãozinho olhou para Afonso com seus olhos límpidos e perguntou com uma voz clara: “Tio, tem algo para comer? Dormi demais e estou um pouco faminto.”

Parecia que o menino conhecia bem seu próprio corpo.

Afonso ouviu claramente ele dizer que havia dormido por 18 horas.

Afonso sempre sentiu que esse menino não era comum.

A maneira como ele falava não parecia de uma criança de quatro ou cinco anos, mas sim como se um espírito adulto habitasse o corpo de uma criança.

Afonso disse: “Eu vim exatamente para chamar você para o jantar.”

Pãozinho agradeceu educadamente: “Obrigado, tio.”

Afonso levou Pãozinho para a sala de jantar.

Não conseguindo se conter, Afonso perguntou: “Por que você escolheu a mim ontem? E se eu fosse uma pessoa má, o que você faria?”

O menino manteve uma expressão serena: “No Hotel Império, a maioria são americanos, você é chinês, e eu sou uma criança chinesa. Eu pedi ajuda ao tio, porque você parecia mais propenso a ter compaixão. Segundo, o relógio que o tio usa é o novo modelo HenryGraves, limitado mundialmente, avaliado em cerca de quatro milhões de dólares. Suas roupas são todas sob medida, os sapatos são feitos à mão por um famoso artesão italiano, Sid, são de valor inestimável. Embora o tio se vista de maneira discreta, o valor é inquestionável…”

Naquele momento, Cleiton também estava presente.

Ao ouvir uma criança falar assim, ficou abismado.

Mesmo assim, não pôde deixar de comentar: “Não posso acreditar que você, sendo tão jovem, tenha um olhar tão materialista…”

Pãozinho, ao ouvir isso, não se ofendeu e explicou calmamente: “Não é questão de materialismo, mas eu acredito que uma pessoa que se veste com tanta sofisticação não teria intenções ruins com uma criança.”

Pãozinho deu uma olhada em Afonso e concluiu: “E mais, o tio tem uma aura de elite que não pode ser escondida. Se uma pessoa assim fosse má, então não haveria mais pessoas boas neste mundo.”

Até Cleiton teve que admirar tal lisonja.

Mas o mais peculiar é que o tom do menino era tão sincero, não parecendo nada com um elogio vazio, e sua voz tranquila era singularmente agradável de se ouvir.