Traição Seguida de Doce Carinho romance Capítulo 511

Afonso, após dias de compromissos e lutas, finalmente desistiu completamente.

Como um viciado que, no fim, não consegue vencer e desiste completamente, caindo no fundo do poço.

E Carolina era o seu ópio.

Estimulando seus nervos dia após dia, destruindo sua força de vontade.

Aniquilando completamente seu mundo interior.

E lá estava ela, dizendo levemente, "quanto tempo não nos vemos".

Como se fossem apenas amigos comuns.

Realmente fazia muito tempo.

Quatro anos, cinco meses e vinte e três dias!

Afonso não deixou de pensar, se visse Carolina novamente, o que faria.

Naquele momento, ele pensou que deveria estrangular aquela mulher.

Perguntar-lhe severamente por que ela era tão cruel.

Por que a fez sofrer tanto, cair no inferno dos asuras, sem jamais conseguir se reerguer.

Mas naquele momento, Afonso de repente percebeu.

Que o único que sofria era ele, o único que estava sendo atormentado no inferno era ele.

Tudo isso, para Carolina, parecia não ter significado algum.

Ela ainda podia sorrir tão radiante.

Ela ainda vivia sob o sol, tão cheia de vida e despreocupada.

Enquanto o seu coração já estava coberto de musgo.

Afonso não disse nada.

Apenas olhou fixamente para Carolina.

Ele não conseguia dizer casualmente um "quanto tempo não nos vemos".

Não conseguia trocar cortesias com esta mulher que havia desaparecido por quatro anos.

Carolina se sentiu um pouco constrangida.

Porque os olhos de Afonso eram agudos e frios como uma adaga de aço frio, com uma lâmina afiada que emitia um brilho gélido.

Para aliviar o constrangimento, ela então fez outra pergunta: "Você está bem? Parece o mesmo de quatro anos atrás."

Cada palavra que Carolina dizia parecia exigir coragem.

Falar com Afonso era muito difícil.

Sua aura fria, estando ao seu lado, fazia com que se sentisse como se estivesse em uma câmara fria.

Afonso, sempre um cavalheiro de uma grande família, sempre mantinha um certo decoro.

Mesmo que fosse apenas para manter as aparências, Carolina pensou que Afonso diria algumas palavras educadas.

E então, com seus próprios pensamentos, seguiriam caminhos separados.

Mas Carolina não esperava que Afonso dissesse friamente: "Quem é você?"

Ele realmente havia esquecido dela?

Ou o passado dela já não era digno de menção, e eles nem precisavam se cumprimentar?

Na verdade, Carolina deveria estar feliz.

Porque esse era o melhor resultado, deixar ir sem se apegar.

E ela tinha se esforçado tanto para se esconder por quatro anos.

Afonso já a havia esquecido há muito tempo.

Carolina queria rir.

Ela, de fato, riu involuntariamente: "Desculpe, eu incomodei."

Carolina estava prestes a se virar.

Renan então se aproximou, empurrando sua bagagem: "Carolina, seu amigo?"