Traição Seguida de Doce Carinho romance Capítulo 586

Depois que os passos desapareceram do quarto, Carolina finalmente não conseguiu se segurar e começou a chorar. No entanto, ela não ousou chorar alto, apenas derramou lágrimas silenciosas. Carolina já nem se lembrava há quanto tempo não chorava.

Com Teodoro em sua vida, Carolina sentia como se tivesse vestido uma armadura impenetrável. Não importava a tempestade, ela podia enfrentá-la com tranquilidade. Às vezes, até se sentia grata. Sentia que finalmente havia se tornado a versão de si mesma que sempre desejara. Uma mulher superpoderosa intocável.

Mas Carolina descobriu que Afonso era sua fraqueza. Sempre que se deparava com ele, sua armadura parecia desmoronar completamente. Ainda ecoava em sua mente a risada leve de Afonso ao se despedir.

Carolina sabia que Afonso realmente havia desistido. Ela achava que deveria estar feliz, pois isso significava que não precisava mais viver com medo, escondendo-se. Durante anos, receou que Afonso descobrisse sobre Teodoro. Afonso sempre foi uma pessoa obstinada, especialmente porque ela havia partido sem dizer adeus.

Este adeus tardio, quatro anos depois, fez Carolina sentir como se tivesse voltado à noite em que seu pai faleceu. Sentia como se algo essencial neste mundo tivesse sido rompido. Depois de muito pensar, Carolina concluiu o que havia sido perdido: os laços, as conexões. Talvez, fosse melhor assim.

Quando Brice voltou, encontrou apenas o sangue no chão e os ombros de Carolina tremendo com o choro. Ele entendeu imediatamente.

Afonso havia estado ali. Mas ele sabia mais que Carolina provavelmente havia dado a ele uma resposta. Naquele momento, Afonso já havia partido de carro.

Brice se aproximou de Carolina: "Ele se foi. Se quiser chorar, chore à vontade."

Carolina queria chorar alto, mas havia se reprimido por tanto tempo que parecia ter esquecido como se libertar.

Durante anos, ela se perguntou constantemente.

Arrependida?

Ela estava tão convencida de que não se arrependia. Partir havia sido a decisão certa. No entanto, agora, a dor excruciante a forçava a admitir que estava sempre arrependida, independentemente da decisão tomada.

Mas agora, quatro anos se passaram. Nada poderia ser desfeito.

Ao lado de Afonso, agora havia uma mulher que reinava supremamente. Ele havia abandonado o último vestígio de ressentimento.

Era como se uma pessoa à beira da morte finalmente exalasse seu último suspiro.