Traição Seguida de Doce Carinho romance Capítulo 672

As questões do passado eram como um novelo de lã emaranhado, apertado e denso.

Agora, camada por camada, estavam sendo desenroladas e colocadas à frente de Carolina.

A dor, a luta, a traição, o arrependimento, Carolina parecia compreender tudo isso como se fosse com ela mesma.

Mas, no fim das contas, independentemente de tudo, seus pais eram pessoas boas.

Se não fosse por Laura, eles não teriam encontrado um fim tão trágico.

Laura era demasiadamente perspicaz em ver através das pessoas, manipulando os sentimentos como se estivesse manejando marionetes.

Provocando discórdias, incriminando e difamando com precisão, sempre atingindo seu alvo.

E a mãe morreu sob o peso de grandes mal-entendidos e arrependimentos em relação ao pai.

O pai morreu sem conseguir entender a mãe.

Uma tragédia completa foi assim arquitetada por Laura.

Ao ver Carolina quase perdendo o controle, Laura mantinha um sorriso no rosto, mas com uma expressão relaxada.

Como se ela apenas estivesse relembrando velhos tempos com Carolina.

Laura deu um gole no chá: "Então, você quer me matar?"

Qualquer gravador ou celular em funcionamento seria detectado.

Laura preparou mais uma jarra de chá: "Agora que fiz minhas confissões, é a sua vez de me dizer como você descobriu que o acidente de carro do seu pai tinha a ver comigo e com Lorenzo Mendes, e como você sabotou o carro dele?"

Carolina respondeu: "Eu encontrei fotos suas com Lorenzo escondidas na gaveta do meu pai, datadas do dia anterior ao acidente dele. Então eu pensei que talvez o acidente de carro do meu pai não fosse um acidente, mas sim um ato intencional. Quanto ao carro de Lorenzo, sim, fui eu quem mexeu nele, com o objetivo de fazer com que ele suspeitasse de você, incluindo aquelas fotos suas com Nereu. Mas eu deixei Lorenzo escapar, por isso ele conseguiu sobreviver ao cair no rio."

"Você não o deixou escapar por bondade, mas para que ele voltasse e me enfrentasse, nos fazendo destruir um ao outro. Carolina, sua capacidade de usar os outros para fazer o trabalho sujo também é bastante cruel."

"Eu nunca poderia chegar aos seus pés, tia Laura."

Laura se levantou, caminhou até Carolina e colocou uma mão em seu ombro: "Nós também somos como mãe e filha, embora você nunca tenha me visto como uma mãe. Mas, Carolina, é melhor resolver as inimizades do que perpetuá-las. Tia Laura está envelhecendo e você já me causou muitos problemas. Quanto ao passado, eu gostaria de esquecer tudo. Afinal, não temos grandes ódios ou ressentimentos. É verdade que eu causei a ruína da sua mãe, mas ela se suicidou porque sofria de depressão. Ela não conseguiu lidar com isso, e não é justo colocar toda a culpa em mim. Quanto ao seu pai, foi Lorenzo quem arranjou tudo. Agora que você me colocou nesta situação, podemos considerar a vingança consumada."