Um Adeus Sem Perdão romance Capítulo 11

"Devo um pedido formal de desculpas por aquela impulsividade e irracionalidade de outrora. É o mínimo que lhe devo."

Viviane quase se engasgou com o vinho, tossindo duas vezes, o rosto repleto de recusa: "Me poupe, irmã."

"Você sabe muito bem que a única vez que fui reprovada em uma prova final na universidade foi na disciplina eletiva da Profa. Quadros, só de vê-la, já me sinto mal. Além disso, eu sou tão insignificante que, provavelmente, a professora nem se lembra de quem eu sou. Realmente não posso ajudá-la."

Joana viu que ela estava relutante e não insistiu mais.

"Mas," Viviane mudou o tom, olhar astuto, " conheço alguém que pode ser perfeito para isso."

"Ah é?"

"Lembra-se do meu primo Dionísio Matos?"

Joana tomou um pequeno gole de água morna, acenando com a cabeça.

"Claro que me lembro."

Dionísio Matos, o mais jovem líder na área de física no país, foi eleito no ano passado pela revista «Nature» como um dos dez jovens cientistas mais influentes do mundo.

Desde a graduação sob a orientação da Profa. Quadros, ele estudou ciências biológicas aplicadas, publicando cinco artigos na SCI em dois anos, considerado um prodígio pela comunidade biológica.

Por razões desconhecidas, ele teve a ideia repentina de mudar de área, indo estudar física.

Isso causou bastante alvoroço na época.

A prova era que, quando alguém era competente, poderia se destacar em qualquer área.

Hoje, Dionísio era uma figura de grande importância na comunidade internacional de física.

Joana e Dionísio estavam na mesma universidade, mas em épocas diferentes, ele era como um irmão mais velho para ela.

Quando ela entrou na universidade, já tinha ouvido falar das lendas sobre Dionísio, mas foi através de Viviane que soube que ele era primo dela.

Nos últimos anos, ele esteve trabalhando em institutos de pesquisa de física no exterior, tendo retornado ao país apenas três meses atrás.

"Meu primo até perguntou sobre a saúde da professora há alguns dias, só que não tinha tido tempo, vocês dois indo juntos seria ideal."

Quanto mais Viviane falava, mais apropriado lhe parecia, fazendo uma ligação direta para Dionísio.

Depois de dois toques, a ligação foi atendida —

Joana ouviu uma voz grave vindo do outro lado, com um toque de frieza e formalidade: "O que foi?"

Enquanto ela, de camiseta branca, jeans, cabelo preso em um rabo de cavalo alto, sem maquiagem... hã, definitivamente casual demais.

Sentindo o olhar de Joana, o homem virou-se.

"Sente-se, o que quer beber?"

Sua voz magnética com um toque suavemente rouco penetrou nos ouvidos de Joana, que logo se recompôs e puxou a cadeira em frente a ele para sentar-se.

"Desculpe, te fiz esperar."

Os olhos da garota, como obsidiana, carregavam um leve pedido de desculpas.

Dionísio ajustou os óculos, falando calmamente: "Não muito, também cheguei apenas cinco minutos mais cedo. Tenho alguns dados para analisar no laboratório, então só posso lhe dar trinta minutos hoje, tudo bem?"

"Tudo bem."

O garçom se aproximou, e Joana pediu uma limonada.

Dionísio foi direto ao ponto: "Então, sobre a visita à Profa. Quadros, o que você espera que eu faça?"