Um Adeus Sem Perdão romance Capítulo 1205

Os noivos estavam sumidos.

Laura acompanhou os dois convidados até a entrada e, assim que desviou o olhar, o sorriso em seus lábios diminuiu um pouco. "E o Sílvio? A noiva precisa se arrumar, não tem como sair para receber os convidados, mas o noivo sumiu logo cedo, deixou nós dois aqui de enfeite, já estou até com o rosto travado de tanto sorrir, isso é certo?"

Thiago pigarreou discretamente: "Fala baixo e não fica com essa cara, hoje é um dia feliz."

"Menos papo furado, cadê ele?"

"Aconteceu uma emergência na empresa, ele está numa sala reservada, com o computador no colo, participando de uma reunião internacional."

"Não acredito... Hoje é o noivado dele! Faltam poucos minutos para começar e ele ainda está trabalhando?!"

Laura simplesmente não conseguia acreditar.

Thiago respondeu: "O chefe é assim mesmo, você já sabe, o trabalho é a vida dele."

Laura ficou sem palavras.

"Olha, o Dionísio chegou, e a Joana também!"

Thiago abriu um sorriso.

Laura, que estava prestes a sorrir, ao ouvir um certo nome, voltou a expressão neutra: "Ah."

"Se estiver cansada, vai descansar um pouco, chama o Bianor para ficar aqui no seu lugar."

Laura olhou para Dionísio e Joana, que se aproximavam, sem muita animação: "Tá bom, vou chamá-lo."

E então se virou e entrou.

Pouco depois, Bianor Matos saiu sorrindo.

Advogado, Bianor era conhecido pelo dom da palavra e pelas habilidades sociais — conseguia conversar com qualquer convidado, não importava quem fosse.

"Dionísio, Joana, não precisam entrar com pressa, fiquem aqui comigo ajudando a receber o pessoal."

Dionísio franziu a testa: "Deixa pra lá, não sou bom nisso, você é melhor."

"Hehe... Raro ouvir você me elogiando, até fiquei sem graça. Fala aí, em que seu irmão é bom?"

Dionísio respondeu: "Em fazer pose."

Logo após, entrou com Joana, com toda a calma.

Bianor ficou sem entender: "Como assim?"

Demorou dois segundos para se tocar: "Pô! Moleque, tá me chamando de pavão?!"

O som barulhento de uma moto tomou conta do salão.

Na sequência, uma... bem, uma mini-motinha entrou de repente.

Quem pilotava era um menino pequeno, de óculos escuros e boné virado.

Ergueu um megafone e apontou para o palco: "Sílvio, você não pode se casar com ela!"

Todos ficaram em choque.

Inclusive o próprio Sílvio.

"Ah...", o mestre de cerimônias foi o primeiro a reagir, rindo sem graça: "Haha, de quem é esse menino? Que figura!"

O menino ergueu o megafone e, com a outra mão, apontou para Sílvio: "Eu sou da família dele."

O cérebro do mestre de cerimônias travou na hora.

Será que a novela virou realidade?

Em questão de segundos, ele já imaginava umas duzentas cenas de "O Filho Secreto do Papai Empresário" ou "Mamãe, Meu Pai Milionário Te Ama!"