Um Adeus Sem Perdão romance Capítulo 1426

O helicóptero pousou no Aeroporto Internacional de Guarulhos, em São Paulo, às dez horas da manhã, horário local.

O voo, que originalmente estava previsto para durar quinze horas, acabou levando apenas doze até a chegada.

Joana e Thiago não ousaram perder tempo. Assim que saíram do aeroporto, entraram imediatamente no carro que Felipe havia providenciado e seguiram direto para o hospital.

Ao entrarem no quarto, depararam-se com a pessoa deitada na cama, o corpo repleto de tubos, os olhos cerrados, a vida esvaindo-se pouco a pouco. Eles não conseguiam acreditar, tampouco queriam crer, que aquela era Márcia!

"Joana, tio Matos." Felipe se aproximou, a voz carregada de pesar.

"Felipe, e o médico? Por que não vejo o médico aqui?!"

O olhar dele revelava compaixão e tristeza.

Não havia mais tratamentos possíveis, apenas a passagem do tempo. Por isso, o médico já não tinha razões para permanecer.

Joana vacilou, como se pudesse desabar a qualquer instante.

No entanto, um segundo antes de Felipe tentar ampará-la, ela se recompôs e se manteve firme.

Aproximou-se da cama, tentando segurar a mão de Márcia, mas percebeu que o dorso da mão dela estava coberto de hematomas, resultado de inúmeras tentativas de punção. Agora, a mão estava conectada ao soro, impossibilitando qualquer contato direto.

Joana conseguiu apenas segurar suavemente o dedinho de Márcia, inclinou-se, aproximando a cabeça do ouvido dela, como fizera tantas vezes ao visitá-la em casa, e, sorrindo, falou:

"Professora, vim te ver."

"Por que está dormindo? Abre os olhos para mim, pode ser?"

"Dias atrás, quando conversamos por telefone, você disse que estava bem, comendo e dormindo normalmente, até disse que logo voltaria para a Ilha. Por que mentiu para mim de novo?"

"Você sempre sabe que não tenho coragem de ficar brava com você, por isso se atreve a mentir mais de uma vez, não é?"

"Desta vez... eu... eu estou mesmo brava..."

"A menos que você acorde e fale comigo..."

Quando chegou a esse ponto, Joana não conseguiu mais segurar o choro. As lágrimas começaram a escorrer sem controle.

Foi então que, de repente, o dedinho de Márcia, até então imóvel, moveu-se levemente. Joana percebeu imediatamente e olhou rapidamente para ela.

Márcia havia aberto os olhos. Tentou falar, mas percebeu que usava uma máscara de oxigênio, o que tornava impossível pronunciar qualquer palavra.

Com um olhar, Joana entendeu o que ela queria, e rapidamente trocou a máscara por uma cânula nasal.

"Professora..."

"Joana." Márcia sorriu para ela. "Depois de tanta viagem... você deve estar exausta, não é?"

Mesmo tão doente, suportando uma dor imensa, Márcia percebeu imediatamente o cansaço estampado no rosto de Joana.

"Desculpe, desta vez eu realmente não quis te enganar... então..."

Ela já não tinha mais forças; para falar, precisava pausar a cada frase. Ainda assim, o sorriso não saía de seus lábios. "Por isso, não fique brava comigo, está bem?"

Joana, chorando, assentiu: "Está bem, não vou ficar brava!"

"Tem que cumprir a promessa, hein."

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