Um Adeus Sem Perdão romance Capítulo 1653

"Que pena, só entendi essa lição tarde demais, ainda bem que agora tenho a chance de parar antes de cair no abismo."

Sílvio franziu a testa: "Também não é só culpa sua, você sabe muito bem que a Joana terminou com você, não foi só por causa da mãe..."

"Mas isso deu a ela um motivo para terminar, não é a única razão, mas é parte dela."

Ao ouvir isso, Sílvio percebeu, ao ver o olhar decidido dele, que não havia mais espaço para persuasão.

Claro que ele também não queria insistir.

Afinal, não foi exatamente isso que ele fez também?

Quando percebeu que Dona Gomes estava tentando dificultar a vida de Bernarda, sua primeira reação foi alertar Dona Gomes, depois acalmar Bernarda e prometer que jamais permitiria que as duas se encontrassem novamente.

"Você está certo," Sílvio suspirou levemente, "A mãe chegou a esse ponto por conta própria, já fizemos mais do que o suficiente."

"Agora, nós dois estamos aqui na Austrália, e quem mais volta para casa é o nosso irmão caçula, ainda bem que ele não tem namorada. Mas, pelo que vejo, ele também está sofrendo bastante, anteontem me mandou mensagem perguntando quando vou voltar para casa, disse que não aguenta mais o clima lá."

Antes, quem menos voltava para casa era Bianor Matos.

Depois que Laura ficou doente, ele também foi o menos chamado.

Como dizem por aí?

Quem planta, colhe.

Dionísio sorriu de canto: "Que ele fique mais tempo com os pais, é até bom."

Sílvio devolveu o sorriso: "É exatamente o que penso."

Os dois chegaram a um tipo de entendimento silencioso.

Nesse momento, Bianor, lá na Capital, estava sentado em seu escritório, com o ar-condicionado na temperatura ideal, mas, sem motivo aparente, espirrou três vezes seguidas.

"Hmm? Quem está pensando em mim?"

...

Oliver ficou agachado por quase toda a manhã, até finalmente ver Bernarda sair.

Ele foi sorrindo ao encontro de Suzana—

"Oi, está se sentindo melhor hoje?"

Essa era a pergunta que Oliver fazia todos os dias ao ver Suzana, só que naquele dia ele a fez bem mais tarde do que de costume.

"Suzana, você..."

"Eu vou embora, daqui a três dias minha irmã vai me levar de volta ao Brasil. Obrigada por todo o cuidado e companhia neste tempo, entrego o broche para você, como lembrança."

Oliver ficou parado no lugar.

Foi a primeira vez que sentiu que o céu e o inferno estavam separados apenas por uma linha tênue.

Num segundo, seu coração pulava de alegria, transbordando felicidade; no seguinte, despencou e se estilhaçou, caindo em pedaços.

"...Você vai embora?" Não se sabe quanto tempo levou até Oliver conseguir encontrar sua voz.

"Sim, esperei minha irmã por muito, muito tempo, e ela finalmente veio me buscar. Sonhei com esse dia, era a única esperança que me mantinha viva nos dias em que estive presa."

"Mas... mas eu..."

De repente, Oliver não sabia por onde começar.

Porque—

Ele nunca havia declarado seus sentimentos para Suzana, e agora, menos ainda, tinha o direito de pedir que ela ficasse.