Um Adeus Sem Perdão romance Capítulo 196

Ao deixar Sónia na porta da escola, Juliana novamente a advertiu para ter cuidado, atentar para a segurança e cuidar do bebê, antes de finalmente instruir o motorista: "Podemos voltar."

"Sim, senhora."

Sentada no banco traseiro, Juliana olhou para o cachecol horroroso ao seu lado e não pôde evitar fazer uma careta.

Quanto mais olhava, menos suportava a visão; assim, atirou-o sob o assento, recolhendo rapidamente a mão como se tivesse tocado algo nojento.

Lembrando-se da aparência de Sónia, Juliana suspirou involuntariamente. Ela era mediana em beleza e suas maneiras não eram refinadas.

Seu olhar desviou-se novamente para o cachecol.

Um rosa choque, brega e antiquado; por mais caprichada que fosse a embalagem, isso não mudaria sua essência de má qualidade.

Era impossível não admitir que pessoas de origem humilde realmente tinham suas limitações.

Pensando nos presentes que Joana costumava dar — echarpes, joias, bolsas —, todos eram de excelente gosto e claramente escolhidos com atenção...

Nesse momento, Juliana mentalmente censurou-se por ter pensado naquela infelicidade!

...

"Senhora, chegamos."

Assim que Juliana entrou em casa, Beatriz veio ao seu encontro, imaginando que a caixa elegantemente embalada continha algo especial.

Para sua surpresa, ao abri-la, encontrou um cachecol rosa choque, cujos pontos eram irregulares e mal feitos; não apenas longe de ser bonito, sequer atendia ao requisito básico de estética.

"Mãe, que absurdo é esse? Em que época estamos, para você usar tal coisa?"

Beatriz segurava o cachecol com o indicador e o médio, como se ele destoasse completamente do estilo da casa.

Para ser honesta, era a primeira vez que via um cachecol tão feio.

A expressão de Beatriz tornou-se intrigante: "Pense bem, por que ela iria pular meu irmão e entrar em contato diretamente com você?"

Juliana ficou perplexa.

"Provavelmente meu irmão não quer a criança, e ela decidiu ignorá-lo e falar diretamente com você."

Parecia que ela estava tentando entrar na família Vieira através de sua gravidez.

No círculo social da capital, essas situações não eram raras.

Afinal, qual mulher não gostaria de se casar em uma família rica e mudar seu destino?

Com um olhar astuto, Beatriz disse: "Mãe, você não vai realmente deixá-la entrar para a família como minha cunhada, vai?"

Juliana franziu a testa: "Claro que não! Ainda não sabemos se o bebê é menino ou menina. Além disso, quando a vi hoje, notei sua aparência comum e seu gosto duvidoso, totalmente inadequados para nossa família. Ouvi dizer que ela estudou em alguma faculdade técnica... Definitivamente não é uma instituição de prestígio. Como nossa família Vieira poderia aceitar uma nora assim?"