Um Adeus Sem Perdão romance Capítulo 20

"Alô, irmão! Eu realmente não consigo me segurar para dizer isso a você..."

Após a ligação ser atendida, Beatriz mal havia começado a falar.

"Estou ocupado, não tenho tempo para suas brincadeiras."

"Não é... quem está brincando? O exagerado aqui é você, não? Como pode ser tão avarento assim? Você não sabe que homens mesquinhos são tão repulsivos quanto ratos?"

"Se quer surtar, procure outra pessoa." O que ela estava falando?

Beatriz ignorou: "A Joana ao menos cuida da sua roupa, cozinha para você, te faz companhia, como você pode ser tão sovina? A ponto de fazer com que ela precise trabalhar como diarista para ganhar dinheiro. Se isso se espalhar, você ainda se preocupa com sua reputação?"

Houve um momento de silêncio do outro lado: "...Quem você disse?"

"Joana, ué."

"Trabalhar como diarista... O que você quer dizer?"

Beatriz contou tudo que tinha visto: "...Dessa vez você realmente passou dos limites. Até um cachorro merece mais consideração, não maltrate ela..."

Beatriz continuou falando, mas Ricardo praticamente não ouviu nada.

O que ecoava em sua mente era—

Joana, trabalhando como diarista, ganhando dinheiro...

Parecia que, mesmo tendo descontado aquele cheque de cinquenta milhões, ela não se atreveu a realmente usá-lo.

Ele afrouxou a gravata, com um olhar profundo, sua expressão era indecifrável, misturando um pouco de mistério.

Ah, ela tinha ido embora tão resoluta, pensei que tinha se virado, mas...

Sem ele, até para sobreviver se tornou difícil.

"Ah, Ricardo, no que está pensando? É a sua vez."

Felipe apontou para o copo de dados na mão dele, lembrando-o.

"Chega, não quero mais jogar."

Ricardo pegou seu paletó e as chaves do carro, preparando-se para sair.

"Não foi você que quis marcar esse encontro?"

Felipe ficou confuso.

Ricardo: "Mudei de ideia, tenho assuntos a resolver."

Viviane sempre foi audaciosa e vivia na farra, Ricardo não tinha uma boa impressão dela, até mesmo poderia dizer que era ruim.

Também tinha avisado a Joana para evitar contato com ela, para não acabar aprendendo coisas ruins.

Mas a sempre obediente Joana, nessa questão, surpreendentemente não o escutou, o que fez a impressão de Ricardo sobre Viviane piorar ainda mais.

Viviane não lhe dava o braço a torcer: "Olha só, vocês já terminaram, com que direito você vem me perguntar sobre ela?"

Ricardo deu uma risada fria: "Quantas vezes já terminamos? Você consegue contar com uma mão?"

"E daí?"

"Você me barrar aqui não faz sentido. Não adianta tentar ser a vilã."

De qualquer forma, no final, Joana sempre voltava implorando por reconciliação.

Viviane riu da arrogância e presunção dele: "Nos seus olhos, Joana é menos que um cachorro, né? Você quer quando quer, descarta quando quer, no fim das contas, ela não é importante, nem merece ser valorizada."

Ricardo não queria ouvir mais nada dela: "Se não vai falar, eu mesmo vou subir e procurar."

Nesse momento, o jovem ao lado de Viviane, que até então permanecera quieto, deu um passo à frente, bloqueando seu caminho: "Senhor, invadir uma propriedade privada é crime."

Ricardo nem olhou para ele, seu olhar fixo em Viviane, deu uma risada fria e assentiu: "Certo, vou me lembrar disso. Mas, de qualquer forma, você tentar impedir é inútil, no final, ela vai voltar rastejando para mim como um cachorro."