Um Adeus Sem Perdão romance Capítulo 19

Dionísio não disse nada.

Para ele, a comida era apenas um meio de repor as energias, e o sabor pouco importava.

"Pronto."

Joana lançou um olhar para os pimentões vermelhos e os chuchus, meticulosamente arrumados lado a lado, claramente obra de alguém com TOC.

"Por que está rindo?" Dionísio perguntou, confuso.

Joana pigarreou levemente, "Nada, pode sair primeiro."

"Certo." Dionísio enxugou a água e acenou com a cabeça levemente.

Joana preparou uma mesa cheia de pratos, todos com sabores suaves, exatamente o que Márcia gostava e podia comer.

"Você ainda se lembra..." A Velha Senhora murmurou emocionada.

Após a refeição, Joana tomou a iniciativa de começar a limpar os pratos.

Dionísio foi até a cozinha para ajudar sem ser solicitado.

O homem ficou em pé sob a luz amarela quente, com sua silhueta alongada.

Do ponto de vista de Joana, o perfil delicado de seu rosto lembrava uma escultura da época da Grécia Antiga, com traços bem definidos.

Márcia estava na moldura da porta: "Joana, como você e seu irmão se conheceram?"

Dionísio era seu discípulo mais orgulhoso, e Joana, sua estudante favorita. Há muito tempo, ela tinha pensado em apresentá-los um ao outro.

Ao contrário do esperado, por uma coincidência, eles acabaram se conhecendo por conta própria.

Nesse momento, uma voz veio de fora:

"Profa. Quadros, a senhora tem visitas!"

Márcia se virou e foi para a sala de estar, onde viu a jovem levantando-se do sofá com um sorriso:

"Olá, professora, sou a Beatriz Vieira, a visitei no hospital anteriormente e perguntei sobre o processo seletivo para pós-graduação deste ano."

Márcia acenou com a cabeça: "Lembro de você, pode se sentar."

O sorriso de Beatriz se tornou ainda mais brilhante: "Soube que a senhora está se recuperando em casa, então trouxe alguns suplementos para a senhora…"

Márcia observou sem expressão as caixas de presentes sobre a mesa, contendo ginseng, ninho de pássaro e cordyceps...

Ela não desgostava de Beatriz, apesar de seu ar de Senhorita ser um tanto arrogante e mimado, mas não insuportável, e a cortesia necessária estava lá.

Mas a relação entre as duas era apenas essa, nada como a intimidade que tinha com Viviane.

"Você..." Beatriz a examinou de cima a baixo, "Começou a trabalhar como diarista?"

Joana: "?"

"Meu irmão não está te dando dinheiro para usar?"

"??"

"Meu Deus! Isso é demais! Não dá mais, não aguento…" Enquanto falava, ela saía apressadamente, seus saltos altos fazendo barulho no chão.

E enquanto caminhava, ainda pegou o celular.

Não era tanto uma questão de defender Joana, mas sim o comportamento de seu irmão que parecia extremamente depreciativo!

Era como não deixar gorjeta em um restaurante sofisticado!

Beatriz se sentiu extremamente envergonhada.