Um ventre humano para as criancas do alfa romance Capítulo 14

KIERAN:

Franzi o nariz enquanto sentia meus caninos aparecerem. Essa humana insistia em me desrespeitar repetidamente. O predador em mim se fez presente quando o sangue subiu à minha cabeça. Pela forma como ela abriu os olhos, soube que os meus deviam estar vermelhos, o que pareceu lembrá-la de que não estava lidando com um homem comum.

Com um suspiro, ela se deixou cair na cama, desfalecida; meu instinto me dizia que ela estava tonta. Meus filhotes eram poderosos demais. Será que ela conseguiria suportá-los?

— Senhorita Claris —sisei enquanto me sentava novamente, usando minha voz de Alfa para lembrá-la de que eu ainda era seu chefe e merecia respeito—. Sua prioridade neste momento deve ser meus filhotes que você carrega em seu ventre. É por isso que estou aqui; precisamos falar sobre o que vamos fazer.

Ela levou instintivamente a mão ao ventre, onde meus filhotes cresciam. Eu não os havia pedido dentro dela, mas ali estavam, os primeiros em toda a minha longa existência. Sentia meu lobo Atka ronronar, quase assumindo o controle; seu olhar dourado seguiu o movimento de suas mãos até onde nosso ouvido percebia os fortes batimentos de nossos filhotes, que pediam para se conectar conosco. Ao nos ver, Claris se cobriu com o lençol em um ato instintivo de proteção, o que me fez sorrir.

— O que quer dizer com minha prioridade? —perguntou irritada, soltando uma risada amarga que soou mais como um soluço—. Você se atreve a me falar de prioridades quando me transformou em uma incubadora sem meu consentimento? Quando tem minha irmã quem sabe onde, debatendo-se entre a vida e a morte, e agora tenta me chantagear?

As lágrimas corriam livremente por suas bochechas, mas ela não se preocupou em secá-las. Não fiz nem disse nada diante de seu acesso. Fiquei ali sentado, com os braços cruzados, esperando que terminasse. Estava acostumado; afinal, era um predador à espreita de sua presa. Não permiti que um único músculo do meu rosto se movesse enquanto me concentrava em ouvir meus filhotes. Quando vi que finalmente parava de chorar e podia me ouvir, me inclinei e comecei a falar.

Havia ordenado ao meu Beta, Kenris, que me mostrasse toda a investigação sobre minha assistente e mãe de aluguel dos meus filhotes. Entre seus pertences encontramos muitos livros de histórias de fantasia, a maioria sobre lobos.

— Sei que você gosta de histórias de lobisomens, o que me evita ter que explicar tudo. Sou o Alfa Kieran Theron da matilha Nox Venators, com milhares de anos, e tenho todo o direito sobre sua vida até que meus filhotes nasçam —declarei, inclinando-me sobre ela—. Esses filhotes são o futuro da nossa matilha, e enquanto você os carregar, está sob minha proteção e autoridade. Se quiser ver sua irmã... —fiz uma pausa significativa—, terá que aceitar certas condições.

O horror da compreensão a atingiu como um tapa. Seus olhos se encontraram com os meus, buscando algum traço de bondade que não encontrou. Não era conhecido por ser benevolente, mas por tudo o contrário: era cruel, vingativo e não acreditava no amor. Se estava aqui falando com ela, era porque não queria tomar medidas extremas para salvaguardar meus filhotes. Afinal, seu bem-estar garantia que eles crescessem em seu ventre saudáveis e fortes.

— Você está me chantageando com a vida da minha irmã? —perguntou com lágrimas nos olhos, em um sussurro quebrado, carregado de incredulidade e desprezo.

— Sim —afirmei sem me mover—. De como você se comportar depende a vida não só dela, mas...