— Eu já te avisei, Clarice. — Sterling disse com uma risada fria. — A gravidez dela é delicada. Não importa o que aconteça, você tem que ceder a ela. Não pode deixá-la nervosa. Se algo acontecer com o bebê dela, eu quero ver como você vai pagar por isso!
Os olhos frios e ameaçadores de Sterling fizeram Clarice sentir um arrepio percorrer sua espinha. O peito apertou, e ela quis chorar. Mas ergueu a cabeça, obrigando as lágrimas a recuarem. Quando voltou a encará-lo, seus olhos estavam vazios, sem demonstração de emoção.
— Sterling, alguma vez você me tratou como sua esposa? Você já me respeitou? Estamos casados há três anos e, ainda assim, sou menos que uma amante! — Disse ela, com uma voz firme, mas cheia de mágoa. — Até os amantes lá fora recebem flores, joias, carros, casas... São levados para eventos. E eu, como sua esposa, não recebo nada!
Sterling estreitou os olhos, o rosto carregado de desprezo.
— Está querendo me cobrar algo, Clarice? Você não acha que está pedindo demais?
As palavras dele atingiram Clarice como uma faca. De repente, ela se deu conta de que tudo aquilo era inútil. Com um gesto automático, ajeitou os cabelos e respondeu com calma:
— Amanhã, se você estiver livre, vamos ao cartório assinar o divórcio. Assim que eu deixar de ser sua esposa, você não vai precisar se preocupar com o que eu quero ou deixo de querer.
Três anos de casamento. Três anos em que ninguém sequer sabia que Sterling tinha uma esposa. Ela não só nunca recebeu nada, como também era constantemente questionada e humilhada. Clarice estava cansada. Quanto antes acabasse, melhor seria para ela.
— Divórcio? Pode esquecer! — Sterling respondeu com frieza, jogando as palavras no ar antes de pegar Teresa nos braços e sair apressado do quarto.
Clarice ficou parada, sozinha no quarto, com as mãos cerradas em punhos. O divórcio era uma necessidade. Se continuasse daquele jeito, ela acabaria perdendo a paciência e enlouquecendo por causa daqueles dois.
— Clarinha, você está bem? — A voz preocupada de Túlio ecoou pelo quarto, trazendo Clarice de volta à realidade. — Aquele Sterling te fez alguma coisa?
Clarice levantou o olhar para a porta e respondeu com um sorriso forçado:
— Não, vovô. Estou bem.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Um Vício Irresistível
Por favor, cadê o restante do livro???...