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Um Vício Irresistível romance Capítulo 105

Mas ela sabia que Túlio só ficaria tranquilo agindo assim. Então, deixou que ele fizesse o que queria.

Ao chegar ao escritório, Clarice se despediu de Túlio.

Assim que o carro se afastou, ela se virou e viu Esther parada a poucos metros, com um sorriso debochado no rosto.

— Ora, Dra. Clarice, você realmente não tem critério, não é? Até um velho de cabelos brancos você consegue seduzir! — Disse Esther, com sarcasmo.

Quando Clarice desceu do carro, Esther tinha visto claramente o homem de cabelos brancos sentado no banco de trás. Para ela, Clarice era alguém que faria qualquer coisa por dinheiro ou resultados, sem o menor escrúpulo. Um homem daquela idade... Ela sequer conseguia imaginar como Clarice tinha coragem de se envolver com ele.

Clarice nem olhou para ela, ignorando completamente o comentário e caminhando em direção à entrada do prédio.

Sempre que Esther a provocava, Clarice se perguntava como um dia pôde ser tão ingênua a ponto de se abrir emocionalmente com alguém como ela.

Esther, achando que seu comentário havia atingido Clarice, continuou, ainda mais agressiva:

— Não vai responder nada porque ficou sem graça, né? Clarice, sabe o que mais me irrita em você? Esse seu jeito de fingir que nada te afeta!

Esther sempre se sentia inferior ao lado de Clarice. A serenidade e a postura da outra a faziam parecer inatingível, como se estivesse sempre acima de tudo. Isso a corroía de inveja. Tudo o que Esther queria era arrancar aquela máscara perfeita.

Enquanto ela continuava falando, Clarice sentiu a paciência se esgotar. A voz irritante parecia uma agulha perfurando seus ouvidos. Ela parou, virou-se e respondeu com firmeza:

— O que você pensa de mim é problema seu. Não precisa me dizer! Fica me observando o dia todo, torcendo para que eu cometa algum erro... Mas, Esther, mesmo que eu saia da Torres Advocacia, você nunca será mais competente do que é agora. E o meu lugar, cedo ou tarde, será ocupado por alguém ainda melhor.

Clarice fez uma pausa, olhando diretamente para ela.

— Olha, por tudo o que já fiz por você no passado, será que podemos fingir que somos estranhas? Não me cumprimente, não tente conversar comigo. É pedir muito?

Clarice franziu a testa. De repente, lembrou-se de que vários contratos com empresas estavam prestes a expirar. Precisava dedicar os próximos dias para negociar as renovações.

Quanto à meta, conhecendo Teresa, Clarice temia que a chefe simplesmente jogasse toda a responsabilidade em suas costas. Se isso acontecesse, seria uma pressão enorme.

Se ela não conseguisse cumprir, seria acusada de incompetência. Se, por outro lado, tivesse sucesso, as pessoas do escritório certamente insinuariam que ela estava usando métodos pouco éticos para atingir resultados.

— Dra. Clarice, está pensando em quê? Por que não responde? — Insistiu Lilian, encarando-a.

Clarice desviou o olhar e disse:

— Organize as datas de vencimento dos nossos contratos com as empresas. Me envie primeiro os que estão para expirar. Quanto ao resto, isso é problema da nossa chefe, não nosso.

Ela mal terminou de falar quando o celular começou a tocar. Ao olhar para o número na tela, seu semblante mudou imediatamente. O rosto ficou sério, sombrio.

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