Clarice sentia o corpo exausto, mas a mente estava completamente desperta. Quando ouviu o que ele disse, abriu e fechou os lábios rosados, sussurrando com um tom manhoso:
— Eu tô tão cansada… Minhas mãos estão doendo.
Sterling, ao vê-la naquele estado frágil e quase derretido, sentiu o coração amolecer por dentro.
— Quem mandou você se esforçar tanto? — Respondeu ele, com um sorriso malicioso.
Três anos de casamento. Ainda assim, dessa vez havia sido diferente. Talvez porque, pela primeira vez, ela tivesse tomado a iniciativa.
— Se eu não me esforçasse, você ia ficar satisfeito? — Mesmo cansada, Clarice não baixou a guarda. No fundo, ainda estava apreensiva, com medo de ele resolver avançar mais uma vez.
O pomo de adão de Sterling subiu e desceu enquanto ele soltava uma risada baixa. Estava mesmo satisfeito. Mas sabia que aquele esforço todo dela tinha um motivo escondido.
Clarice, observando o rosto dele com aquele sorriso enigmático, perguntou com cautela:
— Sterling, você… Tá de bom humor agora?
Ela tinha um propósito claro para todo o empenho daquela noite. Sterling, que já imaginava o que ela queria, fingiu que não entendia.
— Por quê? Quer me agradar de novo? — Ele perguntou, num tom descarado e provocativo, enquanto seus dedos longos passavam lentamente pelos cabelos dela, brincando com as mechas.
O rosto de Clarice caiu imediatamente. Ele queria sair ganhando de graça outra vez? Que homem sem vergonha!
Mesmo assim, não ousou demonstrar irritação. Endireitou as costas, respirou fundo e, com a voz suave, disse:
— Sterling, eu sei que errei. Você pode, por favor, reconsiderar e deixar o estúdio da Jaqueline em paz?
— E onde foi que você errou? — Ele perguntou de propósito, mantendo a expressão séria.
A verdade é que Clarice não achava que tinha feito nada de errado. Mas, para salvar o estúdio da amiga, engoliu o orgulho.
— Me diz onde eu errei, e eu corrijo na hora! Só te peço, por favor, para ser generoso dessa vez e deixar o estúdio da Jaqueline em paz, tá bom?
Ela falava rápido, com medo de irritá-lo ainda mais.
— E você acha que é justo me pedir isso logo depois de ter feito só um "aquecimento"? — Ele disse, com a voz baixa e carregada, o rosto ainda sério.
Nesse momento, o som do celular interrompeu seus pensamentos. Clarice balançou a cabeça, tentando se recompor, pegou o aparelho e atendeu.
— Por favor, é a Dra. Clarice? — Uma voz feminina, embargada pelo choro, soou do outro lado da linha.
Clarice franziu levemente o cenho antes de responder:
— Sou eu. O que deseja?
— Eu queria saber se a senhora pode me ajudar num processo de divórcio. Posso explicar minha situação?
— Qual é o seu nome? — Perguntou Clarice, com calma.
— Sou Heloísa Mendes. Vivo com meu marido há vinte anos. Temos uma filha que estuda fora do país… — A mulher começou a falar sem parar, despejando detalhes sobre sua vida.
Clarice ouviu tudo em silêncio.
— Nós sempre tivemos um bom casamento… Até dois anos atrás, quando ele conheceu outra mulher em um jantar de negócios. Desde então, ele começou a desviar dinheiro para abrir uma empresa pra ela. A empresa agora tá indo bem e já faturou muito dinheiro nos últimos anos! — Continuou a mulher, a voz carregada de mágoa.

Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Um Vício Irresistível
Por favor, cadê o restante do livro???...