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Um Vício Irresistível romance Capítulo 125

O cheiro frio e penetrante dele invadiu o nariz de Clarice.

Ela se lembrou das palavras do médico, e seu coração disparou. Num impulso, empurrou-o com as mãos e gritou:

— Sterling, não aperta minha barriga! Tá doendo!

Na noite anterior, só de ele tê-la pressionado um pouco mais, ela já tinha sentido desconforto no ventre. Não queria passar por isso de novo.

Sterling franziu a testa, inclinando-se para encará-la. O rosto dela estava corado, e ele sabia que ela sentia algo por ele. Mesmo assim, continuava a rejeitá-lo. Era como da última vez, quando ela preferiu resolver “a situação” com as mãos a se entregar completamente. Ele não acreditava por um segundo sequer que essa mulher não tinha algo a esconder.

Clarice, ao perceber o olhar intenso dele, sentiu um calafrio percorrer a espinha. Tentou justificar-se rapidamente:

— Eu… Eu tô com dor na barriga.

— Ontem você também disse que estava com dor na barriga. Hoje de novo. Amanhã vou pedir ao Isaac que chame um médico para te examinar. — Disse Sterling, com a voz fria, obviamente sem acreditar nela.

Não era possível que, toda vez que ele queria algo mais íntimo, ela surgisse com a mesma desculpa. Ou estava mentindo, ou arranjando pretextos para evitá-lo.

Clarice reagiu no mesmo instante, sua voz saindo apressada:

— Não precisa… Não tô com nada!

Se Isaac chamasse um médico, sua gravidez acabaria sendo descoberta. Sterling, ao saber disso, com certeza a forçaria a interromper a gestação. Mas aquele era o bebê dela, e ela daria à luz, custasse o que custasse.

Sterling semicerrou os olhos, desconfiado.

— Clarice, você tá escondendo alguma coisa de mim?

A reação dela era estranha demais.

Clarice respirou fundo, tentando manter a calma, e respondeu:

— Eu tô com vários casos pra preparar. Tenho que revisar documentos, fazer investigações… Não tenho tempo pra ir ao hospital agora. Quando terminar tudo, eu vou fazer o exame, pode ser?

Ela precisava arrumar um jeito de se divorciar dele o mais rápido possível.

Nos primeiros três meses de gravidez, sabia que não poderia ter relações. Sterling, tão intenso e exigente nesse aspecto, poderia aceitar um ou dois “não”, mas com o tempo perderia a paciência. Se ele fosse muito agressivo, a gravidez correria sério risco.

— Amor, anda logo! Eu tô te esperando… Não aguento mais!

Teresa, ouvindo aquelas palavras, ficou furiosa. Seu grito quase estourou o tímpano de Clarice.

— Sua vagabunda! Como você tem coragem de seduzir o Sterling assim? Sua sem-vergonha!

E, sem esperar resposta, Teresa desligou o telefone na cara dela.

Clarice respirou aliviada, guardando o celular rapidamente. Enrolou-se no cobertor, cobrindo cada centímetro do corpo. Agora, só podia rezar para que Teresa fizesse algo que conseguisse tirar Sterling dali.

Sterling, por sua vez, logo encontrou as duas camisolas no lixo. Segurou as peças nas mãos e, com um sorriso no rosto, voltou para o quarto. Durante o curto trajeto, sua mente foi invadida por imagens provocantes de Clarice usando aquelas roupas. Sua garganta ficou seca. O corpo, quente.

Mas, ao voltar para o quarto, deparou-se com uma cena que o fez rir de raiva. Clarice estava enrolada no cobertor, transformada em um casulo humano, sem deixar qualquer parte do corpo à mostra.

Ele percebeu na hora: ela tinha feito tudo aquilo de propósito. Mandou-o procurar as camisolas só para ganhar tempo e se “proteger” dele.

Mas, naquela noite, Sterling não tinha nenhuma intenção de deixá-la escapar.

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