Ana foi atingida pelas palavras de Clarice e quis explodir, mas, com tantas pessoas ao redor, ela não teve coragem de criar uma cena. Mesmo assim, rebateu com uma voz fria:
— Cuidar do marido é sua obrigação. Do que você está reclamando?
Clarice observou o rosto de Ana, cheio de raiva reprimida, enquanto ela gritava. No fundo, Clarice não sabia ao certo como se sentia.
Mesmo depois de Sterling ter dado aquele aviso claro, Ana sequer tentou se conter. Às vezes, Clarice realmente questionava se ela era mesmo filha dessa mulher.
Uma mãe, depois de carregar um filho por nove meses e passar pelo perigo do parto, deveria enxergar seu filho como a coisa mais importante da vida.
Ana sempre amou Beatriz. Desde pequena, Beatriz sempre teve tudo o que queria. Já com Clarice, a relação era marcada por ódio e severidade. Clarice nunca entendeu o que havia feito para merecer esse tratamento.
Sterling, recostado preguiçosamente na cadeira, observava Clarice com seus olhos escuros e profundos. Ele tinha acabado de ajudá-la, e agora ela, ingrata como era, estava claramente do lado de outra pessoa.
— Clarice, já mandei você servir o vinho. Anda logo! — Ana, vendo que Clarice continuava parada, perdeu completamente a paciência. Sua raiva explodiu, e ela estendeu a mão para puxar o cabelo de Clarice.
Quando Clarice era criança, Ana frequentemente a segurava pelos cabelos e a pressionava contra o chão. Uma vez, chegou a machucar a testa de Clarice, que acabou abrindo um corte.
Desta vez, no entanto, quando Ana tentou agarrá-la, Clarice interceptou sua mão no ar.
— Já chega! — Disse Clarice, firme.
O olhar de Clarice era afiado como duas lâminas, frio e ameaçador. Havia algo de sombrio e assustador nele. Talvez fosse o tempo que ela passara ao lado de Sterling, mas ela estava cada vez mais parecida com ele, não apenas em suas atitudes, mas até em seu olhar.
Ana ficou paralisada com aquele olhar. Seu coração disparou e ela pensou, chocada, que a garota estava assustadoramente agressiva.
— Clarice, sua ingrata! Você ousa levantar a mão contra a própria mãe? — Beatriz, vendo a cena, se aproximou para ajudar Ana.
Asher, que estava observando tudo, franziu a testa e se levantou para intervir. Ele segurou o braço de Beatriz antes que ela pudesse se aproximar de Clarice.
— O que você está fazendo? — Beatriz perguntou, irritada, virando-se para ele.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Um Vício Irresistível
Por favor, cadê o restante do livro???...