Teresa falou com a voz embargada, carregando um tom choroso que fazia qualquer um sentir pena dela.
Callum rapidamente imaginou a situação e, em sua mente, teve certeza absoluta de que era culpa de Clarice novamente.
Ele concluiu que precisaria conversar seriamente com Clarice. E, se ela não colaborasse, não hesitaria em dar uma lição nela.
— Teresa, qualquer coisa que você precisar, me diga. Eu vou te ajudar. Não vou te forçar a falar sobre o que não quer. Descanse bem, eu estou indo embora. — Callum disse, antes de se virar e sair do quarto.
Quando ouviu o som da porta se fechando, Teresa se virou na cama, mordeu levemente os lábios e começou a tirar a bandagem do pulso. A verdade era que o ferimento não era profundo, nem grave. O sangue na gaze? Ela mesma havia colocado ali. Sua tentativa de suicídio não passava de encenação.
Mas, agora, ela percebeu que nem mesmo isso havia sido suficiente para segurar Sterling. Precisaria pensar em outra estratégia.
…
Clarice dormia profundamente quando sentiu um peso sobre seu corpo, como se estivesse sendo comprimida. A sensação de sufocamento a fez despertar sobressaltada.
Ao abrir os olhos, ela deu de cara com o rosto de Sterling muito próximo ao dela. A luz suave do abajur ao lado da cama iluminava o quarto, suavizando os traços dele. A expressão no rosto do homem era menos severa do que o habitual, com toques de uma ternura que ele raramente demonstrava.
Clarice sentiu um frio na espinha ao lembrar-se do bebê que carregava. Um suor gelado escorreu por sua nuca.
— Sterling, o que você está fazendo? — Perguntou ela, com a voz ainda fraca de sono.
Sua voz, suave e delicada, combinava perfeitamente com a atmosfera noturna e com a luz quente do ambiente, criando um clima de intimidade quase irresistível.
— Você ficou me abraçando e dizendo que me queria. Achei que estava me convidando. — Sterling respondeu sem rodeios, direto como sempre.
Clarice ficou atônita. Ela e Sterling dormiam na mesma cama há três anos. Já era um hábito dela se aconchegar ao corpo dele durante o sono. Provavelmente, naquela noite, enquanto dormia, ela havia feito isso de novo.
Mas, por que isso aconteceu? Ela tinha preparado duas cobertas separadas justamente para evitar esse tipo de situação. Como ela foi parar nos braços dele?
— Se você continuar se mexendo assim, eu não vou conseguir me controlar. — Sterling murmurou, com a voz rouca e carregada de desejo.
Ele inicialmente queria apenas provocá-la, mas os movimentos involuntários dela aumentaram ainda mais o desejo que ele já sentia.
Mesmo depois de três anos de casamento, a atração que ele tinha por Clarice não havia diminuído nem um pouco. Pelo contrário, parecia crescer a cada dia, como se ela fosse um vício do qual ele nunca iria se cansar.
— Eu paro de me mexer, mas me solte primeiro! — Clarice respondeu, sentindo o corpo dele reagir de forma que a deixava ainda mais nervosa. Ela sabia que, se continuasse se movendo, ele poderia perder o controle completamente.
Sterling respirou fundo e segurou a nuca dela com uma das mãos, puxando-a para mais perto. Seus lábios se encontraram, e ele a beijou com uma intensidade surpreendentemente delicada. Era um beijo cuidadoso, quase como se ele estivesse protegendo algo precioso.
Clarice ficou confusa. Em sua mente, Sterling nunca foi gentil na intimidade. Ele era direto, impetuoso, muitas vezes ignorando completamente os desejos ou sentimentos dela. Mas, naquela noite, havia algo diferente em sua abordagem.
— Clarice, concentre-se… — A voz rouca de Sterling soou em seu ouvido, carregada de uma sensualidade quase hipnótica.

Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Um Vício Irresistível
Por favor, cadê o restante do livro???...