Uma Escrava Para Os Reis romance Capítulo 1

Nota: Gente esse livro é bem diferente do que eu costumo escrever, então terão várias cenas que tratam de estupro, violência, tortura... Este aqui é bem um Dark Romance. Para quem quiser ver esse outro lado meu, boa leitura ;)

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A coisa POV

Senti mais um corte em minha pele e a dor simplesmente se somou a todas as outras, a todos os cortes que já recebi hoje por causa dessas chicotadas… Teve uma época que eu me importava, que implorar para pararem ia me ajudar em alguma coisa, mas a única coisa que recebia eram humilhações ainda piores.

Em algum momento achei que tudo isso era injusto, mas aprendi rapidamente que isso não importa, não para mim… Se fosse uma outra pessoa, então outros tentariam defender, mas eu? Eu não tenho suporte nenhum.

Quantas vezes eu pensei que ia morrer e desejei que isso fosse verdade, mas no final eu apenas desmaiava e depois de um tempo acordava… Nem mesmo a Morte me deseja. Instintivamente meus lábios se curvaram um sorriso breve, antes que mais uma chicotada atingisse minhas costas.

Não sei quantas chicotadas mais aconteceram até que soltaram meus punhos que estavam presos em correntes envolta e presas em um gancho. Cai ajoelhada, mas apenas para escutar o riso daqueles que estavam ao meu redor e não demorou para que sentisse minhas costas arderem, um líquido frio e muito dolorido derramado em minhas costas, um líquido misturado com várias ervas de cicatrização, mas também partículas de prata, acrescentadas apenas para doer mais…

“Pronto, parou de sangrar! Agora levanta e vai terminar de limpar os banheiros dos guerreiros!” A voz de Alpha Julian ecoou.

Quando parei de gritar eles haviam ficado com raiva e suas torturas só aumentaram, mas eu me adaptei e agora não importa o que eles façam, eu simplesmente não grito mais… Eu até parei de falar.

Confirmei com a cabeça, indo até o canto, pegando a blusa velha e colocando e caminhei em direção ao lugar indicado. Ao galpão onde a maioria dos guerreiros sem companheiras ficava. Era um lugar nojento, eles sequer tinham ideia do que era higiene, mas queriam sempre tudo limpo e geralmente eu quem limpava, ou então alguma Omega que estava sendo punida também era mandada para esse lugar.

Fui até o lugar onde ficavam os baldes, água limpa e outros produtos de limpeza, arrastei meu corpo até chegar na área dos banheiros e como sempre eles estavam imundos, havia sujeira em todas as paredes, inclusive no teto.

Vai demorar algumas horas para eu terminar de limpar tudo e nesse meio tempo a dor é constante, mas pelo menos as dores nas costas se sobressaem a dor da fome, meu estômago se acostumou a receber pouca comida e eu geralmente bebo mais água. Escutei em algum lugar falando que sem comida o corpo pode viver mais tempo, mas não sem água… Claro que ninguém sabe disso, muito menos sabem que eu costumo comer os restos de comida que eles jogam, quando estou varrendo e vejo que tem algo que possa ser aproveitado eu consigo esconder para comer depois.

Nem eu sei porque faço isso, afinal de contas sem fazer essas coisas eu morreria, bom… Não é bem assim, eu falei antes, mesmo quando fiquei sem comer e sem beber nada, ainda assim acordei depois de alguns dias… O Alpha tinha ordenado que me alimenta o suficiente para que eu não morresse.

Acho que uma parte minha ainda quer um pouco de alívio da dor, porque esperanças eu não tenho mais. Eu sou apenas uma escrava, uma sem voz, eu nem lembro meu nome…

Patético, não é? Mas eles conseguiram tirar tudo de mim, a única coisa que ainda não conseguiram foi a minha vida, mas é apenas para que eles continuem me torturando.

Escutei o som da porta do banheiro ser aberta, eu já sabia quem era, Bryan, o futuro Gamma, uma das pessoas que mais adorava atormentar a minha vida, eu já estava terminando o serviço…

“Olha só… A coisa…” A voz dele fazia os cabelos da minha nuca se arrepiarem, eu nunca gostei dele, desde criança, sempre achei que tinha alguma coisa errada…

Mas quer dizer, deve ter algo errado com todo mundo, para gostarem de torturarem alguém… Ou provavelmente eu estou errada mesmo e é normal fazerem esse tipo de coisa.

Continuei passando o pano no chão, um pouco mais perto das pias, o som dos passos dele vai até um dos lugares e escuto o som de líquido batendo contra o mármore… Mas eu sei que ele não está fazendo no vaso e sim no chão.

Levei o pano a pia que ia deixar por último, liguei a água e comecei a lavar o pano, já sabendo que ia usar ele para limpar o chão sujo onde Bryan estava. Escutei o som do zíper sendo fechado e logo os passos pesados dele em minha direção, senti ele segurar meus cabelos pelas pontas, com força e no segundo seguinte estou caída no chão, com a cara no mijo dele. Meu corpo reagia automaticamente já, por isso não me dei ao trabalho de reclamar, eu já esperava por algo assim, ainda bem que estou com o pano em mãos.

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