A mulher apertou os punhos, respirou fundo e tentou tirar tudo isso da mente. Ali, ela era profissional e não deixaria isso abalar seu trabalho. Com passos trêmulos, ela entrou no elevador e apertou o botão. Sabia que não demoraria até chegar ao topo, mas desejou que o tempo parasse. Quando as portas se abriram no último andar, ela encarou o hall de entrada e sentiu suas pernas falharem.
No entanto, uma loira bastante animada estava à sua espera.
— Você deve ser Mia Wanell. — A loira alta, vestida formalmente, mas também sexy, aproximou-se dela com um sorriso nos lábios pintados de vermelho, puxando-a para o lado de fora.
Mia sentiu, pela primeira vez, que estava na toca do lobo. Olhou em volta e percebeu que tudo ali quase se igualava ao andar de baixo, só que, diferente do andar administrativo, era reservado para o CEO. Tinha o logotipo enorme em prata espelhado, as portas eram de vidro, ou seja, Jackson sempre estava de olho em tudo. E a secretária tinha uma sala bem diferente do cubículo onde trabalhava.
— Sou Sadie Parker. Vou levá-la até a sala presidencial.
— Obrigada — disse, nervosa.
A cada passo que ela dava, seu coração diminuía, as mãos suavam, era ansiedade. Estava prestes a cair com tanta informação.
— Ah, desculpa. — Ela parou do nada, fazendo com que Mia quase esbarrasse na loira alta. — Não podemos entrar sem que eu te explique as regras.
— Regras?
Com o canto do olho, ela encontrou Taylor focado em alguns papéis, mas ele a viu. Parou o que estava fazendo e a encarou, como na noite passada, fazendo com que Mia perdesse a noção do espaço-tempo.
— São coisas simples, mas que o chefe odeia e você não pode cometer um deslize. — A ruiva, então, desviou os olhos castanhos do chefe para prestar atenção no que Sadie falava. — Taylor Jackson odeia ser chamado de Taylor no escritório. Para você, é senhor Jackson. E não o dê bom dia, porque ele nunca está de bom humor. Também não se atrase, pois ele vai te demitir assim que chegar. Seu café é forte, sem açúcar, e ele tem uma lista de restaurantes favoritos. Eles já deixam uma vaga reservada para ele, então basta dizer que é para Taylor Jackson. E não fale nada que não seja estritamente sobre trabalho, já que ele não gosta de intimidade.
Sem perceber, ela riu, um deboche que escapou sem querer. — Entendi. — Tentou disfarçar.
— Devo alertá-la de que você é a sexta secretária em seis meses. Ninguém passou do primeiro mês, e ele não é de ser gentil. — Não mesmo. Ele pareceu ser um bruto safado. Mia se repreendeu por pensar nisso agora. Lembrar dele transando com sua chefe causou uma estranha sensação de prazer. — Espero mesmo que você fique. Não posso fazer tudo ao mesmo tempo, e admito que não tenho paciência para lidar com o chefe. Sorria. Ele não olhará no seu rosto, mas é sempre bom ser simpática.
Então, após confirmar, Sadie seguiu e abriu a porta para que ela entrasse. Mia o encarou, pois Taylor já estava encostado na cadeira, confortável, seu olhar fixo na ruiva, que suava frio. — Senhor Jackson, essa é a... — Mia Wannell. — Ele completou, satisfeito ao falar novamente seu nome. Taylor não tinha pudor, mas era profissional. Claro, passando das sete, ele podia se envolver sexualmente com uma colega de trabalho que se exibisse para ele, desde o momento em que chegava até o momento em que ia embora. Porém, ver Mia ontem, observando aquilo, o deixou maluco. Ele pensou que finalmente tinha encontrado alguém que pudesse ser interessante. Contudo, era uma funcionária. — Sei quem é.
O olhar de cumplicidade agradou o chefe, que deu um sorriso pequeno e singelo, causando estranheza em Sadie. — Expliquei detalhadamente como tudo funciona aqui, senhor, então...
— Volte para o seu lugar, Sadie. — A rispidez não era surpresa para a loira. Ele não tomava cuidado com as palavras nem se preocupava com os sentimentos alheios. Involuntariamente, Mia o encarou com raiva, cerrando os olhos como um desafio e uma repreensão. — Posso continuar com a explicação detalhada para a senhorita Wannell.
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