Uma Noite, Uma Esposa romance Capítulo 404

A luz fraca, o estilo monocromático e a figura alta e esguia em frente às janelas que vão do teto ao chão.

Embora fosse apenas uma visão de costas, ela podia reconhecê-lo em um piscar de olhos.

Os passos dela congelaram ali mesmo.

A coragem e a calma que tinha ao entrar desapareceram naquele momento sem deixar rastros.

O passado passou pelos olhos dela, como se fosse um filme.

Somente então ela percebeu o quão vividamente se lembrava do que havia acontecido entre eles.

Após um período indeterminado de silêncio, a pessoa junto à janela lentamente se virou.

Na luz e nas sombras variáveis, ele usava uma blusa cinza lisa, e a calça preta do terno fazia com que suas longas pernas parecessem mais esguias.

Ele caminhou lentamente na direção dela, com passos firmes.

Cada passo era como se estivesse pisando no coração dela.

Quando ele parou na frente dela, Briley queria fugir.

Ela ainda não estava pronta.

Nunca imaginou que reencontraria ele em uma situação como essa.

Três anos. Três longos anos.

Ele ainda estava tão bonito e charmoso quanto antes. O tempo havia sido gentil com ele, concedendo-lhe um charme maduro.

Ele parecia uma encarnação perfeita, e seus olhos semelhantes ao obsidiano tornavam-se cada vez mais profundos.

Briley olhou para ele como se tivesse esquecido de respirar.

Cayson também estava observando-a.

Eles não se viam há três anos. Ela parecia mais graciosa e bonita do que na foto.

No entanto, a expressão naqueles olhos brilhantes era a mesma de antes...

A aparência gentil dela, juntamente com seus olhos extremamente inocentes, faziam com que ele realmente quisesse...

Cayson estreitou os olhos. "O que foi? Você ficou no exterior por três anos e não sabe mais falar raxtapuri?"

O sarcasmo nas palavras dele trouxe Briley de volta à realidade.

"..."

Ela não sabia como responder, encontrando os olhos arrogantes do homem.

A voz dele parecia ter ficado mais atraente, embora os pensamentos dela ainda estivessem confusos.

Silêncio, outra explosão de silêncio.

Cayson não estava com pressa. Ele apenas a observava em silêncio.

O olhar tranquilo e elegante dele varreu o rosto de Briley com um toque de indiferença.

No final, foi Briley quem foi derrotada.

Parecia que ela nunca havia vencido uma batalha de olhares com ele.

"Sr. Rowe, como você tá?"

Como você está.

Além disso, "Sr. Rowe" era um título educado e distante...

Os olhos de Cayson escureceram. "Como você tá?"

Briley ficou sem palavras.

O tom de questionamento dele a fez sentir-se terrível.

Acalmando-se, ela disse: "Sr. Rowe, eu não esperava ter notícias suas tão rápido. Eu cheguei aqui ontem, mas você não conseguiu esperar pra me convidar pra vir aqui hoje... preferiu um sequestro".

"Sim, eu não consegui esperar."

"..."

Ele admitiu isso tão simplesmente que Briley não sabia o que dizer.

Ela abaixou um pouco os olhos, deprimida, e disse baixinho: "Não sei por que você me chamou aqui, Sr. Rowe. Você precisa de alguma coisa? Acho que não tinha necessidade se era só pra matar a saudade.

"Eu não quero matar a saudade."

Cayson de repente deu um passo à frente e diminuiu a distância entre eles.

Briley podia sentir a aura dele a envolvendo, e até o aroma do perfume do corpo dele estava ficando mais próximo.

Ela se forçou a permanecer calma enquanto se preparava para se afastar, quando Cayson agarrou seu pulso.

Os dedos dele estavam muito quentes.

Ele a encarou com seus olhos negros e abriu levemente seus lábios finos. "Quero cobrar uma dívida sua."

"Cobrar uma dívida?"

Quando foi que ela lhe devia algo?

Briley franziu o cenho levemente. "Você... acho que você tá enganado."

"Não, eu me lembro muito bem."

"Eu não te devo nada... Estávamos quites quando nos divorciamos..."

"Acertou."

Ele segurou a mão dela e a colocou em seu coração.

Abaixo do peito forte dele estava seu coração batendo forte.

"Você roubou meu coração faz muito tempo."

"..."

Se essas palavras viessem da boca de outra pessoa, ela teria calafrios.

No entanto, as palavras de Cayson... a fizeram sentir como se ela realmente tivesse feito algo errado.

Depois de um tempo, Briley voltou a si depois de ficar encarando a aparência encantadora dele.

Ela puxou a mão para trás em pânico e deu dois passos para trás.

"Sr. Rowe, para de brincar."

Ela parecia envergonhada e não ousava olhar nos olhos dele.

Os olhos de Cayson brilhavam enquanto ele se aproximava dela. "Eu tava brincando?"

Quando ela o viu se aproximando, o coração de Briley afundava pouco a pouco.

Cayson a agarrou pelo ombro, deixando-a sem lugar para fugir.

A voz dele era baixa e sexy. "Nos últimos três anos, eu me arrependi o tempo todo."

Ele lamentava tê-la deixado ir.

Ele deveria tê-la amarrado ao seu lado, mesmo que ela o odiasse.

Realmente era difícil lidar com o sentimento de solidão e anseio.

Briley entendeu o que ele queria dizer e seu coração acelerou.

Ela levantou a cabeça. "Sr.... Sr. Rowe... Eu não entendo o que você tá querendo dizer..."

Ele curvou os lábios e disse sarcasticamente, "Você não entende, ou não quer entender?"

Ele expôs a verdade.

Briley virou a cabeça para o lado de maneira desajeitada.

Como se ela tivesse acabado de acordar de um sonho, ela virou a cabeça para o lado e ofegou pesadamente.

Cayson olhou calmamente para os lábios dela, ligeiramente inchados, e disse com voz rouca: "Admite logo. Pelo menos você não odeia."

Ele estendeu a mão, querendo acariciar o cabelo dela.

Briley desviou rapidamente.

Ela corou e mordeu o lábio inferior com seus dentes brancos. "Cayson, a gente não tem nada pra conversar."

Com isso, ela se virou e estava pronta para ir embora.

Cayson não a impediu, mas disse, "Como não? Briley, não esquece que a gente ainda tem dois filhos."

"..."

"Você não quer ver a Rene?"

Rene!

Sua filha.

Briley parou.

Cayson ficou satisfeito com a resposta dela, mas sentiu-se um pouco decepcionado. Ela só aceitou parar quando ouviu o nome da filha. No entanto, ela não estava disposta a parar para ele, nem mesmo por um momento.

Briley apertou os punhos e virou a cabeça para olhá-lo. "Rene... ela tá bem?"

A expressão de Cayson se tornou séria quando ele perguntou, "O que você acha?"

Briley ficou sem palavras.

"Uma menininha que nunca experimentou qualquer amor maternal desde que era criança. Briley, você é realmente uma mãe cruel."

"..."

Briley franziu o cenho.

Ela encarou Cayson na sua frente com raiva. "Como ele pode me acusar assim tão presunçosamente?"

Se tivesse a escolha, ela naturalmente esperaria levar ambos os filhos com ela.

Cayson olhou diretamente para ela. "Se você quiser compensar isso agora, não é tarde demais."

Briley ficou atônita por um momento. "O que você quer dizer com isso?"

"Eu não oficializei o nosso divórcio no papel."

"..."

Sim, há três anos, até ela ir embora, ele ainda se recusava a ir ao cartório.

Cayson disse solenemente, "Você ainda é minha esposa, a jovem madame da família Rowe. Você pode cuidar da Rene e do Drew."

Briley não encontrou palavras.

Isso significava que ele desejava se casar com ela novamente?

Mas o que era esse tom confiante? Por que ele estava tão certo de que ela voltaria para ele?

Três anos atrás, ela finalmente conseguiu fugir do controle dele, mas agora ela estava voltando?

Ela era idiota?

Briley apertou os lábios e disse: "Desculpa, não posso aceitar essa proposta."

O rosto bonito de Cayson escureceu. "Você, mulher insensível!"

Uma mulher insensível.

Os cantos da boca de Briley tremeram. Quando eles estavam juntos no passado, ele falava isso para ela com frequência.

Ela olhou para ele indiferente. "Talvez você esteja certo. Eu sou uma mulher insensível e não uma mãe perfeita."

Cayson ficou furioso. Ele avançou e disse, "Briley Luna, eu não vou deixar você me abandonar!"