Uma Noite, Uma Esposa romance Capítulo 461

Rene acenou com as suas mãos pequeninas e atirou-se nele. A franja dela estava bagunçada, mas seu rostinho estava coberto com uma delicada cor rosa. Cayson não conseguiu mais manter a sua cara fechada.

"Papai, você já comeu? Tá com fome?"

"Sim, já comi. Fico feliz de saber que você se preocupa comigo, diferente de uma certa pessoa."

Cayson a levou para a cama e sentou-se, lançando um olhar para a porta.

Briley ficou sem palavras.

Poderia ser mais óbvio que ele estava falando dela?

Rene cobriu a boca e deu uma risadinha. "Papai, nós não voltamos tão tarde de propósito. É porque a comida que a tia Katrina fez é tão gostosa. São as comidas preferidas do Drew, e as minhas também. Mamãe falou que a gente não podia decepcionar nossa tia, então tivemos que comer antes de voltar pra cá."

Cayson não ficou bravo. Ele gentilmente acariciou o longo cabelo de sua filha e disse, "Ok, entendi."

Vendo que a expressão do homem estava um pouco melhor, Briley chegou até ele e disse com um sorriso forçado, "Já que a Rene explicou pra você, agora você sabe o que aconteceu..."

No entanto, antes que ela pudesse terminar de falar, Cayson a interrompeu. "Se você ensinou as crianças a não decepcionarem os mais velhos, então como você teve coragem de me decepcionar?"

Briley ficou atônita. Por um momento, ela não teve coragem de olhar nos olhos dele.

Felizmente, ele não continuou questionando-a e preferiu conversar com as duas crianças por um tempo.

Briley sentou-se de lado, apoiando o queixo e observando os três em silêncio. Ela estava perdida em seus pensamentos.

Kiran, que estava parado na porta, via a atmosfera calorosa no quarto e a expressão gentil e amável de seu chefe. Ele suspirou em seu coração. Ele pensou, "O chefe deu toda a ternura dele só pra jovem madame."

"Quanto à gentileza dele com as duas crianças, é só porque são filhos da jovem madame."

"Se fossem o filhos de outra pessoa, provavelmente ele ainda teria a mesma expressão fria de antes."

...

Como ela não tinha visto Cayson o dia inteiro, Rene não parava de perturbá-lo.

Drew ainda estava um pouco desconfortável com ele. Ele ficou ao lado, parecendo como se estivesse dizendo, "Eu quero me aproximar, mas não vou tomar a iniciativa."

Briley não interferiu e permitiu que Drew se acostumasse gradualmente.

Ela sabia muito bem que, embora as crianças fossem pequenas, já tinham suas próprias ideias nesta idade. Como pais, eles só podiam educá-los, ao invés de forçar e violar a vontade das crianças.

"Papai, vamos desenhar juntos."

"Certo, o que você quer desenhar?"

"Eu quero desenhar nossa família. Quero que o papai, a mamãe e o Drew estejam nela..."

Enquanto Rene falava, ela desenhava no quadro com um giz de cera.

Drew também se inclinou para dar uma olhada. Rene enfiou um giz de cera na mão dele e disse: "Drew, me ajuda desenhar o céu. Eu vou desenhar a casa e as pessoas."

Briley olhou para as duas crianças e achou engraçado.

Quando Drew estava em Fliyque, ele era a pessoa mais ativa, mas quando chegou a Uplium, ele se reprimiu um pouco.

Ela originalmente pensou que Rene seria tão quieta e reservada quanto Cayson. Ela não esperava que a personalidade dela fosse extrovertida e alegre.

Era bom para as meninas serem alegres e extrovertidas. Se Rene fosse quieta, Briley ficaria preocupada, porque Rene então guardaria as coisas para si mesma.

Justo quando ela estava perdida em pensamentos, Rene terminou de desenhar.

"Papai, mamãe, olhem..."

Rene apresentou o desenho em sua mão como se estivesse apresentando um tesouro.

Era um desenho infantil simples e colorido. Havia uma grande casa, um carro, uma árvore, céu azul e nuvens brancas. Havia também sol e pássaros no meio da imagem, e havia quatro homenzinhos de palitos de mãos dadas.

Bem, Briley realmente não queria admitir que o homenzinho de saia triangular vermelha era ela.

"Rene, você desenha tão bem." Cayson acariciou a cabecinha de sua filha e a elogiou.

"Papai, esse é você. Você acha que meu desenho parece com você?" Rene perguntou cheia de expectativa.

Cayson ficou em silêncio.

O homenzinho vestido com uma quadrado azul era ele.

Briley repentinamente sentiu como se estivesse assistindo a um bom espetáculo. Ela olhou para Cayson e esperou a resposta dele.

Então, ele disse em um tom sério e determinado, "Sim, o desenho parece muito comigo. Eles são exatamente iguais..."

Após uma pausa, ele disse suavemente, "Vou pedir pro tio Rush pra plastificar este desenho. Quando você tiver desenhos suficientes, vou comprar uma galeria de arte e organizar uma exposição, ok?"

Ao ouvir isso, Rene comemorou imediatamente.

Comprar uma galeria de arte?

Organizar uma exposição?

Briley não pode deixar de lamber os lábios. Ela não esperava que ele mimasse tanto Rene!

Depois de desenhar, eles brincaram por um tempo, e as duas crianças estavam um pouco sonolentas.

Briley levou as duas crianças para o elevador e se agachou para lhes dar um beijo de boa noite.

Quando foi a vez de Drew, ele segurou a mão dela e perguntou em voz baixa, "Mamãe, posso falar com você?"

Briley ficou atônita. "Claro. Pode falar."

"É um segredo. Só nós dois podemos saber."

Hãn?

Briley lançou um olhar para Rene, que estava ao seu lado, e então olhou para os grandes olhos negros de seu filho. Ela pensou por um segundo e acenou com a cabeça. "Tudo bem."

Ela convenceu Rene e levou Drew para o corredor.

"Drew, o que você quer me falar que não quer que a Rene ouça?"

"Mamãe... sobre o desenho de agora há pouco..." Drew queria dizer algo, mas parou para pensar no último segundo.

"Tem alguma coisa errada com o desenho?"

"Por que o tio Joey não tava nele?"

Briley não esperava que Drew fizesse tal pergunta, então ficou sem palavras.

Ela se acalmou e viu que os olhos dele estavam um pouco úmidos. O coração dela quase parou. "Meu amor, você tá com saudades do tio Joey?"

Drew mordeu os lábios e assentiu.

Ele olhou para a mãe em confusão. "Mamãe, eu sei que o tio Joey não é meu pai biológico, mas ele gosta de você, trata você bem e me trata bem. Então, se a mamãe casar com ele, vou ficar feliz por você."

Briley manteve-se quieta.

"Agora meu pai biológico tá aqui. Ele não é um homem malvado, ele trata a mamãe bem, ele me trata bem e inclusive trata bem a Rene... Mamãe, você vai se reconciliar com o papai?"

Novamente, Briley estava em silêncio.

Foi a primeira vez que ela não sabia como responder ao filho.

Ela sabia que Drew era talentoso e inteligente, mas não esperava que ele pensasse tanto.

"Drew, na verdade, tô um pouco perdida também..."

"Mamãe, quem você quiser, pode ficar com ele. Não importa se você escolher o tio Joey ou o papai, eu vou te apoiar".

Enquanto falava, o pequeno não pôde evitar murmurar, "Só fico triste pelo tio Joey. Antes de vir pra cá, eu prometi pra ele que ia voltar com você o mais rápido possível, e então a gente ia visitar aquele pasto grande, pra ver os animais migrarem."

Briley tocou o rosto do filho e disse, "Drew, eu sei que você é meu filho querido. Você sempre pensa nos meus sentimentos... Me dá um pouco tempo. Quando eu pensar sobre isso, vou te contar qual é a minha decisão."

Drew assentiu. Suas sobrancelhas ligeiramente franzidas pareciam exatamente com as de Cayson.

Depois de mandar as duas crianças para o elevador, Briley ficou parada no batente atordoada por muito tempo.

Após um longo tempo, ela suspirou pesadamente.

Então, ela se virou e voltou para o quarto do hospital.

Comentários

Os comentários dos leitores sobre o romance: Uma Noite, Uma Esposa