Uma Noite, Uma Esposa romance Capítulo 650

A equipe de filmagem ficou hospedada na casa dos moradores enquanto filmava as cenas na cidade.

No interior, não havia muita coisa para se fazer, mas havia muitas casas. Além disso, nos últimos anos, muitos jovens e pessoas de meia-idade deixaram as montanhas para trabalhar nas regiões norte, leste e sul, resultando em um número ainda maior de casas vazias.

Rene e Ruth estava ficando na casa do prefeito, que poderia ser considerada a melhor de toda a cidade.

Ruth pegou a mão de Rene e retornou à casa do prefeito. Quando chegou perto da entrada, pôde sentir o aroma tentador da comida.

Rene era uma amante de comida, e depois de gravar uma grande parte das cenas mais emotivas hoje, ela também havia gasto bastante energia. O estômago dela estava vazio e ela estava com bastante fome.

Assim que sentiu o cheiro da comida, ela correu imediatamente para dentro e disse: "Sra. Holt, o que você fez hoje? Tá dando pra sentir o cheiro de longe!"

Vendo que Rene estava com pressa para caçar comida, Ruth não a impediu.

Ela entrou no quintal e olhou em volta subconscientemente.

Depois de dar uma volta, ela não viu Josh.

Ruth franziu o cenho subconscientemente e murmurou: "Ele ainda não voltou? Já era pra ele estar aqui."

A aula já havia terminado há uma hora. Originalmente, os dois deveriam ter retornado juntos, mas havia um aluno que tinha algumas perguntas e queria perguntar a Josh.

Vendo que a criança estava tão ansiosa para aprender, Josh não pôde recusar, então ele ficou para trás para explicar para a criança e pediu a Ruth que fosse buscar Rene primeiro.

Ruth olhou para o céu sombrio. Logicamente falando, não deveria levar muito tempo para responder a algumas perguntas de matemática.

Ela se dirigiu aos dois seguranças de preto parados na porta e perguntou baixinho: "O jovem mestre ainda não voltou?"

Os dois seguranças de preto se entreolharam e balançaram a cabeça.

Ruth franziu o cenho e estava prestes a se afastar.

No entanto, no segundo seguinte, ela parou onde estava enquanto o conselho que Josh lhe tinha dado ressoava em seu ouvido.

Ela se virou e apontou para um dos seguranças. "Você, vamos comigo procurar o Sr. Baxter."

O segurança a alcançou.

Ruth estava preocupada o caminho todo até a escola primária. Quando ela viu Josh no portão da escola, ela se sentiu um pouco aliviada.

Ela rapidamente se aproximou, o tom dela era um pouco repreensivo, mas preenchido principalmente de preocupação. "Por que você ainda tá aqui? Já tá tarde, pensei que tivesse acontecido alguma coisa com você."

Josh viu Ruth ofegante e viu a fina camada de suor na testa dela. Havia um olhar de desculpas nos olhos dele. "Desculpa fazer você ficar preocupada, Ruth."

Ele tirou um lenço limpo do bolso e delicadamente limpou o suor dela.

Ruth não conseguiu pronunciar uma única palavra de reclamação.

"Srta. Santos, não foi culpa do Sr. Baxter. Ele atrasou porque tava me dando aula."

Uma voz tímida veio de trás de Josh.

Só então Ruth notou que havia uma pequena criança se escondendo atrás de Josh.

No entanto, essa criança... não parecia ser o pequeno menino que pediu para Josh ficar na escola depois do horário.

De onde surgiu esta menina magrinha?

Ruth lançou um olhar duvidoso para Josh.

Josh puxou o canto da boca, a expressão dele carregava uma mistura de simpatia e desamparo. "O nome dela é Jasmin. A situação da família dela é bem difícil, a mãe dela foi embora depois de dar à luz e o pai, infelizmente, morreu faz dois anos em um acidente em um canteiro de obras onde ele tava trabalhando. Agora, a única família que ela tem é uma vó cega, de quem ela depende pra se sustentar. Durante o dia, ela tem tarefas em casa e cuida da vó, por isso não pode vir pra escola pra ter aula."

Ruth não respondeu.

Josh continuou, "Essa criança quer estudar. Ela lê livros em casa durante o dia e só vem me procurar quando não entende. Ela me pediu pra explicar mais pra ela. Quando eu começo a explicar, eu perco a noção do tempo."

Ruth se emocionou com as palavras dele.

Ela não pôde deixar de olhar cuidadosamente para a pequena menina diante dela. Ela tinha apenas sete ou oito anos. Ela era frágil e magra como um graveto. Estava vestida com roupas velhas que tinham sido lavadas até ficarem brancas e desbotadas, e o cabelo dela estava amarrado de qualquer jeito.

Não havia muita carne no rostinho delicado, o que fazia com que os grandes olhos negros dela parecessem particularmente expressivos.

Neste momento, Jasmin estava olhando para Ruth ansiosamente. Os olhos tímidos dela eram como os de uma inocente corça.

Pensando na história de vida triste da menina, Ruth estava cheia de simpatia.

Ela inicialmente pensou que tinha tido uma vida difícil, mas comparada com a garota diante dela, Ruth se sentia sortuda, pelo menos, Kassidy sempre esteve ao lado dela, cuidando dela. Ela também trabalhava duro para ganhar dinheiro, garantindo que elas nunca passassem fome ou sede. Ela não a obrigou a trabalhar desde jovem para sustentar a família, e até conseguiu enviá-la para a faculdade sem problemas.

O contentamento traz felicidade.

Agora Ruth finalmente compreendeu o que a mãe havia dito quando estava viva.

Jasmin notou o olhar conflituoso no rosto da Srta. Santos enquanto ele olhava para ela. Os cílios da menina tremeram e ela baixou a cabeça. "Srta. Santos, você tá com raiva? Não vou mais procurar o Sr. Baxter. Me desculpa."

Vendo que ela estava prestes a ir embora, Ruth agarrou o bracinho dela e disse: "Espera."

Jasmin parou.

Ruth olhou para ela. "Você só fica livre de noite, já que tá ocupada durante o dia?"

Jasmin assentiu, os grandes olhos dela mostrando um toque de incerteza. "Minha vó vai pra cama cedo, por volta das seis horas, todos os dias. Eu espero ela dormir, e então venho pra escola encontrar o Sr. Baxter."

Ruth assentiu pensativamente e olhou novamente para Josh.

Depois de uma pausa, ela se inclinou e perguntou à pequena garota, "Vamos pra casa do prefeito com a gente. Depois que a gente terminar de jantar, o Sr. Baxter e eu vamos continuar te dando aula. O que você acha?"

Quando ela se aproximou para dar uma olhada, ficou realmente chocada com a beleza da pequena, que parecia tão bonita quanto uma boneca.

Especialmente o temperamento dela.

Era óbvio que ela era uma dama nobre da cidade.

Jasmin ficou ainda mais ansiosa. Ela não se atreveu a se sentar à mesa, um forte sentimento de inferioridade sussurrou no ouvido dela: "Você não merece sentar com essas pessoas da cidade e comer. Você vai sujar as tigelas e os hashis deles."

Josh também notou a inquietação de Jasmin e piscou para Ruth.

Ruth entendeu imediatamente. Ela rapidamente apresentou Jasmin a Rene e disse: "Rene, tudo bem se a Jasmin jantar com a gente?"

Rene piscou e olhou para a garota magra diante dela. Ela mostrou um sorriso amigável e disse: "Jasmin, por que você não senta e come com a gente? Tem bastante comida pra todo mundo!"

Assim que terminou de falar, uma babá trouxe um par limpo de hashis para Jasmin.

Rene também pegou uma almôndega e a colocou na tigela de Jasmin. "Experimenta. A comida da tia Holt é uma delícia."

Jasmin não esperava que essa pequena fada fosse tão gentil e carinhosa. Ela pensou que Rene provavelmente sentiria aversão por ela parecer suja e frágil.

Josh pegou um pedaço de carne de porco assada e o colocou na tigela de Jasmin. "Vamos, come mais."

Ruth pegou uma coxa de frango e disse: "Isso também não é nada mal."

Depois de um tempo, a tigela na frente de Jasmin estava cheia de uma grande porção de delícias.

Ela pegou a carne com o hashi e deu uma mordida. O sabor delicioso fez os olhos dela se encherem de lágrimas.

A garotinha se enfiou na comida, os ombros dela não puderam deixar de tremer, e lágrimas caíram sobre a mesa.

Vendo isso, Rene gritou surpresa, "Irmã Jasmin, por que você tá chorando? Você não gostou da comida?"

Jasmin levantou a mão e enxugou as lágrimas. "Não, não, tá uma delícia. Eu gostei muito."

Ruth entregou-lhe um lenço limpo. "Por que você tá chorando de repente..."

Jasmin enxugou as lágrimas, e os olhos dela ainda estavam vermelhos.

Ela olhou para as três pessoas que a observavam preocupados e sorriu. Ela soluçou, "Tô só muito feliz. Essa refeição foi a melhor que eu já fiz desde que nasci."

Era a primeira vez em onze anos que ela comia tanta carne em um dia só.

Jasmin suspeitava que estava sonhando.

Um sonho do qual ela desejava nunca acordar.