Tudo bem, ele não estava exagerando.
Mas se bem que a culpa não foi minha, só que estávamos na hora errada e no lugar errado, isso se chama efeito borboleta......Eu acho.
- Eu estou com um probleminha nas costas sabe como é, a idade finalmente chegou – o motorista continuou explicando quantos problemas tinha quando chegamos na frente do hotel, ele literalmente estava se desculpando por não nos ajudar a tirar a mala, e juro por deus que eu não via problema nenhum nisso, tenho duas mãos afinal, mas o fato dele continuar citando todos os lugares que doí estava me deixando cansada – Tem uma dor que vai do pescoço até o meio das costas e só doí quando eu vou dormir e....
Saio do carro e dou risada da expressão atônita de Campbell, ele me segue e abre a porta do bagageiro enquanto ainda escuto as reclamações do velho senhor.
- Essas ruas são horríveis, olha esse buraco, cheio de água, isso com certeza foi uma das coisas que me fizeram ter problema nas costas, e lá vem um caminhão, puxa está dirigindo rápido....
Suspiro irritada e pego minha mala com um puxão, mas assim que coloco ela no chão sendo acompanhada de Campbell, um balde de água fria e suja cai em cima de nós dois, ou pelo menos acho que é um balde.
- Puta que pariu – ouço ele rosnando ao meu lado, mas não vejo nada
Cuspo o que parece ser terra no chão e passo a mão nos olhos, tentando ver. Pelo jeito não foi um balde, foi o maldito buraco e um maldito caminhão.
- Ah meu deus, está vendo. Eu disse, as ruas estão horríveis – o motorista olha para nós e bate à porta do bagageiro indo direto para o seu assento e seguindo em frente. Enquanto que eu e Campbell estamos parados olhando para as nossas roupas encharcadas de sujeira.
- Eu estava exagerando? – ele pergunta apontando para minha roupa e para a dele – Olha para isso – ele estende a mão e tira algo do meu cabelo, uma folha, ótimo – Porra
- Olha a boca – eu sussurro quando vejo uma mulher com o filho pequeno olhar com cara feia para gente
- Exagerando.... até parece
Ele sai resmungando puxando a mala com uma mão e eu abaixo a vista para o meu vestido, está uma meleca de glitter com água suja, mas que bela porcaria. Por que isso só acontece comigo?
- Jones!
Bufo e o sigo para dentro do hotel, a recepcionista finge que não vê e nos oferece duas chaves, pego uma e sigo para o elevador
- Combinei um jantar com um possível sócio, ele está de passagem pela Filadélfia.
- Sócio? – eu pergunto confusa
- Sim, um dos meus antigos sócios foi afastado e eu comprei a patente dele. Mas esse empresário está interessado na vaga.
- Afastado? Ou expulso?
- Os dois – ele diz simplesmente e eu rio baixinho. As portas do elevador abrem e nos saímos para o corredor – Quero que dê uma olhada nas credenciais, se tiver algo de errado me fale. O nome dele é Daniel Johnson.
- Tudo bem, te mando as informações
Paro em frente a minha porta e vejo ele dar dois passos antes de parar também, desbloqueio a porta e a abro, mas paro quando vejo ele olhando por cima do ombro.
- O jantar é as 20:00, esteja preparada
- Como assim? Não vou no jantar
- Vai sim
Coloco a mala dentro do quarto e me viro com uma careta.
- Sabe, você tem que parar de dar ordens em mim
- Eu sou seu chefe – ele se vira para mim também – Pensei que estivesse claro para você que posso dar ordens e você tem a obrigação de obedecer
- Não sou um cachorro Campbell – eu praticamente rosno, o que iria ser meio contraditório com o que eu disse.
Ele desce o olhar por mim e aquele sorriso de malicia aparece, estreito os olhos com raiva.
- Estou vendo que não
E simples assim ele entra e fecha a porta. Que babaca
....................
Fiquei uma hora pensando em não ir, e a outra hora passei pensando no que vestir, eu sou uma confusão de pensamentos mesmo. Olho de novo para a mala e pego o vestido azul, é isso aí.
Tomo banho, lavo os cabelos, seco eles e os deixo solto, somente com um arquinho prateado. Coloco o vestido e faço uma maquiagem mais elaborada, mas opto por cores claras, passo um batom nude e finalizo calçando meus saltos de ponta fina.
Olho no espelho e aprovo a escolha. O vestido azul é coberto por uma renda mínima, as mangas vão até o meu pulso, e a saia drapeada bate acima dos meus joelhos, não gosto muito do decote exagerado, mas vai ter que servir, coloco brincos pequenos e passo perfume.
Pronto, processo finalizado.
Pego o tablet e averiguo as informações que consegui, mas não vou muito longe porque a voz de Campbell ressoa do outro lado da porta. Pego minha bolsa e sigo para a porta, abro-a ao mesmo tempo que coloco o tablet dentro da bolsa pequena
Termino e subo o olhar encontrando os de Campbell, aí caramba, ele está perto de mais. Os olhos verdes me observam de perto e eu dou um mínimo passo para trás...Ou foi para frente?
- Vou precisar de um segurança?
- O que? – eu pergunto desnorteada. Cacete, porque ele tinha que ficar tão bonito de terno?
- Para o caso de você acabar chamando mais um acidente
Reviro os olhos acabando com os olhares e sigo em direção ao elevador. Ele me segue rindo.
.......................
Imagine uma cena de filme, sabe, aquela cena em que a mocinha se encontra em um restaurante muito chique, com o cara que está atraído por ela, e aí eles sentam na melhor mesa, que dá para a melhor vista da cidade.
Tirando a parte do cara, eu me imagino nessa cena.
Caramba, o restaurante é incrível. Ele é dividido em dois andares, e o segundo andar é onde nós vamos ficar, a mesa para quatro pessoas é arrumada e rapidamente me sento perto da janela, admirando a linda visão da rua.
O possível socio de Campbell chega depois de quinze minutos com sua esposa a tiracolo, ela parece mais uma modelo de capa de revista......Espere, ela realmente é modelo.
- Campbell, que prazer em vê-lo – Daniel se aproxima e estende a mão para um aperto – Estava ansioso para esse encontro.
- Prazer em vê-lo Daniel – ele aperta a mão da mulher ao seu lado e se vira para mim – Daniel, Patrícia, essa é minha assistente Kalliope Jones.
Estendo a mão e aperto sorrindo, segundos depois estão todos sentados e olhando o cardápio. Eu? Ah, eu estava olhando os preços, e abrindo e fechando a boca como se fosse um peixe.
- Eu só vou querer uma salada Caesar – Patrícia diz para o garçom e olha para nós com um sorrisinho – Estou de dieta, amanhã tenho um ensaio, sabe como é
Não eu não sei, mas finjo entender quando ela olha para mim
- Eu vou querer um Filé de costelas com batatas raspadas – Daniel fala e eu olho para Campbell, mas ele olha para mim, esperando. Droga.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Uma Secretária (Im) Perfeita
Lindo livro amei e recomendo!...
Uma estória leve e envolvente. Parabéns 👏...