Vanessa romance Capítulo 46

MIGUEL PRADO

Confesso que depois que fiquei sabendo que Lurdes foi totalmente relapsa com a criação e cuidado de Vanessa uma criança totalmente indefesa que ficou sob seus cuidados me sobe um ódio mortal e amargo!

Como não poder ter visto? Como nunca notou nada de diferente? Tudo bem que trabalhava muito, mas porra era o caralho de sua obrigação cuidar e proteger Vanessa, a realidade delas é diferente da minha que nasci em berço de ouro e com o peso do meu sobrenome, mais ai negligenciar totalmente uma criança? Isso é revoltante!

Será que quando chegava a noite do trabalho não podia perder uns minutos para saber como a garota estava de verdade? Porra era só uma criança!

Mas por Vanessa cuido de tudo e providencio todo o enterro, cuido exatamente de tudo de cada mínimo detalhe, desde a liberação do corpo até o translado a sua terra, arco também com todos os gastos, tudo para ver meu bebê menos triste, porra ela já sofreu tanto, já passou por tantas coisas e ter que cuidar de tudo isso seria de mais!

Até aturar a golpista mirim eu tive que aturar, não briguei e aguentei calado a presença daquela golpista pequena, cada vez que ponho meus olhos nela me sinto afetado e eu não sei porque caralho, quando a porra desse teste de DNA sair essa mentirosa vai sair da vida da Vanessa enxotada feito uma cachorra com sarnas e eu mesmo vou cuidar disso com todo prazer do mundo,

Faço questão de colocá-la nessas casas que cuidam de menores infratores onde é o lugar dela, mas por hora tenho que engolir sua presença pois uma discussão seria totalmente incabível nesse momento.

Quando chegamos no fim do mundo onde Lurdes morava, vi com meus próprios olhos o quanto minha bebê era forte, sempre altiva e lutando bravamente para não desabar, me senti muito orgulhoso de Vanessa por toda sua força mesmo sendo tão nova!

Depois a casa foi tomada por tanta gente que fiquei tonto, eu nunca vi tantas crianças juntas num lugar só!

Mulheres de roupas coloridas e surradas, homens com blusas de políticos ou com algum tipo de propaganda estampada, e todo mundo fala ao mesmo tempo e falava alto, eu não sei como eles se entediam, eu mesmo estava atordoado com tanta gente, mas aguentei calado.

Dormi mal pra caramba numa cama estreita e pequena que nem me coube e eu fiquei com os pés para fora da cama, um colchão tão fino que nem poderia ser chamado de colchão.

Quando enfim o cortejo saiu eu não entendi porque tivemos que ir andando carregando o caixão pelas ruas abaixo, ofereci para levar todos de carro, alugar um ônibus, até ofereci meu jatinho, mas eles negaram na hora e foram andando o caminho todo e ainda falando alto, dizendo que um tal de José foi corno e outra moça que não lembro o nome embuchou, eu nem sei ao certo o que é essa palavra embuchou quer dizer.

No cemitério prestaram mais homenagens a falecida Lurdes e tudo ia bem até o desgraçado chegar e fazer um escarcéus!

Isso querido pode vir para armadilha que preparei para você,

Sebastião passou um tempo numa casa de reabilitação mas continua sendo o mesmo alcoólatra sujo e mau caráter de sempre.

Pensei que seria difícil fazê-lo beber, mas assim que meu funcionário ofereceu cana a ele, o vagabundo aceitou na mesma hora, deixamos ele se embebedando, só não esperava que ele fosse aparecer aqui e fazer uma bagunça, mas já que veio não vou desperdiçar a oportunidade!

Após acalmar Vanessa que quase teve outra crise de pânico, o que me fez ter mais ódio ainda do maldito, se é que isso é possível, mandei uma mensagem a um dos meus seguranças.

Chegou a hora, já sabem o que fazer.

Guardo o celular no bolso e continuo a agir normalmente.

Enfim o corpo de Lurdes foi enterrado e voltamos a sua casa, Vanessa quer ver algumas coisas antes de voltar, ela é a única parente da Lurdes já que o velho não vai passar de hoje,

Aproveito e digo que tenho assuntos a resolver mas que volto em poucas horas para irmos, ela me olha confusa estranhando pois não conheço nada aqui, mas não pergunta nada.

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