Minha Amada Ômega romance Capítulo 1

EVANGELINE.

Era meu aniversário de dezoito anos. Uma noite que deveria ser memorável, aquela que todo lobisomem espera. A noite passada era para sido muito importante para mim. No entanto, como sou a mais fraca da matilha, minhas opções já eram limitadas, porém depois da noite de ontem as coisas só pioraram.

Eu sou uma Ômega e estou no patamar mais baixo da cadeia alimentar, uma mera presa. Uma ninguém.

Ser uma ômega significa ser boa para duas coisas: gerar filhotes ou servir de brinquedo para algum lobo que queira me ter. Ao menos é isso que se espera, afinal, os ômegas devem ser mansos e submissos mas, acima de tudo, complacentes.

"Feliz aniversário, querida." Disse a vovó Philomena, colocando um lindo bolo na minha frente. O bolo estava enfeitado com um fondant bem escuro e rosas vermelhas feitas de glacê.

As chamas das velas dançavam diante dos meus olhos, até se tornarem um borrão de pontos brilhantes enquanto eu olhava para o bolo. Aquele momento era para ser de alegria para mim, mas no fundo não era...

Ontem à noite eu não me transformei, embora devesse ter...

De tudo o que poderia acontecer, eu não esperava por isso. Quando eu estava sob a lua, não aconteceu nada. Eu sequer senti a presença dela... Fiquei arrasada. Sem minha loba, sou inútil, mesmo como uma Ômega. Deste jeito eu não sobreviveria ao vínculo do Alfa, nem seria capaz de gerar um filhote.

Claro, o Alfa Aeron disse que isso pode acontecido por não sabermos ao certo minha data de nascimento, pois eu perdi todas as memórias do meu passado... Mas, há alguns anos a vovó Philomena me levou até um oráculo para determinar a minha idade. Certamente ela não se enganou.

Não importava o quão abalada eu estivesse, eu apenas sorri e fiz um aceno com a cabeça para o Alfa, embora eu soubesse que ninguém acreditava no via. Eu era um fracasso, aposto que eles se arrependeram de me colocar sob sua proteção.

Contudo, o que mais me machucou foi o olhar de decepção no rosto de Sinclair, quando ele viu que não me transformei. Ele é o filho do Alfa e também o homem que desejo. Há alguns dias atrás ele me levou para comprar um vestido para a ocasião, mas toda aquela empolgação foi em vão.

Ontem à noite, quando não me transformei, ele silenciosamente se virou e saiu, eu não o culpo por isso.

Então, o canto distante de 'parabéns' veio da uma sala cheia de amigos falsos, mesmo depois de ser consumida pelas minhas emoções e pensamentos. Eu não podia ignorá-los completamente, além disso, vovó Philomena organizou tudo isso para mim, precisa mostrar que estava grata.

"Finalmente dezoito anos, parabéns Evangeline. Vamos, corte logo o bolo." Alguém me passou uma faca e pude escutar a mim mesma agradecendo.

Não era uma festa grande, apenas alguns rapazes e moças que a avó Philomena havia convidado. Mas mesmo assim, parecia ter gente demais, no entanto, essa foi a primeira vez que eu realmente tive uma festa de aniversário.

Fiquei surpresa que ela não tenha cancelado, especialmente depois de não ter recebido a minha loba, mas acho que devia ser tarde demais para cancelar. Então, meus olhos percorreram o vasto salão, procurando por ele.

Onde você está, Sinclair? Você prometeu estar aqui...

Eu estava com medo de que ele estivesse me desprezando, já que não tinha a minha loba... Ainda doía saber que ele apenas se virou e foi embora ontem.

Normalmente o Alfa Aeron, Sinclair e a vovó Philomena me davam um presente e nós jantávamos juntos, algo que eu adorava muito. Apesar do Alfa Aeron ser um homem ocupado, por liderar uma das matilhas mais poderosas do país, ele ainda arranjava tempo para mim.

"Aí está, querida." Vovó Philomena sorriu carinhosamente enquanto me dava um pedaço de bolo.

"Obrigada, vovó Philomena." Eu sorri enquanto comia o bolo.

Era de chocolate, o meu preferido.

"Sorria criança." Ela murmurou ao me dar um abraço.

Será que não estava agindo normalmente? De certo que na presença de convidados, ela não iria querer que eu me comportasse como se fosse uma miserável. Eu estava sendo ingrata... Ela preparou uma festa, mas aqui estou, cabisbaixa.

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