Minha Amada Ômega romance Capítulo 102

ZEDKIEL.

Onde quer que eles nos trouxessem, demoramos no mínimo meia hora para chegar até lá.

Nos colocaram em três carros diferentes, o veneno neste momento já está impedindo minha habilidade de me comunicar mentalmente com os outros, e todos entre si, não vão conseguir falar uns com os outros.

Adonis estava na mesma van que eu e Evelyn, deitado no banco da frente.

Assim que chegamos ao local, nos retiraram da van e nos levaram para dentro de algum lugar. Me mantive em alerta, mesmo vendado, me certificando de memorizar cada odor, rochas e da terra do lugar... Estamos perto da água, isso é evidente.

Estamos sendo conduzidos pelo que parecem ser túneis construídos e sinto que estamos indo mais e mais profundamente por ele.

Logo o som da água desaparece, junto com o cheiro de terra molhada, e somente quando sou colocado em uma cadeira e amarrado, Ziahra remove a venda de mim. Estamos em algum tipo de depósito no subsolo.

"Pronto, agora, o que você tem a dizer?" Ela pergunta, puxando uma cadeira e se sentando nela, descansando os braços nela enquanto me observa.

Olho para o lado e vejo que todo o resto do meu time está preso por correntes. Só Evelyn não foi amarrada, claramente se recusando a deixar alguém prendê-la.

Eles estão todos olhando para ela com cautela. Fico aliviado ao ver que Adonis também veio e está deitado no chão ao lado, sua respiração menos brusca que antes, está se recuperando.

"Pode pelo menos cuidar dos ferimentos dele?" Digo, olhando para Adonis.

"Não." Ziahra responde friamente. "Pare de arrastar isso e vá direto ao ponto."

"Isso não faz sentido!" Evelyn rosna. "Eu posso arrancar o pescoço de todos eles, só me permitir!"

"Mantenha sua amiguinha na coleira." Ziahra me avisa.

Franzo a testa. "Se fosse você, prestaria mais respeito a ela. A Evangeline aqui... Não escuta muito os outros."

Ela franze a testa. "Achei que o nome dela fosse Evelyn?"

O quê?! Dr*ga, eu avisei antes?

Olho para meus homens e Ragnar assente. "Concordo com isso."

"É só um apelido com o nome dela." Respondo dando de ombros.

Posso sentir vários olhares me fuzilando, mas ninguém mais me questiona nada, porém, sei que não é algo que Ragnar vai desmentir. Ele já comentou sobre a mudança no comportamento dela no nosso caminho para cá.

Contei ao meu pai sobre isso, mas deixei claro para ele não contar a ninguém. Com as esculturas apontando para a maldição de gêmeos, isso não foi uma surpresa tão grande.

"Você queria conversar? Comece a conversar." Ziahra me manda.

"Estou aqui para procurar uma possível solução para pôr um fim à guerra iminente. Estou disposto a chegar a um acordo, você parece ser a líder desse grupo, então estou certo de que sabe que, se essa guerra acontecer, nós dois vamos ter muitas perdas desnecessárias." Digo.

Sua mandíbula aperta enquanto ela olha para os homens na sala.

"Mas guerra é inevitável, por mais que tenha razão... Se pudermos evitá-la, por que não fazer isso? E é exatamente o que vai acontecer quando eu te entregar para Exodus." Ela se levanta e vira as costas para mim.

"O que ele tem sobre você?" Eu pergunto.

Sinto o corpo dela enrijecer, mas ela não se move. Seus batimentos cardíacos são diferentes demais que os de um lobo para perceber, se é que ela tem um.

"Nada."

"Não minta para mim." Respondo. "Vamos conversar."

"Ela disse que não tem nada." Um dos homens dá um passo à frente, colocando a mão em seu ombro.

"Não precisa lidar com isso, vamos levá-lo logo." Ele diz para Ziahra.

"Parem de falar por ela!" Kash diz. "Ela não sabe conversar sozinha?"

"Silêncio, imb*cil!" O vampiro sibila.

Kash simplesmente revira os olhos e eu balanço a cabeça internamente. Ele realmente quer outra surra dela.

"Blade... Chega." Ziahra murmura, pondo a mão no peitoral do homem para acalmá-lo quando se vira até mim. "Como eu disse, não é da sua conta qual é o acordo entre Exodus e eu, mas garanto que assim que eu..."

"Ele perguntou o que ele tem contigo!" Evelyn rosna, ela se move mais rápido do que eu poderia compreender. A escuridão enchendo a sala enquanto ela prende Ziahra na parede oposta, sua aura se espalha ao seu redor e, não importa quanto os vampiros gritem ou mandem ela ficar quieta, eles não conseguem se aproximar da princesa deles. Evelyn é uma força perigosa demais para ser reconhecida, mesmo sendo uma princesa, Ziahra não tem poder contra ela.

"Solta ela, agora!" Blade grita, com as presas expostas. "Mandei soltar!"

"Cale a p*rra da boca, Blade!" Kash manda. "Se a sua preciosa princesa responder tudo, ela vai ser livre."

"Eve..." Fico sem palavras.

"Responda a pergunta dele." Ela rosna em resposta.

Os olhos de Ziahra estão vermelhos enquanto ela encara Evelyn, mas posso dizer que sua determinação está falhando com o aperto.

"A condição que ele me deu é que eu trago o verdadeiro herdeiro do trono dos vampiros para o guardião e, em troca, ele deixa a Rainha e nosso povo ser livre!" Ela ruge e Evelyn a solta de surpresa.

"Então deixe eu ver se entendi. Ele me quer morto, para que ele continue governando, certo?" Recapitulo tudo, me ajeitando na cadeira, ouvindo o som das correntes enquanto nos encaramos.

"E se o verdadeiro governante tomar o seu lugar, ele não será forçado a renunciar?" Digo a ela.

O desconforto passa por seu rosto e corpo quando ela ri.

"Não tem outro governante além dele, e vão te entregar para ele. Você fica aqui até amanhã." Ela estava prestes a ir embora quando eu a chamo.

"Espere! Mais uma coisa, um de meus homens foi mordido, você já sabe quem. Como curar ele?"

Ela faz uma pausa na porta antes de olhar para Kash. "Não tem jeito." Isso é tudo o que ela diz antes de todos saírem, e a porta se fechar com um barulho, e eu a ouvir sendo trancada com correntes e cadeados.

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