Recebendo o endereço, Lucimar guardou o celular, se virou e caminhou para fora.
- Para onde vai?
Duda a impediu, cheia de surpresa:
- O horário de encontro está chegando. Para onde você quer ir nesse momento?
Apesar de estar constrangida, Lucimar achava necessário ir nessa hora e segurou a mão de Duda.
- Duda, por favor, diga à equipe do programa que eu tenho assunto importante para tratar. Vou apanhar o próximo vôo para lá e certamente não vou atrasar a filmagem.
- O que está dizendo?
Ivana, que estava ao lado, também se encontrou chocada.
Duda disse:
- Provavelmente todos já estão no ponto de encontro. Se você não for agora… Não tem como tratar seu assunto depois de voltar?
Lucimar se calou e só fixou o olhar em Duda. Após se entreolharem por um momento, Duda acabou por recuar.
- Tudo bem. Não tenho como convencer você nos assuntos que já decidiu, pois não? Então, pode ir e tenha cuidado.
- Obrigada, Duda. - Lucimar fez um sorriso lindo, abraçou Duda e saiu correndo.
Sem perceber, ela já estava neste mundo por algum tempo. Não era difícil, mas também não tinha momentos muito alegres. E agora, sabendo que Tancredo voltou a sentir suas pernas, o coração dela estava batendo muito rápido, cheio de felicidade.
Quando entrou no carro, Lucimar até sentiu suas órbitas de olho quentinhas.
Se as pernas de Tancredo se recuperassem, essa viagem dela teria um resultado perfeito.
Na enfermaria do hospital.
- Que milagre é esse! Nunca vi tal fenômeno em todos meus anos de ser médico. Presidente Tancredo, poderia me dizer como você passou esses anos? Isso pode estar relacionado com seus hábitos, trabalho, descanso, dieta, etc..
Afinal, ele tinha anunciado mais cedo que as pernas de Tancredo não davam para se levantar mais, a menos que houvesse milagre.
Porém, o milagre é justamente algo inesperado. A família Tancredo, inclusive o próprio Tancredo, já tinha abandonado essa esperança.
Mas hoje as suas pernas voltaram a ter sentidos. Isso é apenas um milagre?
Comprimindo os lábios finos, Tancredo pensava na alimentação diária de frutas por Lucimar, nas roupas que sempre desapareceram no armário estranhamente mas acabaram por voltar no mesmo local, inclusive sua cadeira de rodas.
No entanto, ele já fez uma verificada. As frutas, roupas e cadeira de rodas estavam sem problemas, tudo perfeitamente normal. Justamente por causa disso, se tratava de uma anormalidade.
Como Tancredo não respondeu, Gervásio disse sorrindo:
- Doutor, provavelmente meu neto ainda está banhado na alegria. Que tal pergunta depois de ele se recuperar? Eu tenho alguns detalhes para perguntar a você. Podemos conversar em outro lugar?
O médico, com atitude muito gentil para Gervásio, avançou para apoiá-lo ao ouvir isso:
- Sr. Gervásio, então, vamos falar no meu gabinete.
Os dois saíram da enfermaria e caminharam ao longo do corredor.
- Hoje de manhã, surgiu repentinamente a dor nas pernas do meu neto, portanto viemos ao hospital. Embora voltasse a ter sentidos hoje, ele nunca sentiu suas pernas durante tantos anos. Poderia haver alguma sequela no futuro?
- O senhor está preocupado com a recuperação do presidente Tancredo mais tarde?
- É você entende o que estou pensando.
Enquanto os dois estavam conversando, uma figura alta e fina correu para cá e só parou os passos ao aproximar. Somente então Gervásio enxergou que era Lucimar.
- Lucimar?
Ao vê-la, Gervásio se surpreendeu. Embora ela tivesse perguntado o endereço exato do hospital no telefone, Gervásio achava que ela simplesmente queria saber. Afinal, ela estava no aeroporto naquele momento e definitivamente não ia voltar para cá.
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