Virgindade Leiloada romance Capítulo 12

Murilo

A intensidade do que estava acontecendo foi tão forte, que cheguei rapidamente ao orgasmo, mas me retirei da Lavínia antes que isso acontecesse, pois, somente naquele instante me dei conta de que não havia usado proteção e aquilo me deixou bastante abalado.

Deitei a cabeça em seu ombro, algo simples, pois a Lavínia era praticamente da minha altura e soltei um suspiro de irritação.

— Esquecemos da proteção, não é mesmo? — Lavínia falou, e por seu tom eu pude entender que ela também se sentia mal por aquilo.

— Nunca havia acontecido isso comigo. — Disse, levantando a cabeça para olhar diretamente para ela.

— Não vou dizer que nunca, mas posso garantir que sempre me cuido.

Aquilo não me deixou mais tranquilo, porém a admirei pela sinceridade e, com cuidado, pois sabia que a havia sujado com meu sêmen, coloquei novamente o meu membro na roupa.

— Você fica aqui, que vou buscar algo para te limpar. — Me prontifiquei, era o mínimo que eu precisava fazer.

— Eu tenho lenços umedecidos na minha bolsa.

A observei fazer aquele processo, tentando mantê-la distante dos olhares curiosos daqueles que iam até os banheiros, mas a verdade é que pouquíssimas pessoas realmente olhavam em direção aos casais que estavam encostados nas paredes, assim como nós estávamos.

— Dizem que uma mulher prevenida vale por duas. — Lavínia comentou, ao concluir o que fazia.

Sorri mediante suas palavras divertidas e olhei em torno novamente, analisando o ambiente e, naquele momento, uma das mulheres que saiam do banheiro chamou a minha atenção, mas como estava de costas, eu não tive tanta certeza de que se tratava de quem eu estava imaginando.

Mas, ao ver ela virar e olhar exatamente em nossa direção, tive total certeza de que era a Summer, ao encarar seus olhos assustados e gritavam reconhecimento.

— Summer!? — Acabei por soltar o nome, que mais era uma afirmação que uma pergunta propriamente.

— O quê? — Lavínia perguntou, sem entender o que eu havia dito.

A Summer, ao me ouvir, ou perceber que eu a havia reconhecido, simplesmente me virou as costas e foi embora a passos rápidos. Ela estava quase correndo, na verdade.

— Você conhece aquela garota? — Lavínia insistiu.

Precisei olhar para a Lavínia e a situação agora havia ficado realmente complicada. Eu estava em um dilema, pois havia acabado de fazer sexo com uma mulher, mas desejava outra e não queria ferir os sentimentos de ninguém.

Senti-me culpado e acredito que a minha expressão deve ter me denunciado, pois Lavínia soltou uma sonora gargalhada, que me deixou ainda mais envergonhado pelo que estava prestes a fazer.

— Não se preocupe comigo. — Ela disse. — Foi apenas sexo. Ninguém aqui tem compromisso com ninguém, você concorda?

— Você está certa. — Concordei, mas tentando ser delicado. — Mas não é o que você está pensando.

— Então, devo entender que você não tem interesse naquela garota que acabou de sair praticamente correndo daqui, ao nos ver juntos? — Ela era direta e aquilo era atordoador.

— É bem mais complexo do que isso.

— Vou voltar para onde estão os meus amigos. — Ela falou, se afastando de mim, pois ainda estávamos quase abraçados, encostados à parede do corredor.

Ela não me perguntou se eu iria acompanhá-la, apenas virando as costas e seguindo pelo corredor em direção a saída e eu a observei, sem realmente ter certeza do que faria a seguir.

Apesar de suas palavras, eu acreditava que o que ela estava esperando de mim, era bem diferente do que ela afirmou, mas caminhei até o banheiro e, rapidamente tentei limpar dos resquícios do nosso ato insano, no meio de um corredor de boate.

Senti a consciência pesada pelo que pretendia fazer a seguir, mas ainda assim, eu o fiz. Saí do banheiro e fui a procura da Summer, seguindo em direção a saída, desejando que agora o destino tomasse a direção, pois se tivesse que ser, eu a encontraria naquela boate, caso contrário, só iria embora e estava feito.

Antes mesmo de chegar próximo à saída da casa noturna, notei ser a Summer conversando com outra garota, e fui ao seu encontro, quase empurrando quem estava no meu caminho.

Parei ao seu lado e, mesmo sabendo que aquilo não era certo, consegui sua atenção ao segurar em seu pulso

— Summer! — Falei de maneira apressada. — Preciso falar com você.

— Está louco. Eu não sou Summer. Solta o meu braço.

Soltei o seu pulso, mas estava bem nítido para mim que ela estava fingindo não me conhecer e eu vi temor em seus olhos, mas não entendi o porquê ela estava agindo daquela forma. Entendia que nós tínhamos nos conhecido de uma maneira singular, mas o nosso encontro foi algo extraordinariamente bom e eu imaginei que ela também iria gostar de me ver.

— Por favor, não finja que não sabe quem eu sou. — Pedi com tristeza.

Ela me olhou e acredito que naquele momento ela decidia se iria seguir com a farsa de não ter me reconhecido ou se iria aceitar que precisamos conversar e que aquele encontro inesperado era a oportunidade perfeita para fazermos aquilo.

Talvez, após conversarmos, chegássemos à conclusão de que éramos totalmente opostos e não poderíamos ficar juntos, mas eu precisava daquela conversa. Eu precisava saber se o que senti na noite em que ficamos juntos foi apenas pela situação bizarra ou se eu realmente gostei da verdade daquela garota.

— Meu nome é Virgínia. — Ela acabou por dizer de uma maneira quase forçada, mas aquilo já era um começo.

— Acredito que já sabe que sou o Murilo. — Eu disse, sorrindo pelo alívio que senti ao ver que ela entendia a necessidade de conversarmos. — Podemos conversar, Virgínia?

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