Virgindade Leiloada romance Capítulo 36

Virgínia

Depois que eu voltei para a loja, o Murilo e eu entramos em uma rotina diária, onde ele me deixava primeiro no shopping e só depois ia para a empresa e fazia toda a questão de almoçar comigo todos os dias.

Às dezessete horas ele passava no shopping para me buscar e juntos nós íamos para o seu apartamento.

Mas, na sexta-feira pela manhã, quando estávamos a caminho do shopping, o Murilo voltou a insistir que eu deveria aceitar a oferta que ele me fez de um motorista à minha disposição, algo que ele já havia sugerido fazer e eu tinha recusado de maneira determinada.

— Eu não preciso que você vá me deixar e buscar todos os dias no shopping, Murilo. — Eu apontei. — Já falei isso no começo da semana e volto a repetir. Estou ótima e posso simplesmente chamar um táxi ou um uber.

Ele estava dirigindo e sua atenção estava totalmente voltada para o trânsito intenso da capital paulista pela manhã e ele não olhou para mim ao rebater.

— Eu posso afirmar que a conheço o suficiente para saber que na primeira oportunidade, você irá para o shopping de ônibus e isso é inadmissível nas suas condições.

— E eu já falei para você que a maioria das mulheres grávidas fazem isso todos os dias, por falta de opção. — Eu teimei, batendo o pé sobre aquilo mais uma vez.

O carro parou então em um sinal fechado e só então ele me dispensou um olhar atento e nitidamente irritado.

— Mas esse não é o seu caso e eu estou te proporcionando opções, Virgínia. — Ele insistiu em seu ponto de vista. — Você só precisa deixar de ser teimosa e aceitar. Não quero que corra riscos desnecessários e hoje não poderia vir buscá-la, pois tenho uma reunião no final da tarde.

Pensei em recusar mais uma vez, pois eu realmente não acreditava ser necessário, mas ao ver o quanto o Murilo parecia determinado e também chateado comigo, me senti um pouco balançada.

— Eu só quero garantir a sua segurança e a do nosso filho, meu amor. — Ele continuou, usando um tom de súplica.

Ele segurou em minha mão rapidamente, antes de voltar a acelerar o carro, ao ver que o sinal de trânsito havia aberto.

— Tudo bem, então. — Eu falei, sendo vendida por seus argumentos.

Mas ele ainda não pareceu estar completamente satisfeito, apenas assentindo com um aceno de cabeça, como se apenas para indicar que tinha conseguido ouvir o que falei.

— Qual o problema agora? — Eu perguntei, já antecipando o que ele diria, ao lembrar do segundo tema polêmico entre nós.

— O almoço na casa da vovó. — Ele falou o que eu já imaginava que ele diria.

Suspirei me sentindo cansada, pois enquanto estávamos apenas nós dois no apartamento do Murilo, não houve nenhuma exigência da sua parte e eu pude apenas descansar tranquilamente, sem que a gente se desentendesse sobre nenhum assunto.

Ele nem foi almoçar na casa da avó, pois não queria me deixar sozinha, mesmo eu garantindo que estava me sentindo ótima.

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