Virgindade Leiloada romance Capítulo 45

Virgínia

Apesar do que aconteceu na casa da família do Murilo, a nossa relação conseguiu se manter firme e ele não me pressionou para ir novamente até a residência imponente no fim de semana que se seguiu.

Apesar disso, ele cumpriu com o seu compromisso familiar e eu não o critiquei por isso, mesmo que me sentisse um pouco traída, pois era como se ele não estivesse realmente do meu lado e sim do lado daquela avó esnobe dele.

De qualquer forma, conseguimos manter uma rotina e em todas as vezes que o Murilo tentou entrar nesse assunto, eu desviava o curso da conversa e assim, nós estávamos juntos e morando no seu apartamento.

Eu também estava conseguindo manter contato com a minha mãe agora e quase todos os dias nós conversamos por telefone, mas o meu pai era outra história.

O meu pai continuava chateado e sem querer aceitar a minha gravidez, mesmo que todos dissessem que isso era algo completamente fora de nexo, ele não aceitava conselhos e queria distância absoluta de mim, segundo a mamãe me contava.

Mas a vida precisava seguir e eu sabia que em algum momento, o meu pai iria voltar atrás e aceitar o neto… pelo menos essa era a minha maior esperança.

Eu continuava a ir para a loja e o Murilo seguia a sua rotina de trabalho, mas sempre procurava sair do escritório o mais cedo possível e nós jantamos juntos todas as noites, assim como também tomávamos o café da manhã em seu apartamento.

Os enjoos eram coisa do passado e tudo o que eu fazia agora era comer e comer e o Murilo se divertia bastante com os meus desejos estranhos e repentinos, mas sempre me atendia prontamente.

Mais de dez dias após o fatídico almoço de domingo, o Murilo e eu estávamos jantando, quando ele pareceu limpar a garganta, como se estivesse prestes a falar algo importante e quisesse chamar a minha atenção para ele.

— O quê? — Eu perguntei, sorrindo.

— Eu tenho algo a pedir. — Ele disse, parecendo bastante receoso. 

Eu suspirei, já sentindo a irritação tomar conta, pois se era algo sobre ir até a mansão da sua avó novamente, eu não iria aceitar de  modo algum e a gente iria se desentender.

— Eu não vou. — Eu disse logo de uma vez.

— Você nem  sabe o que eu tenho para dizer! — Ele falou, parecendo impaciente, como nunca antes eu o tinha visto.

— Se é sobre ir almoçar na casa da sua avó…

— Não é sobre esse assunto, Virgínia! — Ele negou, jogando o guardanapo sobre a mesa. — Aliás, eu não vou nem mesmo perder o meu tempo pedindo qualquer coisa a você.

Ele disse aquilo e levantou, saindo da mesa e me deixando completamente atordoada, sem entender o que tinha acontecido ali, mas acabei me levantando também e caminhando atrás dele, seguindo-o até o seu quarto.

— Qual o seu problema, Murilo? — Eu perguntei, bastante irritada já. — Você não pode falar assim comigo, pois eu não tenho nada a ver com o seu estresse não, ouviu bem?

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