Virgindade Leiloada romance Capítulo 56

Beth

Desde que o meu marido fez questão de que a gente saísse de casa para vir morar em Atibaia, no interior de São Paulo, a nossa relação não estava nada bem.

Eu não concordei com a forma como ele acabou reagindo ao saber sobre a gravidez da nossa filha e, principalmente, quando ele decidiu abandonar a Virgínia sozinha em São Paulo, em um momento tão importante.

Mas na hora de decidir qual o caminho eu iria seguir, optei por vir com o meu marido, pois ele sempre foi um homem maravilhoso e excelente pai.

Eu acreditava que logo ele iria cair em si e perceber a burrada que fez, ao vir morar em Atibaia, mas até o momento, ele ainda permanecia com o mesmo comportamento de quando saímos de nossa casinha.

As minhas esperanças estavam se extinguindo, mas a Virgínia parecia acreditar piamente que em algum momento tudo voltaria ao normal e se existia algo que eu admirava na minha menina, era a sua garra e força de vontade.

Agora eu estava lembrando da minha filha e fazendo novamente uma prece para que o Francisco esquecesse todas aquelas bobagens que ele colocou na cabeça dele, quando ouvi que ele estava chegando em casa.

Estávamos morando em uma casa cedida por uma de suas irmãs, a Áurea, e ele estava cuidando do jardim, enquanto eu aprontava o almoço e imaginei que ele tivesse terminado seu serviço.

— Como foi mesmo o nome do homem que você disse que é o pai da bebê da Virgínia? — ele perguntou.

Estranhei e também fiquei nervosa por ele tocar nesse assunto, pois o Francisco fazia questão de evitar falar sobre qualquer coisa relacionado à nossa filha.

— Murilo. — eu respondi. — Murilo Fernandes.

A Virgínia e eu sempre nos falamos por telefone e ela me contava tudo sobre a sua vida e todas as novidades, mas o Francisco nunca queria ouvir nada da filha e eu pouco falava para ele.

— Sabe que a Áurea está sempre vendo coisas dessa gente famosa e que ela chama de celebridade.

— Sei, sim. — eu concordei, sorrindo.

A irmã do Francisco gostava de ficar assistindo programas que falavam sobre pesoas ricas e famosas e sempre comentava com a gente as últimas novidades sobre eles.

O Francisco não conhecia nenhum daqueles que ela falava, mas como gostava muito da irmã, acabava sempre ouvindo tudo o que ela queria contar.

— E o que tem a ver o namorado da Virgínia com a Áurea? — perguntei, quando notei que ele estava pensativo demais.

— Será que foi a nossa filha que caiu da escada, mulher? — Francisco agora parecia preocupado.

— A Virgínia namora Murilo Fernandes, dono da FERZ? — Áurea deu um pulo da cadeira na qual tinha se sentado, apenas em tomar conhecimento sobre o fato.

— Ela me contou que estava indo para o Guarujá, em uma festa dessa FERZ e eu sei que o pai do bebê é esse Murilo Fernandes. — eu resumi, contando a Áurea.

— Eu mal posso acreditar que a minha sobrinha agora é uma celebridade, também! — Áurea falou, parecendo emocionada.

— A gente precisa voltar para São Paulo, mulher. — Francisco disse, me surpreendendo. — Estou preocupado que a nossa filha tenha perdido o seu bebê. E eu não vou me perdoar se isso tiver acontecido.

Eu só não fiquei realmente feliz ao ouvir o que o meu marido disse, porque eu estava muito preocupada com a minha filha, mas assim que eu tivesse certeza de que tudo aquilo não passou de um engano, eu precisaria pagar várias promessas que fiz, para que o Francisco voltasse atrás em suas palavras.

— Vou arrumar as nossas malas. — falei, saindo imediatamente da sala.

Eu estava muito feliz, pois finalmente eu poderia cuidar da minha filha.