Virgindade Leiloada romance Capítulo 57

Virgínia

Depois que pedi para que o Murilo me deixasse ficar um pouco a sós, eu me arrependi completamente das minhas palavras.

Apesar disso, não voltei atrás no meu pedido e fui terminar de arrumar nossas coisas, para que pudéssemos partir para São Paulo.

Eu sabia que estava sendo injusta com o Murilo e ele não merecia que eu o desprezasse, pois como eu poderia culpá-lo pelas atitudes de outras pessoas?

Eu sabia que era muito errado ser sempre tão dura com o pai do meu filho, ainda mais quando eu considerei tão errada a atitude do Aquiles de abandonar a Lavínia, apenas por ela não saber quem era o pai do filho que estava esperando.

No final das contas, eu estava pensando em fazer a mesma coisa, apenas por temer que o filho que a atriz esperava seja realmente do Murilo.

Enquanto arrumava as coisas que ainda estavam fora das malas, eu pensava sobre o importante fato de que eu não tinha nenhum tipo de relação com o Murilo quando ele transou com a Lavínia e exatamente por isso.

Sendo assim, eu não tinha que julgá-lo de modo tão duro.

De qualquer forma, eu realmente precisava de tempo para aceitar que talvez ele fosse o pai do filho de outra mulher, e ainda conseguir permanecer ao seu lado, pois uma coisa era certa: eu não o deixaria.

Quando Murilo veio até o quarto me avisar que o helicóptero já estava à nossa espera, eu já tinha todas as coisas arrumadas e juntos caminhamos pelos corredores da mansão enorme, em direção ao jardim, onde o helicóptero estava.

Nós já tínhamos conversado com o Aquiles e a Lavínia durante o café da manhã, e preferimos não os incomodar antes de sair, posto que eles não tinham nem mesmo descido para o almoço, optando por pedir a refeição no quarto.

A Lavínia ainda parecia um pouco abalada e não falou quase nada durante todo o café da manhã, enquanto que o Aquiles estava bastante chateado ainda com toda a situação e pretendia prestar contas com a Bruna assim que pudesse voltar para São Paulo.

A viagem para casa foi feita completamente em silêncio, cada um perdido em seus próprios pensamentos e quando chegamos ao apartamento do Murilo, tudo o que eu conseguia pensar era nos meus pais e como seria maravilhoso receber os conselhos da minha mãe nesse momento.

Mas eu não queria conversar por telefone, então não liguei, nem tampouco mandei mensagem para dona Beth.

Pensei então na Mariana, a minha amiga de todas as horas, até nos momentos mais loucos, como quando decidimos ir à boate Season Hot, e sorri com aquela lembrança.

Eu não me arrependi nenhum pouco do que fiz, ainda mais quando foi a partir daquela loucura que eu conheci o Murilo, o homem por quem eu sou completamente apaixonada, e essa é a única coisa que realmente importa.

Iria ligar para a minha e pedir para que ela viesse até o apartamento do Murilo, para que pudéssemos conversar pessoalmente e talvez ela pudesse me ajudar a processar tudo o que aconteceu ontem.

Havia também algo extremamente importante e que acabou por passar despercebida por todos, depois do que aconteceu com a Lavínia e esse algo atendia pelo nome de Ethan Constantino.

— Claro que eu tenho, amor. Vai lá!

Parece que aquele incentivo era tudo o que eu precisava, pois caminhei apressadamente pelo corredor, a ansiedade fazendo o meu coração bater acelerado dentro do peito.

E quando vi os meus pais à minha espera, não consegui conter a emoção dentro do peito e ela começou a jorrar dos meus olhos, pois independente de qualquer coisa, eu os amava muito e estava sentindo muita falta deles perto de mim.

— Filha! — Mamãe foi a primeira a vir ao meu encontro, me abraçando e beijando o meu rosto várias vezes.

— Mamãe, como eu estava com saudades da senhora! — falei, a beijando também.

Depois que me afastei da minha mãe, encarei o seu Francisco um pouco constrangida, pois ainda não tinha certeza de qual seria a sua reação.

— Dá aqui um abraço no seu pai, filha. — ele disse, me fazendo rir e chorar ao mesmo tempo. — Eu fui um boboca e quero pedir que me perdoe, Virgínia.

— Eu só quero esquecer esse tempo que ficamos afastados, papai. — falei, feliz além do que eu imaginava ser possível. — Amo vocês.